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Venezuela realiza exercícios militares em meio a tensão com EUA

No último sábado, 27 de abril, a Venezuela realizou exercícios militares e simulações de emergência em um contexto de preocupação com uma possível invasão dos Estados Unidos. As manobras ocorrem após o posicionamento de uma frota armada americana no Caribe, intensificando a já elevada tensão entre os dois países. As atividades visam a preparação do […]

No último sábado, 27 de abril, a Venezuela realizou exercícios militares e simulações de emergência em um contexto de preocupação com uma possível invasão dos Estados Unidos. As manobras ocorrem após o posicionamento de uma frota armada americana no Caribe, intensificando a já elevada tensão entre os dois países. As atividades visam a preparação do país para diversos cenários, desde desastres naturais até potenciais conflitos armados, mobilizando tanto as Forças Armadas quanto a população civil.

A recente mobilização militar na nação sul-americana não se limita aos exercícios. Desde o início das tensões, diversas movimentações de tropas têm sido registradas, acompanhadas pelo alistamento de cidadãos na reserva militar. Esses reservistas recebem treinamento em instalações militares e nas próprias comunidades, demonstrando uma estratégia de defesa abrangente que busca envolver amplos setores da sociedade venezuelana. O governo de Caracas interpreta a presença naval americana como uma ameaça direta à soberania nacional.

Venezuela realiza exercícios militares em meio a tensão com EUA

Por outro lado, Washington defende que o envio de oito navios de guerra e um submarino de propulsão nuclear à região do Caribe tem como objetivo principal o combate ao tráfico de drogas. As autoridades americanas declararam que, nas semanas que antecederam os exercícios venezuelanos, conseguiram interceptar e destruir pelo menos três embarcações que supostamente transportavam narcóticos oriundos da Venezuela. Essas operações resultaram na morte de 14 pessoas, episódio que especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) qualificaram como “execução extrajudicial”. Relatos da rede de TV americana NBC ainda indicam que líderes militares dos Estados Unidos estão avaliando alternativas para ataques direcionados a traficantes de drogas dentro do território venezuelano.

Diante desse quadro, o presidente Nicolás Maduro afirmou ter um decreto preparado para declarar estado de exceção, um recurso constitucional aplicável em situações de agressão externa. O chanceler venezuelano, Yván Gil, informou ter se reunido com o secretário-geral da ONU, António Guterres. Segundo relatos do canal do ministro no Telegram, Guterres teria expressado a visão de que a ameaça militar dos EUA no Caribe é injustificada e inaceitável, além de representar uma violação da Carta da ONU e um risco à estabilidade e soberania de toda a região caribenha. A Organização das Nações Unidas frequentemente aborda temas de segurança e manutenção da paz global, reforçando o direito internacional.

A simulação conduzida no último sábado (27) foi meticulosamente desenhada para cobrir uma gama extensa de eventualidades, englobando desde catástrofes naturais, como terremotos e tsunamis, até cenários de conflito bélico. Documentos oficiais revelam que aproximadamente 400 centros de treinamento foram estabelecidos para facilitar a execução dos exercícios em todo o país. O foco inicial da manhã de simulações recaiu sobre o atendimento a emergências sísmicas, um tópico de particular relevância para a Venezuela, que havia registrado uma série de tremores na semana anterior, incluindo dois de magnitudes consideráveis, 6,2 e 6,3 na escala Richter.

Funcionários da Defesa Civil desempenharam um papel crucial ao visitar diversas instituições de ensino, onde ministraram palestras informativas sobre os protocolos de segurança e as ações a serem tomadas em caso de um abalo sísmico. Richard Carpio, um funcionário público de 57 anos, reiterou a importância desses treinamentos, afirmando que o objetivo é assegurar que toda a população esteja preparada para agir corretamente diante de qualquer incidente que possa afetar o país. Em declaração à agência de notícias AFP, Carpio expressou o desejo de paz: “Somos um país de paz, não queremos nenhum tipo de guerra, nenhum tipo de intervenção”, disse.

Em Caracas, especificamente na escola Mariano Picón Salas, localizada no vasto complexo comunitário de Petare, a simulação foi iniciada após um alerta sobre um “tremor” por parte de um agente da Defesa Civil. Cerca de 300 participantes, incluindo muitos idosos, procederam em fila ordenada para a evacuação. A orientação consistia em manter uma mão no ombro da pessoa à frente e a outra protegendo a cabeça. Observadores na avenida adjacância, no entanto, indicaram que muitos não estavam cientes da simulação, refletindo o caráter isolado de algumas ações ou a normalidade da vida cotidiana que prosseguia em outras partes da capital.

Venezuela realiza exercícios militares em meio a tensão com EUA - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

Imagens divulgadas pela emissora VTV atestaram a repetição dos treinamentos em diversas outras escolas e espaços públicos ao redor da Venezuela. Equipes da Defesa Civil foram vistas transportando macas para ambulâncias, rastejando no solo para ilustrar movimentos em ambientes restritos e verificando sinais vitais dos participantes. O governo bolivariano mantém um plano abrangente para cenários de guerra, o qual contempla a organização de refúgios seguros e o desenvolvimento de protocolos detalhados de evacuação para a população.

Em paralelo às simulações civis, a Força Armada Nacional Bolivariana da Venezuela (FANB) publicou material visual de exercícios militares em estados que possuem costa no Mar do Caribe. Sofisticados sistemas de mísseis antiaéreos Pechora, de origem russa, foram mobilizados para Cabo de San Román, localizado na península de Paraguaná, no noroeste do país, a uma distância aproximada de 27 km da ilha de Aruba. Nessas operações, os militares efetuaram disparos de canhões em direção ao mar e coordenaram o desembarque de veículos anfíbios de uma fragata, que foram então deslocados para o solo. Os exercícios incluíram também a ocupação de áreas costeiras na Isla de Patos, um ponto estratégico de fronteira com Trinidad e Tobago, com o apoio de helicópteros e paraquedistas. A FANB também veiculou em suas plataformas sociais outras imagens de treinamentos que envolviam disparos de artilharia e fuzis, reiterando a prontidão das forças armadas.

Complementando a preparação militar, a prefeita de Caracas, Carmen Meléndez, previamente havia indicado a participação de civis no forte militar Tiuna para aprender o manuseio de armas. Sua declaração “Se tivermos que passar para a luta armada, estejamos preparados” ressalta a seriedade com que o regime encara as potenciais ameaças externas, mobilizando a população para uma eventual defesa ativa do território nacional e do modelo político venezuelano.

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Em suma, os recentes exercícios militares e simulações na Venezuela refletem a complexa conjuntura de tensão geopolítica com os Estados Unidos, marcada por movimentos navais no Caribe e a retórica de defesa da soberania nacional por parte de Caracas. As manobras combinam treinamento militar e civil, visando a prontidão em diferentes cenários, do desastre natural ao conflito bélico. Para aprofundar a compreensão sobre os cenários geopolíticos regionais e outras notícias importantes, visite nossa seção de Política e continue explorando o noticiário.

Crédito da imagem: Federico Parra/AFP

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