Um episódio peculiar envolvendo a descoberta de uma calcinha em fórum do ES gerou o início de um inquérito interno no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). A peça de roupa íntima, usada, foi encontrada em um cômodo de acesso restrito no Fórum de Cachoeiro de Itapemirim, município localizado no Sul do estado capixaba.
O achado ocorreu no início da manhã da quarta-feira, 29 de maio, quando duas servidoras da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) chegaram para dar início ao expediente na sala. Este local integra o Núcleo de Audiências de Custódia, onde são custodiados equipamentos de informática, mobiliário, e uma série de documentos diversos, alguns inclusive sob regime de segredo de Justiça, o que elevou a gravidade da situação.
Achado Inusitado: Calcinha em Fórum do ES Desencadeia Apuração
A circunstância incomum ganhou projeção pública após um ofício assinado pelo juiz André Guasti Motta, coordenador do núcleo em questão, ser remetido ao juiz diretor do fórum, Bernardo Fajardo Lima, na segunda-feira, 3 de junho. No documento, Motta enfatizou a relevância e urgência de uma investigação, dada a sensibilidade dos itens armazenados na sala, que deveriam permanecer sob constante guarda e vigilância do Poder Judiciário.
O expediente detalha que o espaço onde a peça íntima foi encontrada havia sido devidamente trancado às 17h da terça-feira, 28 de maio, às vésperas do feriado de Ponto Facultativo do Dia do Servidor. Consequentemente, o acesso às dependências do fórum encontrava-se restringido. A equipe de limpeza, por exemplo, só teve entrada liberada na manhã do dia seguinte, e após a chegada das servidoras que descobriram o item.
Câmeras de Segurança e Levantamento de Entradas em Foco
Diante do cenário, o juiz diretor Bernardo Fajardo Lima informou sobre as primeiras diligências para esclarecer o incidente. Uma das medidas adotadas foi a solicitação imediata das imagens das câmeras de segurança instaladas no corredor onde a sala está situada. As gravações já estão sendo criteriosamente analisadas na busca por identificar qualquer movimentação atípica no setor durante o período crítico.
Paralelamente, um levantamento minucioso dos registros de entrada e saída do edifício forense foi conduzido, abrangendo o intervalo entre a noite de terça-feira e a manhã de quarta. Os resultados dessa consulta, até o momento, não apontaram qualquer visitação ou acesso de pessoas não autorizadas nesse período específico.
Em declarações à imprensa, o diretor do fórum ponderou sobre a complexidade da situação. Fajardo salientou que, no momento, não há evidências concretas que permitam uma conclusão definitiva sobre como a calcinha foi parar ali. “Ainda não é possível concluir o que aconteceu diante dos elementos identificados. Os fatos estão em apuração”, afirmou o magistrado, sublinhando a cautela da investigação em curso.
Adicionalmente, Fajardo destacou que a mera presença da peça de vestuário íntima não pode ser, por si só, interpretada como um indício direto de infração. Ele argumentou que é corriqueiro que indivíduos carreguem roupas extras em bolsas e mochilas, seja para uso pós-expediente, como prática de atividades físicas, ou por outras necessidades, e que, em certas ocasiões, objetos podem cair acidentalmente desses compartimentos. No entanto, se indícios de acesso indevido ao prédio ou à sala forem confirmados, a instauração de um procedimento administrativo disciplinar será realizada. Até o presente, contudo, não foi identificada nenhuma ausência de equipamentos ou documentos, nem acesso impróprio a sistemas do fórum.
Questionado sobre a necessidade de reforço das medidas de segurança existentes no local, o diretor Fajardo avaliou que, até o momento, não há indicadores que apontem para um risco iminente ou para a recorrência de situações semelhantes. O magistrado descreveu o acontecimento como um “fato isolado” em sua percepção inicial. Eventuais falhas identificadas no decorrer do inquérito serão reportadas à Assessoria de Segurança do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) para providências cabíveis, assegurando a constante vigilância da instituição. Mais informações sobre as diretrizes de segurança do Poder Judiciário podem ser encontradas no portal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
Até a publicação desta reportagem, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo não havia emitido uma manifestação oficial adicional ou detalhado novas providências que pudessem ser adotadas em resposta ao inusitado episódio de Cachoeiro de Itapemirim.
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Este incidente reforça a importância da segurança em ambientes judiciários, onde a integridade de documentos e a privacidade dos processos são fundamentais. Para continuar acompanhando as notícias de impacto em sua cidade e estado, com análises aprofundadas sobre temas relevantes para a sociedade e o poder público, acesse nossa editoria de Cidades e fique sempre informado.
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