China, Rússia e Coreia do Norte Consolidam Unidade e Enviam Sinais a Donald Trump em Pequim

Líderes de China, Rússia e Coreia do Norte demonstraram uma notável união na capital chinesa, Pequim, durante um desfile militar grandioso. O evento, realizado na quarta-feira (3) para celebrar os 80 anos do término da Segunda Guerra Mundial, transcendeu o papel comemorativo ao servir como uma plataforma estratégica para que os três países endereçassem mensagens diretas ao então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sublinhando importantes dinâmicas das relações internacionais.

A celebração foi marcada por uma impressionante demonstração de poderio militar e precisão tecnológica, refletindo a crescente capacidade defensiva e ofensiva da China. No centro do palco estavam mísseis supersônicos e avançados equipamentos nucleares, projetados para destacar a vanguarda tecnológica do país. Uma série de veículos não tripulados também foi exibida, incluindo robôs-lobos especialmente preparados para situações de combate, o que causou grande impacto. O arsenal completo tinha como objetivo declarado não apenas a ostentação, mas também impressionar a comunidade internacional e projetar uma imagem de força e soberania.

👉 Leia também: Guia completo de Noticia

O contexto do desfile remete aos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, uma data de profunda significância para a China, que a enxerga como o ápice de sua resistência e a vitoriosa superação da invasão japonesa. No entanto, o ponto mais aguardado e comentado da cerimônia foi a chegada dos chefes de estado ao tapete vermelho. Em um acontecimento sem precedentes, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, estiveram juntos em público com o presidente da China, Xi Jinping. O mandatário chinês ocupou a posição central, simbolizando seu papel como um líder global emergente e deixando claro o alinhamento de seu país neste cenário geopolítico.

Aliados em Destaque e Novas Alianças

Além da presença notável dos líderes russo e norte-coreano, a cerimônia contou com a participação de outros 20 chefes de estado de diferentes nações, enfatizando a relevância e o alcance do evento. O presidente Xi Jinping tem intensificado seus esforços na construção de novas alianças e no fortalecimento de parcerias existentes, como parte de uma estratégia de projeção de poder e influência no cenário global.

Recentemente, por exemplo, no último fim de semana antes do desfile, Xi Jinping teve um encontro significativo com Narendra Modi, o primeiro-ministro da Índia. Durante essa reunião bilateral, ambos os líderes expressaram compromisso em superar rivalidades regionais históricas e explorar a ampliação de suas colaborações em diversas áreas. A China, nesse cenário, posiciona-se como uma promotora da estabilidade global, um discurso que visa contrapor-se à percebida imprevisibilidade política dos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump.

Reações de Donald Trump e o Contraponto de Putin

O presidente americano, Donald Trump, não tardou a manifestar sua insatisfação com a união dos líderes em Pequim. Por meio de uma postagem em uma rede social, Trump dirigiu-se ao líder chinês com uma provocação: “Por favor, transmita os meus mais calorosos cumprimentos a Putin e a Kim Jong-un, enquanto vocês conspiram contra os Estados Unidos”.

Posteriormente, em uma entrevista concedida na Casa Branca, Trump demonstrou estar ciente do propósito subjacente ao evento. Ele afirmou categoricamente que os líderes chineses, russos e norte-coreanos desejavam que ele estivesse acompanhando o desfile. “E eu estava”, confirmou Trump, sugerindo que havia compreendido o recado geopolítico que estava sendo enviado.

“Eles queriam que eu estivesse assistindo. E eu estava.”

Imagem: g1.globo.com

Donald Trump sobre o desfile militar em Pequim

Em resposta às declarações do presidente americano, o presidente russo, Vladimir Putin, comentou sobre o posicionamento de Trump, atribuindo-lhe um senso de humor. Putin reforçou a narrativa de um relacionamento positivo entre os países, alegando que nenhum dos presentes na cúpula levantou críticas diretas à administração americana. Ainda durante a interação em Pequim, Putin fez questão de cumprimentar Kim Jong-un calorosamente com um abraço e agradeceu publicamente o apoio da Coreia do Norte nas ações russas na guerra contra a Ucrânia, solidificando os laços entre as duas nações.

Desafios Diplomáticos e Diálogos Inesperados

A pauta internacional continuou nos pronunciamentos de Putin. O líder russo reiterou sua disponibilidade para encontrar-se com Volodymyr Zelensky, o presidente da Ucrânia, para discussões diplomáticas. Contudo, impôs uma condição clara: a reunião deveria acontecer em solo russo, especificamente em Moscou, indicando uma postura de força e demanda territorial.

Em sua coletiva de imprensa, Vladimir Putin confirmou ainda a veracidade de um diálogo inusitado com Xi Jinping, que havia vazado durante a transmissão do evento e que ganhou grande repercussão. Os dois chefes de estado foram flagrados em uma conversa que desviava dos tópicos geopolíticos e militares, abordando avanços na área da medicina. Putin teria dito ao líder chinês: “Quanto mais você vive, mais jovem se torna e pode até alcançar a imortalidade.” Em resposta, Xi Jinping expressou sua crença de que, em um futuro próximo, com a assistência de transplantes de órgãos e outras tecnologias médicas avançadas, a expectativa de vida humana poderia ser estendida para até 150 anos. Essa breve digressão forneceu um vislumbre sobre temas menos protocolares que podem permear conversas de alto nível.

📌 Confira também: artigo especial sobre redatorprofissiona

O encontro em Pequim e o desfile militar não apenas celebraram uma data histórica, mas também enviaram mensagens claras sobre a reconfiguração de alianças e a assertividade de potências como China e Rússia, com o apoio da Coreia do Norte, em um tabuleiro geopolítico em constante transformação.

Fonte: G1