William Bonner Deixa JN Após 29 Anos: Tralli Assume

Economia

TÍTULO: William Bonner Deixa JN Após 29 Anos: Tralli Assume
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META DESCRIÇÃO: Após 29 anos, William Bonner se despede do Jornal Nacional, passando o bastão a César Tralli. Conheça as mudanças na Globo e os planos de Bonner para 2026.

A saída de William Bonner se Despede do Jornal Nacional Após 29 Anos marca o fim de uma era no telejornalismo brasileiro. Com um discurso emocionante e reflexivo, William Bonner, um dos rostos mais reconhecidos da televisão brasileira, anunciou na última sexta-feira, 31 de outubro, sua despedida da bancada do Jornal Nacional. Sua saída acontece após 29 anos à frente do principal noticiário do país, e a partir da próxima segunda-feira, 3 de novembro, César Tralli assumirá o comando do telejornal. Este movimento representa não apenas uma transição de nomes, mas uma significativa reestruturação nas emissoras da TV Globo.

Ao lado de Renata Vasconcellos, sua colega de bancada por 11 anos – um período que coincidentemente se iguala ao tempo em que Renata substituiu Patrícia Poeta no mesmo dia, 31 de outubro de 2014 – Bonner introduziu oficialmente seu sucessor. O anúncio, permeado por lembranças e expectativas, foi acompanhado pela notícia de que Bonner se prepara para uma nova fase em sua carreira. Ele passará a integrar o elenco do Globo Repórter em 2026, onde dividirá a apresentação com Sandra Annenberg.

William Bonner se Despede do Jornal Nacional Após 29 Anos

A decisão de William Bonner, que também acumulou a função de editor-chefe por 26 anos, resultou em mais mudanças organizacionais. O cargo de editor-chefe do Jornal Nacional será agora ocupado por Cristiana Souza Cruz, até então editora adjunta. Além da movimentação no JN, a chegada de Tralli à bancada principal provocou um efeito cascata em outros programas. Roberto Kovalick foi anunciado como substituto de César Tralli no Jornal Hoje, e Tiago Scheuer assumirá a apresentação do Hora 1.

Durante uma transmissão que durou quase vinte minutos, o trio de jornalistas – Bonner, Vasconcellos e Tralli – discutiu a importância histórica e a responsabilidade de estar à frente do Jornal Nacional. Eles revisitaram momentos marcantes da carreira de Tralli como repórter e apresentador, enfatizando a trajetória que o levou a esse novo posto. Bonner relembrou com bom humor conselhos do veterano Cid Moreira, que sempre enfatizava a persistência do nervosismo ao vivo, e brincou sobre dar-se o “direito de errar” em sua nova empreitada.

O próprio Bonner expressou seu entusiasmo com o futuro: “Convido [o público] a me reencontrar no ano que vem, em fevereiro, no Globo Repórter, ao lado da minha querida amiga Sandra Annenberg, onde eu vou começar uma carreira nova, com direito inclusive de ser um fracasso fenomenal”, declarou ele durante a despedida. “Torço para que não, vou fazer meu melhor. Mas é a aventura de começar algo novo.” Horas antes de sua última edição, Bonner conversou com o jornal O Globo e analisou as profundas transformações no telejornal ao longo das décadas. O Jornal Nacional, que estreou em 1969, alcança atualmente uma média diária de 30 milhões de espectadores, equivalente a aproximadamente 14% da população brasileira.

Transformações no Jornalismo e Recorde de Permanência

Bonner refletiu sobre como a dinâmica da informação evoluiu drasticamente. Anteriormente, para muitos brasileiros, o Jornal Nacional não era apenas a principal, mas muitas vezes a única fonte de notícias. Com a ascensão das telas de celular e a proliferação de plataformas digitais, essa realidade se alterou profundamente. “Hoje, num dia normal de trabalho, se você não for marciano, terá sido confrontado com os principais assuntos do dia”, observou o jornalista. Ele destacou a nova missão do JN em meio a esse cenário: realizar uma curadoria aprofundada das notícias mais importantes, priorizando aquelas que demandam maior foco, tendem a perdurar ou possuem graves implicações imediatas. Essa abordagem resultou, por exemplo, no aumento da duração das reportagens típicas do JN, que passaram de um minuto e meio quando ele assumiu para dois minutos e meio, com frequentes matérias de três a três minutos e meio. A meta é oferecer maior aprofundamento, em vez de apenas uma cobertura superficial de múltiplos temas.

William Bonner é, sem dúvida, um nome sinônimo de longevidade no jornalismo. Ele ingressou na bancada do Jornal Nacional em 1996, dividindo a apresentação com Lillian Witte Fibe, e substituindo nomes como Sérgio Chapelin e o lendário Cid Moreira. Com 29 anos dedicados ao JN, Bonner detém o recorde de tempo de serviço no programa, superando até mesmo Cid Moreira, que ficou por 26 anos. A decisão do jornalista paulistano, radicado no Rio, de se afastar dos cargos de apresentador e editor-chefe foi puramente pessoal, iniciada em 2020 durante o período da pandemia de Covid-19, o que já alimentava boatos sobre sua possível saída há anos.

Ricardo Villela, diretor de jornalismo da Globo, em setembro, confirmou que Bonner havia expressado o desejo de “encontrar um outro caminho que desse a ele mais tempo para sua vida pessoal” há cinco anos. Ele também explicou que a Globo encarou esse movimento com a calma necessária para “preparar um sucessor e entender o melhor lugar no jornalismo da Globo para o William”. Embora Bonner não descarte a possibilidade de participar de futuros debates eleitorais, ele faz questão de frisar que o bem-estar da sua família foi o principal fator determinante para a mudança, citando o desejo de passar mais tempo com seus dois filhos que moram na França, fruto de seu casamento anterior com a jornalista Fátima Bernardes. Reconhecendo que sua saída pode gerar diferentes interpretações, ele mencionou que “Hoje em dia, a verdade não é mais tão importante, o que importa é a versão.” Para aprofundar a compreensão sobre o impacto e a história da televisão brasileira, bem como o papel da Rede Globo no cenário jornalístico nacional, é possível consultar a página institucional da emissora.

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Imagem: Joao Cotta via valor.globo.com

A Chegada de César Tralli e a Força das Redes Sociais

César Tralli, por sua vez, traz uma vasta experiência à nova função. Na Globo desde 1993, Tralli atuou como repórter em São Paulo, correspondente internacional em Londres e âncora em diversos noticiários tanto na Globo quanto na GloboNews. Com sua nova atribuição, ele se desliga não apenas do Jornal Hoje, mas também da edição das 18h do canal de notícias fechado, um posto para o qual um substituto ainda será anunciado. “O trabalho de repórter está dentro de mim, adoro apurar notícia”, afirmou Tralli, revelando sua intenção de continuar participando da apuração como editor executivo do Jornal Nacional, função que atualmente Renata Vasconcellos também desempenha.

Morando atualmente em São Paulo, Tralli recebeu o convite formal para integrar a bancada do JN há cinco meses, mantendo a informação sob estrito sigilo. Nem mesmo sua família – que ainda pondera a mudança para o Rio de Janeiro – teve conhecimento da notícia de imediato. Casado com a apresentadora Ticiane Pinheiro, César Tralli desfruta de grande popularidade nas redes sociais, contando com mais de 4 milhões de seguidores apenas no Instagram. Ele garantiu, em setembro, que a transição de cargo não alterará sua rotina virtual: “Mostro mais minha família, coisas pessoais e bastidores do nosso trabalho, mas não falo de notícias”, e que essa abordagem tem gerado boa aceitação.

O próprio Ricardo Villela considera a forma como Tralli utiliza suas redes sociais como algo benéfico, especialmente em um contexto de intensa proliferação de notícias falsas. Para o diretor de jornalismo, a capacidade de personalidades como Tralli em mostrar os bastidores do trabalho jornalístico, destacando o processo de apuração e a vida de um comunicador de forma genuína, é crucial. “Tem gente fazendo de tudo na internet e chama isso de jornalismo. É importante para nós mostrarmos o processo”, disse Villela, salientando a importância da transparência em um período desafiador para a credibilidade da informação.

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Em suma, a despedida de William Bonner do Jornal Nacional não é apenas uma troca de cadeiras, mas um reflexo da evolução do jornalismo e das dinâmicas midiáticas. César Tralli assume um legado de credibilidade e adaptação aos novos tempos, enquanto Bonner se aventura em um formato distinto, contribuindo para a pluralidade de informações. Para acompanhar mais sobre as transições e trajetórias de personalidades da mídia e outras figuras públicas, visite nossa editoria de Celebridades e mantenha-se informado sobre os bastidores da televisão brasileira.

Crédito da imagem: Ricardo Borges/Globo

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