Trump Ameaça Operações Terrestres Contra Narcotráfico

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As recentes ações dos Estados Unidos contra o narcotráfico no Pacífico e Caribe sinalizam uma escalada, e o presidente Donald Trump ameaça operações terrestres na América Latina, aprofundando a estratégia de combate aos cartéis e a organizações consideradas terroristas. Essa postura agressiva marca um endurecimento das políticas americanas na região, após uma série de bombardeios navais que já resultaram em dezenas de mortes e na destruição de embarcações.

A ofensiva mais recente ocorreu na quarta-feira, dia 22, quando forças americanas explodiram um barco em águas internacionais, representando o segundo incidente do tipo em um intervalo de apenas 24 horas e, notavelmente, a primeira vez registrada no Oceano Pacífico. Esses eventos são precedidos por uma ação similar na terça-feira, dia 21, que infelizmente ceifou a vida de duas pessoas, enquanto o subsequente bombardeio de quarta-feira vitimou mais três indivíduos. A escolha do Pacífico como palco dessas operações demonstra uma expansão geográfica significativa da abordagem americana, anteriormente mais focada na região do Caribe.

Em declarações dadas na Casa Branca, o presidente Donald Trump abordou abertamente os ataques, reafirmando a legalidade das operações em águas internacionais. Segundo ele, os EUA possuem “autoridade legal” e “permissão para fazer isso”, o que justifica a intensificação das ações. O mandatário americano foi além, afirmando que ofensivas semelhantes poderiam, eventualmente, se estender para o solo. É neste contexto que

Trump Ameaça Operações Terrestres Contra Narcotráfico

, ampliando a preocupação entre os envolvidos na rota das drogas e nos governos latino-americanos. Trump destacou que “eles [os traficantes] estão chegando por terra e até mesmo por terra estão preocupados, porque eu disse a eles que esse será o próximo passo. Você sabe, o próximo será por terra.”

Estratégia Americano: Operações Abertas e o Papel do Congresso

A natureza exata dessas possíveis operações terrestres, assim como os locais onde seriam implementadas, não foram detalhadas pelo presidente Trump. Ele, no entanto, mencionou que o Secretário de Guerra se reportará ao Congresso para explicar as missões, mas ressaltou que não esperava que os parlamentares apresentassem objeções significativas. Questionado sobre a necessidade de autorização formal do Congresso para declarar guerra contra os cartéis, classificados como organizações terroristas, Trump declarou não considerar tal medida necessária. O governo americano já sustenta estar em conflito armado contra essas organizações. A determinação de Trump foi enfática: “Nós vamos matar pessoas que estão trazendo drogas para o nosso país. Ok. Nós vamos matá-los.”

A intensificação das operações reflete a prioridade dos Estados Unidos em combater o fluxo de entorpecentes, especialmente a cocaína, que tem a Colômbia como um dos principais produtores. O Oceano Pacífico, inclusive, consolidou-se como a principal rota de escoamento de drogas da América Latina em direção aos Estados Unidos. As relações entre os dois países foram marcadas, nos últimos dias, por uma troca de acusações entre Donald Trump e o presidente colombiano Gustavo Petro, adicionando tensão ao cenário regional.

O Caráter das Operações e a Envolvência no Caribe

Anteriormente, o foco da administração americana no combate ao narcotráfico concentrava-se majoritariamente no Mar do Caribe e em ações que envolviam diretamente o regime do ditador venezuelano Nicolás Maduro. Desde setembro, os militares americanos já haviam explodido sete barcos no Caribe, sob a alegação de que eram utilizados por “narcoterroristas” para o transporte de drogas, resultando na morte de 32 pessoas nessas operações. Nicolás Maduro, por sua vez, reagiu vigorosamente, afirmando na mesma quarta-feira, dia 22, que posicionou mais de 5 mil mísseis russos de defesa antiaérea em pontos estratégicos da Venezuela, em resposta à crescente pressão externa. Para um panorama mais amplo sobre a postura americana em relação a este tema, veja a análise da política antidrogas dos EUA na América, segundo o Council on Foreign Relations.

A história recente das relações EUA-Venezuela demonstra a volatilidade do cenário. No início do segundo mandato de Trump, houve tentativas de negociação entre representantes americanos e venezuelanos. Fontes indicam que o regime de Maduro chegou a sinalizar uma possível abertura para ceder aos Estados Unidos a exploração das vastas riquezas naturais da Venezuela em troca de sua própria sobrevivência política, o que implicaria em um distanciamento de adversários americanos como China e Rússia. No entanto, essas conversas não progrediram, e o relacionamento deteriorou-se drasticamente.

Trump Ameaça Operações Terrestres Contra Narcotráfico - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Escalada da Pressão e Atores Chave

Com o colapso das negociações, os Estados Unidos aumentaram consideravelmente a pressão sobre a Venezuela. Primeiramente, isso se manifestou no mar, com o deslocamento estratégico de navios de guerra e os subsequentes ataques aos barcos no Caribe. Subsequentemente, o presidente Trump autorizou operações da CIA, a agência de inteligência americana, em território venezuelano, o que representa um escalada ainda mais severa na tática de confrontação.

Um personagem de influência fundamental nessa mudança estratégica é o Secretário de Estado, Marco Rubio. Filho de imigrantes cubanos, Rubio é conhecido por sua postura firmemente crítica aos regimes de Fidel e Raúl Castro em Cuba, bem como ao chavismo na Venezuela. Para ele, a única alternativa viável para o impasse político na Venezuela é a remoção de Nicolás Maduro do poder. Em todas as discussões que envolvem a Venezuela, o presidente Trump demonstra consistentemente dar espaço para o Secretário de Estado expor suas perspectivas e planos.

De acordo com Will Freeman, renomado pesquisador de América Latina no Council on Foreign Relations, a administração Trump persegue dois objetivos centrais na região: o primeiro é deter o narcotráfico, enquanto o segundo e igualmente importante é remover Nicolás Maduro do poder. Freeman percebe uma divisão de opiniões dentro da Casa Branca, com a corrente representada por Marco Rubio, que advoga pela deposição de Maduro, ganhando ascendência e liderando ativamente a redefinição da estratégia americana na região.

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A possibilidade de operações terrestres nos países latino-americanos por parte dos Estados Unidos marca um novo capítulo na guerra contra as drogas, expandindo a frente de combate e gerando um impacto regional inegável. Fique atento às nossas atualizações na editoria de Política para acompanhar o desenrolar dessa situação complexa.

Crédito da imagem: Reprodução/TV Globo

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