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Violência Abala Profissionais de Saúde no Rio de Janeiro

A violência na saúde do Rio de Janeiro atingiu níveis alarmantes, com profissionais da rede municipal enfrentando um cenário de medo e repetidos episódios de intimidação. Recentemente, uma equipe médica tentava salvar a vida de um paciente gravemente ferido por arma de fogo, buscando estancar seu sangramento para estabilização e intubação. Durante o procedimento crucial, […]

A violência na saúde do Rio de Janeiro atingiu níveis alarmantes, com profissionais da rede municipal enfrentando um cenário de medo e repetidos episódios de intimidação. Recentemente, uma equipe médica tentava salvar a vida de um paciente gravemente ferido por arma de fogo, buscando estancar seu sangramento para estabilização e intubação. Durante o procedimento crucial, a situação de risco se elevou com a presença de um homem armado ao lado dos socorristas, que exigia que o indivíduo ferido, supostamente ligado ao tráfico de drogas local, fosse mantido vivo.

Incidentes semelhantes não são isolados. Em outra ocasião chocante, indivíduos armados invadiram a “sala vermelha” de uma unidade de saúde, um espaço destinado a atendimentos de alta gravidade, onde interromperam a assistência e agrediram um dos pacientes. A insegurança também se manifesta em episódios em que um médico, um enfermeiro e um motorista foram levados sob ameaça de arma para o interior de uma favela para socorrer um baleado.

Violência Abala Profissionais de Saúde no Rio de Janeiro

Tais relatos, fornecidos à imprensa sob anonimato por profissionais da área, delineiam uma realidade em que a saúde pública carioca sofre constante interferência da criminalidade. Segundo os trabalhadores, os incidentes de violência são frequentes, incluindo múltiplas ocorrências de sequestro de ambulâncias, evidenciando a fragilidade das condições de trabalho.

Diante desse quadro crítico, a prefeitura carioca informa ter intensificado os pedidos de realocação de funcionários que atuam em áreas dominadas por facções criminosas ou em localidades marcadas por operações policiais contínuas. Contudo, os próprios profissionais alegam ser impedidos de registrar boletins de ocorrência sob ameaça de retaliação, e até mesmo os livros internos de registro de ocorrências dos hospitais são inspecionados por grupos criminosos. Um exemplo é a situação em Costa Barros, na Zona Norte, onde há registros de funcionários abordados por suspeitos na saída da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que exigiam acesso às mensagens de seus telefones celulares.

Fechamento da UPA de Costa Barros e Repercussões

No dia 30 de setembro de 2025, a UPA de Costa Barros foi palco de um sequestro de ambulância por suspeitos, o que culminou no fechamento definitivo da unidade. A região é atualmente um ponto de intensa disputa territorial entre facções como o Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro. Segundo um agente de saúde, funcionários da UPA haviam solicitado transferência para outras unidades justamente na data da invasão. O clima de tensão na área levou muitos profissionais a darem entrada no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) com diagnósticos de síndrome do pânico e ansiedade. Poucos dias antes do fechamento, o veículo de uma médica foi atingido por disparos de arma de fogo em frente à unidade, reiterando o perigo iminente.

Invasão do Hospital Pedro II por Milicianos

Apenas 12 dias antes do incidente em Costa Barros, o Hospital Municipal Pedro II, localizado em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, foi alvo de uma invasão por milicianos. Os criminosos renderam os vigilantes da entrada, avançaram pelas instalações hospitalares e subiram até uma sala de cirurgia, com a intenção de executar um homem. O paciente, supostamente um rival dos invasores, estava sendo operado por ter sido baleado, mas conseguiu sobreviver porque não foi localizado. Em resposta à gravidade do ocorrido, as Polícias Civil e Militar lançaram uma força-tarefa conjunta para identificar e prender os envolvidos na invasão. Um dos suspeitos, de acordo com as autoridades policiais, foi posteriormente morto pelos próprios milicianos.

Vulnerabilidade da Rede e Medidas de Segurança

Apesar da complexidade do problema, hospitais de grande porte frequentemente contam com salas destinadas à polícia, com agentes em plantão. Durante a noite da invasão ao Hospital Pedro II, havia um policial presente na unidade. Contudo, UPAs e clínicas da família carecem dessa estrutura e são amplamente impactadas pela violência, tanto internamente, com a chegada de pacientes baleados cuja prioridade de atendimento é imposta, quanto externamente, devido aos tiroteios frequentes nas proximidades.

Em 2023, a Prefeitura do Rio encaminhou um ofício à Polícia Militar solicitando reforço e ampliação dos plantões policiais em hospitais e unidades de saúde. Em resposta, os comandantes informaram que as unidades de saúde que não possuem plantão fixo são atendidas pelo policiamento ordinário, seguindo o planejamento de cada batalhão da área. A PM também afirmou que permanece aberta ao diálogo e atuará de forma contínua e integrada para assegurar maior tranquilidade à população em locais como Costa Barros.

Impacto Direto nos Atendimentos e Dados da Violência

A escalada da disputa entre facções tem resultado em um aumento vertiginoso nas entradas por ferimentos de arma de fogo na UPA de Costa Barros. Enquanto em 2023 foram registrados 28 casos, este número saltou para 48 em 2024, e já alcança 78 registros de janeiro a setembro de 2025. Como resposta a esses riscos, a prefeitura adota um protocolo de segurança, elaborado em parceria com a Cruz Vermelha, que estabelece classificações de risco para atendimentos em regiões conflagradas. Em situações de grave insegurança, o protocolo recomenda o fechamento da unidade, uma medida também aplicada em escolas públicas, reforçando a extensão da crise para outros setores da sociedade.

Violência Abala Profissionais de Saúde no Rio de Janeiro - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

Cotidiano em Áreas de Risco

Em comunidades como o Complexo da Maré, a logística do atendimento médico enfrenta entraves críticos. Para que uma ambulância possa acessar ou deixar as unidades de saúde, os profissionais precisam obter permissão do tráfico para remover as barricadas. Apesar de a Maré não conviver com as intensas disputas entre facções que afligem outras áreas, ela é frequentemente cenário de operações policiais. Para funcionários e pacientes, deitar-se no chão de enfermarias e salas de espera para se proteger de tiroteios tornou-se uma prática rotineira e dolorosa. Durante uma operação policial na Maré em setembro de 2025, uma paciente que havia passado por cirurgia e apresentava uma incisão aberta teve sua admissão cirúrgica cancelada, sendo orientada a buscar outro hospital.

O Secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz, comentou sobre a situação: “Temos testemunhado um crescimento no número de barricadas próximas às unidades de saúde, uma intensificação dos episódios de tiroteio e um aumento na quantidade de pessoas baleadas que dão entrada em nossas unidades. O setor de saúde, por fazer parte da sociedade, não está imune a este cenário, mas precisamos de um mínimo de tranquilidade para atuar”, declarou Soranz, enfatizando que “quando uma unidade é invadida, ou quando há tiroteio, o risco não é apenas do profissional, mas também do paciente.”

Esforços do CREMERJ por Segurança Profissional

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) tem atuado ativamente na busca por soluções, promovendo diversas reuniões com a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública para demandar medidas mais eficazes de proteção aos profissionais de saúde. O conselho mantém um canal dedicado em suas plataformas sociais para receber denúncias relacionadas à segurança e chegou a solicitar a inclusão de uma seção exclusiva para médicos no aplicativo de emergência da polícia, o RJ 190, mas, lamentavelmente, a proposta não foi implementada. O presidente do Cremerj, Guilherme Nadais, reiterou a gravidade da situação: “É inaceitável que médicos – e qualquer outro profissional da saúde ou de qualquer outra área – exerçam suas atividades sob constante ameaça, uma condição que, sem dúvida, afeta profundamente a qualidade da assistência prestada à população”.

A violência crescente contra profissionais e pacientes no Rio de Janeiro destaca a urgente necessidade de medidas abrangentes para garantir a segurança no atendimento público. A deterioração das condições de trabalho não apenas expõe equipes a riscos inaceitáveis, mas também compromete severamente o acesso da população a serviços essenciais. Para mais informações sobre segurança pública no país, visite o site oficial da Agência Brasil e entenda o contexto nacional.

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Crédito da imagem: Reprodução/Daniel Soranz no X

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