Trump Anuncia Retomada de Testes Nucleares nos EUA

Economia

O presidente americano Donald Trump oficializou a retomada dos testes de armas nucleares nos Estados Unidos, marcando uma significativa inflexão na política de segurança do país que perdurava por mais de três décadas. A decisão foi anunciada publicamente, indicando uma postura reativa aos desenvolvimentos armamentistas de potências rivais como Rússia e China.

De acordo com Trump, essa iniciativa é vista como indispensável para que os Estados Unidos mantenham sua supremacia militar e tecnológica no cenário global. A justificativa apresentada é a necessidade de acompanhar o progresso de programas de testes nucleares conduzidos por outras nações.

Trump Anuncia Retomada de Testes Nucleares nos EUA

A determinação de retomar testes nucleares foi explicitada pelo próprio presidente em suas plataformas de redes sociais. Antes de se dirigir ao encontro com o presidente da China, Xi Jinping, na Coreia do Sul, Trump publicou que “Devido aos programas de testes de outros países, eu instruí o Departamento de Guerra a iniciar os testes de nossas armas nucleares em igualdade de condições.” Essa declaração foi feita a bordo do helicóptero Marine One, no caminho para o Aeroporto Internacional de Gimhae, onde aguardaria o líder chinês, em um dos primeiros encontros presenciais entre os dois chefes de estado desde 2019.

A retomada dos testes surge em um período de intensas tensões geopolíticas. O anúncio de Trump se alinha temporalmente com declarações anteriores de outros chefes de estado. Poucos dias antes, o presidente russo Vladimir Putin havia divulgado a bem-sucedida experimentação do torpedo nuclear Poseidon, conhecido também como “torpedo do Juízo Final”, além do míssil de cruzeiro Burevestnik, ambos propulsados por energia nuclear. Embora nenhum desses testes russos tenha envolvido a detonação de ogivas, eles foram amplamente interpretados por analistas internacionais como demonstrações claras de força em meio ao conflito na Ucrânia.

A preocupação com a modernização de arsenais nucleares alheios foi um ponto central na argumentação de Trump. Em sua publicação, ele reconheceu o imenso potencial destrutivo das armas nucleares, mas defendeu que a decisão de modernizar o arsenal era uma “questão sem escolha”. O presidente americano enfatizou que, atualmente, os Estados Unidos possuem o maior arsenal nuclear do mundo, sendo seguidos de perto pela Rússia. Trump projetou que a China, que tem expandido rapidamente suas capacidades, estará “parelha” com os EUA dentro de um período de cinco anos.

Após seu encontro com o presidente chinês Xi Jinping, o tema da capacidade nuclear voltou à tona em declarações de Trump a jornalistas a bordo do Air Force One. Ele mencionou que os locais específicos para os novos testes ainda estão sendo definidos. No entanto, o presidente reiterou sua convicção de que é “apropriado” que os Estados Unidos respondam e acompanhem o ritmo de desenvolvimento militar de seus principais rivais.

Dados de instituições de pesquisa corroboram a percepção de uma corrida armamentista crescente. O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), por exemplo, informou que o arsenal nuclear chinês praticamente duplicou nos últimos cinco anos e projeta que o país asiático poderá superar a marca de mil ogivas atômicas até o ano de 2030. Conforme a Associação de Controle de Armas, as últimas estimativas apontam que os Estados Unidos possuem cerca de 5.225 armas nucleares, enquanto a Rússia detém um total de 5.580 ogivas.

A postagem de Donald Trump ocorreu também a aproximadamente 100 dias da data de expiração do Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (conhecido como New Start), que está prevista para fevereiro de 2026. Esse tratado é o último acordo de controle nuclear de grande porte ainda em vigor entre as duas maiores potências nucleares do mundo, Estados Unidos e Rússia. Ele impõe um limite máximo de 1.550 ogivas nucleares por nação, sendo todas elas instaladas em mísseis de longo alcance que têm a capacidade de atingir alvos intercontinentais.

A moratória para testes nucleares dos Estados Unidos havia sido decretada em 1992, pelo então presidente George H.W. Bush, após o término da Guerra Fria, refletindo uma mudança na paisagem geopolítica global. O último teste nuclear realizado por Washington, nomeado “Divider”, aconteceu em 23 de setembro daquele ano. Este foi o 1.054º teste conduzido pelo país, de acordo com registros do Laboratório Nacional de Los Alamos, uma instituição historicamente ligada ao desenvolvimento da primeira bomba atômica. O teste ocorreu em uma instalação subterrânea localizada no estado de Nevada, aproximadamente 105 km ao norte de Las Vegas, um local que, segundo o Museu Nacional de Ciência e História Nuclear, vinculado à Instituição Smithsonian, pode ser reautorizado para futuros testes de armas nucleares.

A era nuclear americana teve início em julho de 1945, com o “Trinity Test”, a primeira detonação de uma bomba atômica no deserto de Alamogordo, Novo México. Meses depois, em agosto do mesmo ano, durante a Segunda Guerra Mundial, os EUA se tornaram a única nação a empregar armas nucleares em combate, com os bombardeios às cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.

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Em síntese, a decisão de Trump representa uma guinada significativa na política externa dos EUA, marcando o fim de uma era de restrições em testes nucleares. Essa movimentação é um reflexo das preocupações com a crescente militarização nuclear de nações como Rússia e China e pode ter profundas implicações para a segurança global e a estabilidade de tratados internacionais. Para continuar acompanhando as análises sobre o cenário geopolítico mundial e seus desdobramentos, convidamos você a explorar outras matérias em nossa categoria de Política.

Crédito da imagem: Divulgação

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