O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou que seu país poderia flexibilizar a política de **redução das tarifas sobre o Brasil**, dadas as circunstâncias adequadas. A declaração surge antes de um encontro agendado com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, marcando um potencial degelo nas relações bilaterais, tensionadas por recentes disputas comerciais.
A expectativa de um encontro entre os dois líderes é palpável para o próximo domingo, dia 26 de outubro, à margem da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), que acontece na Malásia. O encontro entre Trump e Lula seria o primeiro em caráter oficial desde o anúncio de taxas majoradas por parte dos EUA sobre produtos brasileiros, e desde a posse de Donald Trump na presidência americana. As diplomacias de ambos os países ainda não confirmaram oficialmente a reunião, mas as expectativas de aproximação se fortaleceram nos últimos meses.
Trump Sinaliza Redução de Tarifa ao Brasil, Encontra Lula
A tensão comercial começou com o chamado “tarifaço”, uma sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos a mercadorias brasileiras. Ao justificar a medida, o presidente norte-americano alegou questões econômicas, como um suposto déficit comercial com o Brasil, apesar dos números oficiais desmentirem tal afirmação. Trump também vinculou a decisão a temas políticos internos do Brasil, incluindo o processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e supostas questões relativas aos “direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”. Esta escalada tarifária levou a um esfriamento nas relações que os dois líderes agora buscam reverter.
A abertura para a possibilidade de diminuir as tarifas foi manifestada por Donald Trump enquanto embarcava para uma viagem pela Ásia. Questionado por um jornalista sobre a intenção de reduzir as taxas aplicadas ao Brasil, o mandatário norte-americano respondeu de forma ponderada: “Sob as circunstâncias certas”. Esta sinalização aponta para uma agenda de diálogo que promete ser intensa durante o encontro.
A reaproximação entre Lula e Trump tem sido construída desde setembro. Durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, ambos os presidentes tiveram um breve contato e, segundo eles próprios, demonstraram “boa química”. Esse momento diplomático foi seguido por uma conversa telefônica de aproximadamente 30 minutos, mediada por suas respectivas equipes diplomáticas no início do mês. Durante essa ligação, Lula fez um apelo direto a Trump para a revogação de sanções impostas a autoridades brasileiras e solicitou a retirada de uma sobretaxa de 40% sobre a entrada de produtos do Brasil nos Estados Unidos, taxa que está em vigor desde agosto.
Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira, dia 24 de outubro, na Indonésia, o presidente Lula confirmou sua intenção de levar esses e outros temas para discussão na reunião do domingo. Ele destacou que a pauta será “livre e sem vetos de assunto”, reforçando a disposição para um diálogo abrangente. Lula explicitou o desejo de “provar que houve equívoco” nas decisões que levaram ao “tarifaço” e às sanções, buscando corrigir rumos e fortalecer a parceria estratégica entre os dois países.
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Além das pautas comerciais e das sanções, auxiliares do presidente brasileiro indicaram que Lula pode aproveitar a ocasião para expressar suas preocupações em relação às investidas do governo Trump contra a Venezuela e a Colômbia. O presidente petista já se manifestou publicamente contra qualquer forma de intervenção em nações sul-americanas, uma posição que contrasta com as sinalizações feitas pelo chefe de Estado dos EUA.
Este encontro em solo malaio representa uma oportunidade crítica para rearranjar a relação bilateral, buscando restaurar o diálogo e a cooperação que foram afetados. A decisão sobre a política tarifária norte-americana, bem como as possíveis reconfigurações nas sanções e as discussões sobre a política regional, podem delinear um novo capítulo nas relações entre Brasília e Washington. Compreender o contexto das tarifas comerciais globais é essencial para avaliar o impacto dessas negociações bilaterais. Para aprofundar-se no tema, acesse o site da Organização Mundial do Comércio.
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Este próximo domingo marca um momento decisivo para a diplomacia entre Brasil e Estados Unidos, com as possíveis reduções de tarifas e a retomada do diálogo bilateral. Os resultados dessa cúpula terão impacto direto no cenário político e econômico de ambos os países. Continue acompanhando as análises e notícias sobre a política externa brasileira em nossa editoria de Política para não perder os desdobramentos.
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