Trump na Ásia: Reuniões Cruciais com Xi, Lula e Acordos Globais

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O presidente Donald Trump iniciou uma importante viagem pela Ásia, com uma agenda carregada de compromissos que incluem um esperado encontro com o líder chinês Xi Jinping, a expectativa de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a possibilidade de dialogar com o chefe de Estado norte-coreano Kim Jong Un. O deslocamento se desenrola em meio a complexas negociações comerciais e iniciativas diplomáticas.

Esta será a primeira vez que o presidente dos Estados Unidos visitará a Ásia desde seu retorno à Casa Branca em janeiro. A viagem ocorre em um período de intensa atividade geopolítica, marcado por políticas tarifárias e desafios comerciais que têm impactado as relações internacionais, especialmente entre as duas maiores economias do planeta.

Trump na Ásia: Reuniões Cruciais com Xi, Lula e Acordos Globais

Uma das principais prioridades do presidente estadunidense, Donald Trump, nesta excursão é o encontro com Xi Jinping. Essa cúpula está agendada para acontecer na Coreia do Sul, durante as margens da conferência da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), visando encontrar uma solução para a prolongada guerra comercial que opõe os Estados Unidos e a China. A pauta do encontro inclui, primariamente, esforços para desescalar tensões e estabelecer um novo caminho para as relações econômicas bilaterais, que foram severamente testadas pela imposição de tarifas mútuas. A APEC, ou Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, reúne diversas nações do anel do Pacífico, focando na integração econômica regional e no livre comércio, um tópico central para as negociações entre as superpotências. Saiba mais sobre o que é a APEC neste link. https://www.apec.org/about-us/what-is-apec

Escala no Catar e Questões de Paz

Antes de sua chegada à Ásia, Trump fez uma escala neste sábado (25) no Catar, um país-chave nas iniciativas para manter a frágil trégua na Faixa de Gaza. Durante sua passagem, o presidente norte-americano se reuniu com o emir e o primeiro-ministro catarianos. Funcionários de alto escalão informaram que a reunião, previamente não anunciada, contou também com a presença do Secretário de Estado americano, Marco Rubio, que acabara de retornar de uma viagem a Israel focada na preservação do acordo de cessar-fogo em Gaza, sublinhando a importância da diplomacia regional.

O Roteiro da Viagem Asiática

O magnata republicano iniciou sua série de visitas no domingo, com aterrissagem na Malásia para participar da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). A expectativa é que, na Malásia, Trump finalize um acordo comercial significativo com o país asiático e supervisione a assinatura de um acordo de paz entre Tailândia e Camboja. Tais iniciativas são vistas como parte de seus contínuos esforços diplomáticos, que o levaram a ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz em diferentes momentos.

Negociações Comerciais Sino-Americanas Continuam

Em paralelo à agenda do presidente, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, manteve negociações comerciais “muito construtivas” com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, conforme relato de um porta-voz do Tesouro à AFP neste sábado. As conversas foram descritas como produtivas e com a expectativa de serem retomadas, sinalizando um esforço contínuo de ambas as partes para lidar com os atritos comerciais.

A próxima etapa da jornada de Trump foi Tóquio, na segunda-feira, onde ele se encontrou com Sanae Takaichi, que assumiu recentemente como a primeira mulher a liderar o governo japonês. O Japão conseguiu mitigar grande parte dos impactos das tarifas impostas por Trump globalmente, cujo objetivo é corrigir o que ele define como desequilíbrios comerciais prejudiciais aos Estados Unidos.

Relações Brasil-EUA: Um Acordo Em Potencial?

A bordo do avião presidencial, o próprio Donald Trump expressou a expectativa de um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Malásia. O propósito é estreitar novamente os laços entre os dois países, após um período de fricções diplomáticas. “Acredito que nos reuniremos, sim”, afirmou Trump aos repórteres. Quando questionado sobre a possibilidade de reduzir as tarifas impostas ao Brasil, ele respondeu: “Sob as circunstâncias adequadas”.

Os líderes do Brasil e dos EUA têm trabalhado para mitigar as divergências surgidas após meses de disputas, incluindo a imposição de tarifas punitivas de 50% pelos Estados Unidos. Essas tarifas foram uma consequência direta do julgamento e da condenação do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, um aliado político de Trump, por uma tentativa de golpe de Estado. Na véspera de sua viagem, o presidente Lula reiterou seu “total interesse” em demonstrar a seu homólogo americano que a imposição das tarifas ao Brasil representou “um equívoco”, sinalizando um caminho para o restabelecimento de um relacionamento mais harmonioso.

O Retorno ao Diálogo com a Coreia do Norte

Ao deixar Washington, Trump havia sugerido seu interesse em uma reunião com o líder norte-coreano Kim Jong Un, o que seria o primeiro encontro entre os dois desde 2019, durante seu mandato anterior. “Eu gostaria, ele sabe que estaremos lá”, disse o presidente à imprensa na Casa Branca ao ser indagado sobre a possibilidade. “Eu me dou muito bem com ele”, acrescentou.

Jornalistas também questionaram Trump sobre sua posição quanto à demanda de Pyongyang de ser reconhecido como uma potência nuclear, um pré-requisito para o diálogo. A resposta do presidente foi pragmática: “Bem, acho que eles são uma espécie de potência nuclear”, sinalizando uma abertura a negociações mesmo com esse status, algo que representa uma mudança de postura em relação a administrações anteriores e demonstra sua disposição em buscar soluções através do diálogo direto, apesar das controvérsias internacionais sobre o programa nuclear da Coreia do Norte.

Ponto Alto: Coreia do Sul e Cúpula da Apec

A expectativa é que o ápice da viagem se dê na Coreia do Sul. Donald Trump desembarcará na cidade portuária de Busan na quarta-feira, antes da Cúpula da Apec, que terá a participação de nações latino-americanas como México, Peru e Chile. A agenda sul-coreana do presidente inclui uma reunião com o presidente Lee Jae-myung, um discurso em um almoço com empresários e um jantar com diretores de empresas de tecnologia americanas, tudo à margem da cúpula, na cidade de Gyeongju.

Na quinta-feira, Trump se encontrará com Xi Jinping pela primeira vez desde seu retorno ao cargo. Os mercados globais estarão em alerta, acompanhando de perto se ambos os líderes conseguirão colocar fim à guerra comercial deflagrada pelas tarifas do republicano no início do ano. Esta reunião ganha ainda mais relevância após uma recente escalada nas tensões, marcada por uma disputa envolvendo as restrições impostas por Pequim às terras raras, minerais essenciais para diversas indústrias de alta tecnologia. Inicialmente, Trump havia cogitado cancelar o encontro e impor novas tarifas devido a este conflito, mas posteriormente optou por manter o compromisso, enfatizando a importância de um diálogo direto para resolver as diferenças.

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A complexa viagem do presidente Donald Trump pela Ásia destaca a intrincada teia de relações econômicas e diplomáticas globais, com múltiplos encontros cruciais para o futuro do comércio e da geopolítica. A busca por acordos de paz, a resolução de disputas comerciais e o restabelecimento de relações representam pilares fundamentais de sua agenda internacional. Para mais análises sobre política externa e acontecimentos internacionais, continue acompanhando nossa editoria de Política.

Crédito da imagem: Agence France-Presse

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