Um vídeo mostra carro seguindo ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, minutos antes de ele ser brutalmente assassinado em Praia Grande, na Baixada Santista. As imagens, obtidas por câmeras de segurança, flagraram um Renault Logan branco manobrando de forma suspeita e, em seguida, partindo no encalço do veículo da vítima, sinalizando uma possível preparação para o crime.
As gravações revelam uma sequência de eventos que antecederam o homicídio. Precisamente às 18h08, o Logan branco foi avistado pela primeira vez transitando por uma rua da cidade. Pouco menos de um minuto depois, o veículo convergiu para uma via paralela e estacionou próximo a uma faixa de pedestres, onde permaneceu por alguns instantes sem que nenhum ocupante desembarcasse. Esta manobra de aguardo levanta questões sobre a premeditação do ataque. A veiculação inicial dessas imagens foi feita pela TV Bandeirantes e, posteriormente, a sua veracidade foi confirmada pelo colunista do UOL, Josmar Jozino.
Vídeo flagra carro seguindo ex-delegado antes de crime
A vigilância ao ex-delegado-geral continuou. Quase cinco minutos após o Logan branco estacionar, às 18h14, o carro de Ruy Ferraz Fontes passou pela rua. Imediatamente após a passagem da vítima, o Logan foi ligado e começou a seguir o automóvel. A extensão da perseguição pelo carro branco, entretanto, ainda não foi totalmente estabelecida pelas autoridades, adicionando uma camada de mistério à etapa inicial da investida criminosa. Estes detalhes indicam uma coordenação e um planejamento prévio que estão sendo minuciosamente analisados pela investigação.
Além do Renault Logan, as investigações apontam que criminosos em um segundo carro também estavam na perseguição à vítima. Registros visuais adicionais, divulgados pelo UOL, mostram o momento em que Ferraz tenta desesperadamente fugir de seus algozes, que estavam a bordo de uma Hilux SW4 de cor preta. Durante a tentativa de fuga, o ex-delegado perdeu o controle do seu veículo, resultando em uma colisão com um ônibus. Na sequência do impacto, os atiradores desceram da Hilux e efetuaram múltiplos disparos contra o automóvel de Ferraz.
O violento crime ocorreu na avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, em Praia Grande, em uma localidade próxima à prefeitura da cidade. Vale ressaltar que Ruy Ferraz Fontes exercia, na época de sua morte, o cargo de secretário da Administração do município. A proximidade do local do assassinato com seu ambiente de trabalho intensifica a gravidade do caso, sugerindo que ele pode ter sido alvejado em um trajeto cotidiano.
A ferocidade do ataque foi marcada por mais de 20 disparos de fuzil em direção à vítima. Segundo informações do delegado-geral de polícia de São Paulo, Artur Dian, o ex-delegado-geral foi atingido em diversas partes do corpo, incluindo braços, pernas e abdômen, o que demonstra a intenção letal dos atiradores. O uso de armamento pesado como o fuzil também reforça a teoria de que o crime foi planejado por indivíduos com acesso a recursos sofisticados.
Dois Suspeitos Presos e Quatro Foragidos Após o Assassinato
Até o momento, a Justiça já decretou a prisão de seis indivíduos supostamente envolvidos no crime que ceifou a vida de Ruy Ferraz Fontes. Desses, dois suspeitos foram detidos: Dahesly Oliveira Pires e Luiz Henrique Santos Batista, este último conhecido pelo vulgo “Fofão”. Dahesly é apontada como a responsável pelo transporte de um fuzil, arma crucial utilizada no homicídio, para a cidade de Diadema, na Grande São Paulo, desempenhando um papel fundamental na logística criminosa. Já Fofão, embora não tenha participado diretamente da execução do assassinato, é suspeito de possuir informações relevantes sobre a ação criminosa.

Imagem: noticias.uol.com.br
As investigações também identificaram outros três suspeitos que permanecem foragidos. São eles: Felipe Avelino da Silva, de 33 anos; Flávio Henrique de Souza, de 24; e Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, de 43 anos. O trio é amplamente apontado pelas forças de segurança paulistas como membros ativos do PCC (Primeiro Comando da Capital), uma das maiores organizações criminosas do país. Luiz Antônio, especificamente, é acusado de ter sido o recebedor do fuzil que Dahesly teria transportado, conectando-o diretamente à arma do crime. A associação com uma facção criminosa desse porte sublinha a complexidade e a periculosidade do caso.
O último suspeito que teve a prisão decretada pela Justiça é Rafael Marcell Dias Simões, de 43 anos. O judiciário expediu um mandado de prisão temporária de 30 dias para ele, com a possibilidade de prorrogação por igual período, evidenciando a necessidade de mais tempo para a investigação. No entanto, a polícia ainda não conseguiu localizar Simões, e detalhes específicos sobre a sua participação no assassinato permanecem desconhecidos até o presente momento. As buscas por estes indivíduos continuam sendo prioridade para as autoridades.
A maneira como a ação para assassinar Ferraz foi conduzida levou especialistas a afirmar que se tratou de “coisa de quem sabe”. Três consultores com experiência na área de segurança pública, em declarações ao UOL, destacaram que o modus operandi do crime sugere um elevado nível de especialização por parte dos executores. Eles não descartam a possibilidade de envolvimento de agentes públicos na trama criminosa. O armamento pesado empregado e a execução coordenada da morte reforçam a percepção de que foi uma operação altamente planejada e executada por indivíduos com treinamento específico ou com forte organização, indicando a necessidade de uma investigação aprofundada para desvendar todos os detalhes. Você pode aprender mais sobre a atuação policial em grandes centros urbanos lendo a página de notícias de São Paulo no G1.
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Em suma, a morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, precedida por vigilância detalhada capturada em vídeo e executada com precisão militar em Praia Grande, aponta para um crime de alta complexidade com indícios de planejamento meticuloso e possível envolvimento de crime organizado. Enquanto dois suspeitos estão presos, a polícia segue em busca de quatro foragidos, incluindo supostos membros do PCC, para elucidar totalmente a motivação e todos os responsáveis por este assassinato brutal. Para continuar acompanhando os desdobramentos de casos como este e outras notícias relevantes, mantenha-se conectado à nossa editoria de Cidades.
Crédito da imagem: Câmeras de Segurança / Reprodução
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