A semana inicia com fortes expectativas no cenário político e econômico, com a **candidatura de Flávio Bolsonaro** à Presidência da República em 2026 catalisando as atenções. O senador do PL-RJ admitiu, em declarações recentes, a possibilidade de reconsiderar sua postulação, um movimento estratégico que teria como pano de fundo a anistia para seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse potencial recuo reverberou intensamente no mercado, indicando a sensibilidade dos investidores a desdobramentos políticos de grande calibre.
A mera sinalização da candidatura de Flávio Bolsonaro já havia provocado um forte impacto nos indicadores financeiros. Na última sexta-feira, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, registrou uma queda acentuada de mais de 4%. Esse declínio representou a maior desvalorização diária desde fevereiro de 2021, evidenciando a reação negativa do mercado à notícia. Analistas apontam que a perspectiva de um eventual governo liderado por Flávio Bolsonaro não inspira confiança, sendo percebida como detentora de uma “pauta errática”, além de um potencial menor de vitória frente ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comparado a outros nomes da direita como Tarcísio de Freitas. Laís Costa, analista da Empiricus Research, sublinhou que a ausência de Tarcísio no páreo, caso ocorra, criaria um vácuo na direita, sendo consenso que qualquer movimento de Tarcísio dependeria da chancela do ex-presidente.
Candidatura de Flávio Bolsonaro Move Política e Mercado
O desfecho dessa negociação se anuncia iminente. Flávio Bolsonaro mencionou que existe um “preço” para sua eventual desistência da disputa e que pretende articular com líderes partidários ainda esta semana. As conversas, programadas para a próxima terça-feira, devem incluir figuras proeminentes do cenário político, como Valdemar Costa Neto, do Partido Liberal (PL), Antonio Rueda, do União Brasil, Ciro Nogueira, do Progressistas (PP), Rogério Marinho (PL-RN), líder do governo no Congresso, e Marcos Pereira, do Republicanos. As expectativas se concentram na possível pauta sobre a anistia, que, segundo o senador, pode ser discutida nos próximos dias.
Além da esfera política, a agenda econômica reserva importantes indicadores. O Boletim Focus, relatório semanal divulgado pelo Banco Central, será um dos destaques nesta segunda-feira. Contudo, o grande foco da semana recai sobre as decisões de política monetária. Na quarta-feira (10), serão conhecidos os desfechos das reuniões do Federal Reserve (Fed), nos Estados Unidos, e do Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil. Para o mercado doméstico, a expectativa majoritária é pela manutenção da taxa Selic no patamar de 15,0%. O foco se voltará para a comunicação do comitê, que poderá fornecer pistas cruciais sobre o início do tão aguardado ciclo de cortes nas taxas de juros.
No cenário internacional, os Estados Unidos projetam uma nova redução de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros pelo Fed, embora essa decisão possa não ser unânime. A reunião também divulgará as novas projeções econômicas dos membros do Fed, oferecendo sinalizações vitais para os encontros futuros. A coletiva de imprensa do presidente Jerome Powell será um ponto chave para a interpretação da conjuntura econômica americana pela autoridade monetária. Acompanhando o cenário econômico global, a atuação de bancos centrais como o Banco Central do Brasil é crucial para a estabilidade, regulando a Selic e influenciando diretamente a capacidade de investimento e consumo.
Enquanto isso, dados vindos da China revelaram que as exportações chinesas registraram um crescimento de 5,9% em novembro, em comparação com o mesmo período do ano anterior, calculadas em dólares. O resultado superou as projeções dos economistas consultados pela agência Reuters, que esperavam um crescimento de 3,8%, indicando uma resiliência notável no comércio exterior chinês.
A agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também é movimentada nesta segunda-feira. Ele iniciará o dia às 9h com uma reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, no Palácio do Planalto. Em seguida, às 11h, receberá Sergio Díaz-Granados Guida, presidente executivo do Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF), também na sede do governo. À tarde, às 15h, Lula participará da 14ª Conferência Nacional de Assistência Social, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O encerramento das atividades do dia está marcado para as 17h, em um encontro com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
No setor de tecnologia, a Meta anunciou ter firmado múltiplos acordos comerciais com importantes editoras de notícias. Entre as parceiras destacam-se veículos como USA Today, People Inc, CNN, Fox News, The Daily Caller, Washington Examiner e Le Monde. Essas colaborações permitirão à controladora do Facebook utilizar o conteúdo jornalístico para oferecer notícias e atualizações em tempo real através de seu chatbot de inteligência artificial, sempre com links para os artigos e sites das editoras. Simultaneamente, o mercado de entretenimento testemunhou uma proposta audaciosa: a Netflix apresentou uma oferta de 72 bilhões de dólares para adquirir os estúdios e a divisão de streaming da Warner Bros Discovery. A empresa argumenta que a transação está alinhada com as diretrizes das autoridades de concorrência norte-americanas e visa enriquecer o conteúdo disponível para seus mais de 300 milhões de assinantes globalmente.
Em um tema de gestão governamental, informações indicam que o presidente Lula deve postergar para o próximo ano as duas próximas indicações para a diretoria do Banco Central. Isso significa que a esperada reunião de política monetária de janeiro contará com um quórum de sete dos nove membros do colegiado, um cenário inédito. Os mandatos dos diretores Diogo Guillen, de Política Econômica, e Renato Gomes, de Organização do Sistema Financeiro – ambos nomeados na gestão anterior –, se encerram ao fim de dezembro. As novas indicações precisam de aprovação do Senado, em um momento de relações por vezes tensas com o governo federal.
No esporte, a seleção brasileira de futebol conheceu seus adversários para a fase de grupos da Copa do Mundo de 2026. Após o sorteio realizado na última sexta-feira em Washington, a equipe comandada por Carlo Ancelotti integrará o Grupo C e enfrentará Marrocos, Haiti e Escócia. A estreia do Brasil está programada para 13 de junho contra Marrocos, semifinalista do Mundial de 2022. Em seguida, no dia 19, a seleção jogará contra o Haiti, que retorna ao principal torneio de futebol após 52 anos de ausência. A fase de grupos será encerrada em 24 de junho, com o confronto diante da Escócia, cuja última participação em Copas ocorreu em 1998.
Em relação à economia brasileira, os dados de importação de diesel A (puro) no acumulado do ano até novembro de 2024 evidenciaram um aumento de 16,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O volume total das compras externas de diesel pelo país atingiu 15,8 bilhões de litros. Esse incremento é atribuído a uma combinação de menor oferta doméstica e consumo aquecido, conforme análise da consultoria StoneX e dados oficiais. Adicionalmente, as entregas de fertilizantes ao mercado nacional alcançaram 5,39 milhões de toneladas em setembro, marcando um crescimento de 11,3% comparado ao mesmo mês do ano anterior. Pelo terceiro mês consecutivo, as entregas superaram a marca de 5 milhões de toneladas, aproximando-se do recorde mensal de 5,5 milhões de toneladas registrado em agosto de 2023, de acordo com a Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda). Por outro lado, a caderneta de poupança no Brasil manteve a trajetória de saques líquidos, registrando R$2,857 bilhões em novembro. Foi o quinto mês consecutivo de retiradas, elevando o total acumulado no ano para R$90,978 bilhões em saques líquidos. O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e a poupança rural apresentaram saldos negativos de R$519,407 milhões e R$2,338 bilhões, respectivamente.
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Esta segunda-feira revelou-se um ponto de inflexão com a candidatura de Flávio Bolsonaro e importantes anúncios econômicos delineando os próximos dias. Acompanhe os desdobramentos desses temas cruciais e outros destaques em nossa editoria de Política para se manter sempre informado sobre os cenários que movem o Brasil e o mundo.
Crédito da imagem: (Com Agência Brasil, Reuters, O Globo e Estadão Conteúdo)