O espetáculo “Todas Elas”, protagonizado por Vanessa da Mata, consolidou-se como um dos eventos culturais mais significativos de 2025. Em sua mais recente passagem pelo Rio de Janeiro (RJ), a cantora encantou novamente uma plateia lotada na casa Vivo Rio na noite de 18 de outubro, reafirmando o impacto de uma performance que havia impressionado na estreia nacional da turnê em 24 de maio, no Qualistage, também na capital carioca.
A direção cênica de Jorge Farjalla continua a proporcionar uma experiência visual deslumbrante, com imagens que se fixam na memória do público. A cenografia mutante é um elemento-chave, mas, como aponta a crítica, a real justificação da beleza do espetáculo reside no canto lapidado e potente da artista. Essa segunda apresentação carioca em 2025 reforçou a percepção de um crescimento exponencial na trajetória vocal da paraibana.
Voz de Vanessa da Mata Brilha em ‘Todas Elas’ no Rio
No palco-altar, a artista entra em cena sacralizada por um manto dourado, elevando-se como cantora em “Todas Elas”, o que é um dos maiores atrativos do show. Em mais de vinte anos de carreira, e notadamente a partir deste ano corrente de 2025, Vanessa da Mata demonstra uma evolução notável. Sua performance mais recente no Vivo Rio, que esgotou os ingressos da casa, deixou muitos amigos e fãs partilhando a mesma admiração pelo grandioso show.
Um dos momentos de maior destaque na noite foi a interpretação de “O mio babbino caro” (1918), uma notória ária de ópera de Puccini (1858-1924). Sob aplausos calorosos e uma ovação da plateia, Vanessa alcançou agudos impressionantes e expressou a emoção da composição com maestria. A performance remeteu à sua evolução, em contraste com a turnê de 2007, “Sim”, onde, em sua estreia no Canecão, sua abordagem do samba “Juízo final” (Nelson Cavaquinho e Élcio Soares, 1973) causou certo estranhamento e desafinação ao público. Esse marcante contraste sublinha o intenso estudo e as aulas de canto que a artista tem empreendido, resultando em uma melhora que agora beneficia enormemente suas habilidades como compositora.
A habilidade de Vanessa da Mata em transitar por gêneros musicais tão diversos dentro de um mesmo roteiro é digna de admiração. Ela parte da complexidade de uma ária de Puccini, segue para canções da dupla sertaneja Zezé Di Camargo & Luciano, e mergulha em um hit da disco music de Donna Summer (1948-2012) da era dos “dancin days”. Essa diversidade é apresentada sem qualquer artificialidade, mantendo uma coesão surpreendente. Para aprofundar a compreensão sobre o vasto universo das composições líricas, o público pode consultar informações relevantes sobre árias de ópera.
Além de sua evolução como intérprete, Vanessa da Mata conquistou o público desde cedo como compositora, detentora de uma obra autoral com assinatura pessoal e intransferível. Seu álbum de estreia, lançado em 2002, embora aclamado pela crítica, não atingiu o sucesso comercial que merecia. O segundo trabalho, “Essa boneca tem manual” (2004), já indicava uma leve interferência da gravadora Sony Music e do produtor Liminha, buscando modernizar seu som – uma decisão que, embora tenha a tornado a artista popular que é hoje, afastou-a do critério pessoal do crítico naquele momento. A conexão plena com a discografia de Vanessa foi retomada com o quarto álbum, “Bicicleta, bolos e outras alegrias” (2010), que, curiosamente, teve menos visibilidade nas playlists da época.

Imagem: Mauro Ferreira via g1.globo.com
Desde 2019, Vanessa da Mata demonstrou notável sabedoria ao romper os laços com a indústria fonográfica, assumindo controle total de sua discografia. Essa autonomia tem permitido à artista um caminho mais livre para expressar sua visão criativa. Em “Todas Elas”, ela assume e defende intensamente o repertório do álbum homônimo na cenografia teatral do espetáculo, algo incomum e que ressalta sua personalidade forte e seu domínio sobre a arte que quer criar.
A noite no Vivo Rio culminou na reconfirmação de que o show “Todas Elas” é uma experiência arrebatadora. A plateia saiu inebriada pela cena e pelo canto da artista, corroborando a excelente impressão inicial da estreia nacional. O espetáculo se consolida como um tributo ao talento, à evolução e à independência artística de Vanessa da Mata, consagrando-a como uma intérprete e compositora singular na música brasileira contemporânea.
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Para aqueles que desejam continuar acompanhando a trajetória de artistas talentosos e as novidades do universo cultural, o show “Todas Elas” de Vanessa da Mata é um exemplo da vitalidade da música nacional. Confira outras notícias sobre artistas e celebridades na nossa editoria para se manter sempre atualizado sobre o cenário cultural brasileiro.
Foto: Rodrigo Goffredo

