O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou nesta segunda-feira (22) que a movimentação de passageiros no Aeroporto Santos Dumont, localizado no centro do Rio de Janeiro, experimentará um aumento significativo a partir de 2026. Esta decisão implica a elevação do teto anual de operações no terminal, um movimento estratégico que, segundo o ministro, não comprometerá o desempenho do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, o que representa uma mudança importante na política aeroportuária fluminense.
A declaração de Costa Filho, concedida em entrevista à GloboNews, diverge do posicionamento anterior do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que já havia expressado publicamente suas reservas e críticas sobre qualquer proposta de expansão para o Santos Dumont. A nova diretriz visa aprimorar a capacidade de atendimento do aeroporto central, ajustando a infraestrutura para a crescente demanda do setor aéreo.
Voos no Santos Dumont serão ampliados a partir de 2026, diz ministro
De acordo com o titular da pasta, o limite atual de 6,5 milhões de passageiros, que vigorou por dois anos no Santos Dumont, será ajustado. “Nós passamos dois anos com um teto de 6,5 milhões. A gente vai liberar mais 1 milhão a 1,5 milhão de passageiros, e isso não vai afetar as operações do Galeão”, afirmou o ministro Costa Filho. Essa projeção indica que o Santos Dumont poderá movimentar entre 7,5 milhões e 8 milhões de passageiros anualmente a partir de 2026. A limitação em vigor desde 2023 fazia parte de uma política de reequilíbrio cuidadosamente elaborada, buscando dar prioridade ao desenvolvimento e à revitalização do Aeroporto Internacional do Galeão, garantindo uma distribuição estratégica do fluxo aéreo na capital carioca.
Anteriormente, no domingo (21), o prefeito Eduardo Paes havia veementemente criticado os então chamados “rumores” sobre a possível ampliação da capacidade do Santos Dumont. Paes declarou publicamente a existência de “forças ocultas” atuando nos bastidores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para subverter uma “política bem-sucedida” que ele considerava crucial para a economia do estado do Rio de Janeiro. Segundo o prefeito, a restrição imposta ao Santos Dumont gerou impactos extremamente positivos na economia fluminense e foi fundamental para impulsionar e aumentar o movimento de passageiros no Galeão, o que, em sua visão, consolidava o Galeão como um hub internacional de maior relevância.
Dados divulgados pela Infraero e pela concessionária RioGaleão corroboram a visão do prefeito sobre os efeitos da política de restrição. Após a implementação do teto operacional no Santos Dumont, o volume anual de passageiros neste aeroporto sofreu uma queda considerável, caindo quase pela metade: de 10,9 milhões para 5,7 milhões. Em contrapartida, no mesmo período e sob o mesmo contexto de reequilíbrio, o Galeão viu sua movimentação de passageiros mais que dobrar, saltando de 6,8 milhões para impressionantes 16,1 milhões. Analisando o cenário geral, o total de passageiros nos aeroportos do Rio de Janeiro combinados registrou um crescimento robusto de 23%, passando de 17,7 milhões em 2023 para 21,8 milhões em 2025, evidenciando uma adaptação e expansão da infraestrutura aérea na região.
Em resposta às duras críticas do prefeito Paes, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) rapidamente emitiu uma nota pública, repudiando as acusações e esclarecendo seu modus operandi. No comunicado, a Anac enfatizou que todas as suas ações são pautadas pela transparência e estão em estrita conformidade com as diretrizes e determinações estabelecidas pelo Ministério de Portos e Aeroportos, pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela esfera do governo federal. Essa posição reitera o compromisso da agência reguladora com a legalidade e a governança nas decisões que impactam o setor aéreo nacional.

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br
Silvio Costa Filho fez questão de frisar que a deliberação acerca do incremento no teto de passageiros do Santos Dumont não foi tomada de maneira unilateral pelo Ministério de Portos e Aeroportos. Ele explicou que esta decisão é o resultado de um processo extenso de negociações e debates que foram iniciados em junho, envolvendo uma vasta gama de stakeholders e atores relevantes do setor. “Esse acordo que foi feito não foi um movimento da Anac ou do ministério. Foi feito com o Tribunal de Contas da União, sob a liderança do relator Benjamin Zymler, onde teve a oportunidade de construir um entendimento entre a concessionária do Galeão, a Anac, os técnicos do Tribunal de Contas, o Ministério de Portos e Aeroportos e, desde o primeiro momento, a prefeitura e o Governo do Estado acompanharam o entendimento”, detalhou o ministro, sublinhando o caráter colaborativo e multipartidário da resolução.
Ao defender a ampliação da capacidade do Santos Dumont, o ministro reiterou que esta medida não comprometerá o desenvolvimento e o contínuo crescimento do Galeão. Pelo contrário, Costa Filho enfatizou a importância vital de ambos os terminais aéreos para a vitalidade econômica da cidade e do estado do Rio de Janeiro. Segundo ele, com a expectativa de crescimento da economia brasileira e o notável aumento do turismo internacional que o Rio de Janeiro tem atraído, impulsionado pela chegada de novas companhias aéreas operando na região, a cidade terá condições de sustentar o crescimento sustentável do Galeão e, simultaneamente, expandir as operações do Santos Dumont. A coexistência e o desenvolvimento de ambos os aeroportos são vistos como elementos complementares e indispensáveis para a projeção e prosperidade econômica do estado, garantindo uma infraestrutura capaz de suportar as futuras demandas de mobilidade e conectividade.
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Em síntese, a ampliação dos voos no Aeroporto Santos Dumont a partir de 2026, conforme anunciado pelo ministro Silvio Costa Filho, marca uma nova fase na gestão aeroportuária do Rio de Janeiro. Esta medida, resultado de extensas negociações com diversas esferas governamentais e órgãos reguladores, visa equilibrar a capacidade operacional dos dois principais terminais da cidade, o Santos Dumont e o Galeão, impulsionando tanto o turismo quanto a economia local. Continue acompanhando a cobertura completa em nossa editoria de Cidades para mais atualizações sobre este e outros temas relevantes para o seu dia a dia.
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