Nesta terça-feira, 7 de novembro, o aclamado filme O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho, teve sua primeira exibição no Rio de Janeiro durante uma sessão de gala no prestigiado Festival do Rio. O evento, realizado no histórico Cinema Odeon, no centro da cidade, contou com a presença de parte do elenco e da equipe de produção, incluindo o ator Wagner Moura, protagonista da obra, e a produtora Emilie Lesclaux, colaboradora constante nos projetos do cineasta pernambucano.
A apresentação marcou um momento importante para a produção brasileira, que vem acumulando reconhecimento internacional. Com o público e a crítica já manifestando grande interesse, as expectativas em torno de “O Agente Secreto” crescem, especialmente por sua recente seleção para disputar uma vaga na concorrida categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar de 2026. A noite no Festival do Rio reforçou a recepção calorosa que o longa tem recebido globalmente, bem como os prêmios já conquistados.
Em entrevista concedida ao g1 durante o lançamento no Festival, Wagner Moura compartilhou suas percepções sobre a trajetória do filme e suas perspectivas futuras. Discorrendo sobre as chances na mais importante premiação da indústria cinematográfica, Moura afirmou que as possibilidades são “muito grandes” para a indicação de
O Agente Secreto e a Corrida pelo Oscar 2026
. No entanto, o ator ponderou sobre a antecipação: “Mas eu acho muito cedo para falarmos disso porque tem toda uma temporada de premiação que precede o Oscar. Mas eu acho que pra Melhor Filme Estrangeiro a chance é bem grande”, comentou.
Analisando a essência do filme, Wagner Moura destacou a capacidade de Kleber Mendonça Filho de mesclar influências em uma narrativa genuinamente nacional. “O Agente Secreto, o que eu acho, é que ele reúne tudo que você vê de bom nos outros filmes. Aparece tudo reunido. Ele consegue fazer que todas essas referências que ele tem, pareçam muito nordestina e brasileira. E isso eu acho fantástico”, avaliou o ator, enaltecendo a originalidade e a profundidade cultural da obra.
Moura também detalhou sua experiência de protagonizar, pela primeira vez, um filme dirigido por Kleber Mendonça Filho e a influência da cidade de Recife na construção da trama. Segundo o ator, os filmes do cineasta “tem uma coisa que você olha de cara e vê que é um mestre do cinema filmando. Ele sabe filmar, tem referência pra caramba”. Moura complementou, mencionando a inspiração em obras do cinema americano dos anos 70 e a habilidade singular de Kleber em “criar um clima de suspense e de familiaridade na cena que poucos cineastas fazem”.
Um dos aspectos mais celebrados em “O Agente Secreto” é a atuação de Tânia Maria. A atriz interpreta Dona Sebastiana, uma figura central que se opõe ao personagem de Moura e outros refugiados no período da ditadura militar brasileira. Sua performance destacada tem gerado elogios internacionais, com veículos da imprensa apontando Tânia Maria como uma forte candidata a uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante. Wagner Moura expressou seu contentamento em colaborar com Tânia, realçando a qualidade de sua contribuição para o filme.
A sessão de gala no Rio de Janeiro também reuniu outros talentos do elenco. Entre eles estavam Alice Carvalho, conhecida por seus papéis em novelas como “Renascer” e “Guerreiros do Sol”, e Gabriel Leone, que já atuou em produções como a série “Senna” e o filme “Ferrari”. Alice Carvalho ressaltou a particularidade de exibir o filme para o público nacional: “Apresentar para o público brasileiro é muito especial. O público brasileiro entende e respeita o filme com a profundidade que nenhum outro público alcança. A subjetividade do povo brasileiro consegue revelar pra gente outras camadas do filme que são muito únicas”, comentou a atriz.
Gabriel Leone, por sua vez, abordou os desafios de seu personagem, Bob, um matador em um papel que se distancia dos que usualmente interpreta. “A gente ta falando da ditadura e o Bob representa esse lado podre da ditadura. Mas ao mesmo tempo, isso não é de uma forma explícita”, explicou Leone. Ele destacou o mistério que envolve Bob e a falta de clareza sobre seu passado, elementos que, para um ator, são “sempre um prato cheio”, permitindo explorar o trabalho no silêncio.

Imagem: g1.globo.com
Leone ainda sublinhou a habilidade de Kleber Mendonça Filho na construção de figuras secundárias. “O Kleber tem um talento raro de construir personagens coadjuvantes, que orbitam o personagem central. Um personagem com muita personalidade, importante para o filme. Um personagem muito grande”, concluiu o ator, demonstrando o impacto que as performances periféricas têm na complexidade de “O Agente Secreto”, que transita entre os gêneros policial, suspense e investigação.
A trajetória de sucesso do filme de Kleber Mendonça Filho incluiu uma vitória significativa em maio, no conceituado Festival de Cinema de Cannes, um dos maiores eventos cinematográficos globais. “O Agente Secreto” conquistou dois importantes prêmios: Wagner Moura foi agraciado com o troféu de Melhor Ator, enquanto Kleber Mendonça Filho recebeu a honra de Melhor Diretor. Esses reconhecimentos, embora não garantam uma indicação direta ao Oscar, servem como um importante termômetro e impulsionam o longa na corrida pela estatueta dourada de 2026.
A estreia de “O Agente Secreto” em Cannes, ocorrida no dia 18 de maio, foi marcada por um aplauso contínuo de aproximadamente quinze minutos, um indicativo da forte repercussão. A crítica internacional, por sua vez, não poupou elogios, descrevendo a obra como um “thriller maravilhoso”, “obra-prima” e “monumental”. Esta foi a primeira vez que o cinema brasileiro alcançou o feito de levar dois prêmios em uma única edição do Festival de Cannes, solidificando a presença do Brasil no cenário global. Ao receber seu prêmio, Kleber Mendonça Filho enviou uma mensagem de carinho: “Eu queria mandar um abraço para todo mundo que está vendo no Brasil, especialmente para Recife e Pernambuco”, expressando sua ligação com a região que serviu de pano de fundo para a narrativa.
Ambientado durante o turbulento período da ditadura militar no Brasil, “O Agente Secreto” tece uma narrativa intrigante sobre um professor que, ao se mudar para a cidade de Recife, descobre que está sendo minuciosamente espionado, mergulhando o espectador em uma trama de mistério e tensão política.
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A exibição de “O Agente Secreto” no Festival do Rio reforça a visibilidade e o mérito artístico do filme de Kleber Mendonça Filho, consolidando-o como uma das obras brasileiras mais relevantes da atualidade. A atuação impecável de Wagner Moura, o talento de Tânia Maria e o conjunto da obra colocam o longa em evidência na temporada de premiações. Para se manter atualizado sobre os desdobramentos de “O Agente Secreto” e outras novidades do mundo artístico, convidamos você a explorar mais notícias em nossa editoria de Celebridade.
Crédito da imagem: Marih Oliveira / g1 Rio
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