Trégua Israel Hamas em Gaza: Palestinos Retornam Após Conflito

O início da trégua entre Israel e Hamas, mediada pelos Estados Unidos, marca um momento crucial na Faixa de Gaza. Milhares de palestinos começaram a retornar ao norte do território neste sábado (11), dois anos após o acirramento do conflito que deixou mais de 67 mil mortos e causou uma devastação massiva na região.

A madrugada de sábado representou um alívio para os moradores, que puderam vivenciar a primeira noite sem bombardeios desde a implementação do cessar-fogo. Esta é a fase inicial de um plano de paz ambicioso, proposto pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump. As horas seguintes são vistas como determinantes, com a expectativa da troca de cerca de dois mil prisioneiros palestinos pelos reféns israelenses remanescentes, que se encontram ainda com vida.

As tropas israelenses realizaram um recuo parcial, conforme previsto na primeira etapa do acordo estabelecido e mediado pelos EUA. Este arranjo visa fundamentalmente interromper a guerra prolongada que devastou amplas áreas palestinas e resultou em um enorme número de fatalidades.

Trégua Israel Hamas em Gaza: Palestinos Retornam Após Conflito

Organizações humanitárias como o Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC), bem como representantes da ONU e outros parceiros, prontamente manifestaram à agência de notícias AFP sua capacidade de expandir maciçamente as operações em Gaza. O Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, em particular, já obteve a autorização de Israel para encaminhar 170 mil toneladas de ajuda humanitária, delineando um plano de resposta emergencial para os primeiros 60 dias do cessar-fogo.

A sensação de alívio e gratidão foi palpable entre a população. “É uma sensação indescritível; graças a Deus”, afirmou Nabila Basal à AFP, enquanto acompanhava sua filha, ferida na cabeça durante os enfrentamentos. “Estamos muito, muito felizes que a guerra tenha acabado e o sofrimento tenha cessado.”

A Retirada Israelense e a Visita de Autoridades

Para supervisionar a retirada das tropas israelenses em Gaza, o enviado do presidente Donald Trump, Steve Witkoff, esteve no território na manhã deste sábado. Ele foi acompanhado pelo almirante Brad Cooper, chefe do Comando Central das Forças Armadas dos Estados Unidos (CENTCOM), que, em comunicado oficial, reiterou a participação na formação de uma força-tarefa de apoio aos esforços de estabilização em Gaza, com a ressalva de que não haverá envio de tropas americanas à região, segundo a rádio do Exército israelense.

A Contagem Regressiva para a Libertação dos Reféns

Com a fase de retirada israelense concluída na sexta-feira — as forças permanecem fora das principais áreas urbanas, mas mantêm controle sobre cerca da metade da área territorial —, iniciou-se a expectativa para a libertação dos reféns sob poder do Hamas. A previsão é que a troca ocorra em até 72 horas.

A ansiedade é grande entre as famílias. “Estamos muito ansiosos, esperando nosso filho e os outros 48 reféns”, declarou Hagai Angrest, pai de Matan, um dos aproximadamente 20 israelenses que se estima estarem ainda vivos. “Estamos aguardando a ligação.” Vinte e seis reféns foram declarados mortos, e a localização de outros dois permanece desconhecida até o momento. Conforme estipulado pelo pacto, após a libertação dos reféns, espera-se que 250 palestinos sentenciados a longas penas, juntamente com 1.700 outros detidos durante o conflito, sejam soltos. A assistência humanitária também foi garantida, com a previsão da entrada diária de centenas de caminhões carregados de alimentos e medicamentos em Gaza.

Incertezas e Desafios para uma Paz Duradoura

Apesar dos avanços trazidos pelo cessar-fogo e pela troca de prisioneiros, considerada a maior conquista para encerrar dois anos de hostilidades, a perspectiva de uma paz duradoura no plano de 20 pontos proposto por Donald Trump ainda é incerta. Questões críticas como a futura administração de Gaza e o destino do Hamas, que consistentemente rejeita as exigências de desarmamento de Israel, persistem sem solução.

Em pronunciamento na Casa Branca, Trump expressou otimismo de que o cessar-fogo será mantido, afirmando: “Todos estão cansados de lutar”. O ex-presidente mencionou haver um “consenso” quanto aos próximos passos, embora tenha admitido que detalhes ainda precisam ser finalizados. Tanto israelenses quanto palestinos receberam o anúncio do acordo com celebração, esperando que este fim de conflito garanta o retorno dos últimos reféns capturados durante o ataque inicial do Hamas, que deu início à guerra.

Próximos Passos e a Visita Presidencial à Região

O ataque que deflagrou o conflito ocorreu em 7 de outubro de 2023, visando cidades israelenses, bases militares e um festival de música, resultando na morte de 1.200 pessoas, predominantemente civis, e no sequestro de 251 reféns. Conforme análises sobre o conflito no Oriente Médio, a complexidade dos diálogos envolve múltiplos atores. Donald Trump, por sua vez, tem viagem marcada para a região na próxima segunda-feira, quando discursará no Parlamento israelense (Knesset), tornando-se o primeiro presidente dos Estados Unidos a fazê-lo desde George W. Bush em 2008. Além de Israel, Trump confirmou visita ao Egito e adiantou a expectativa de que outros líderes mundiais também participarão dos encontros para discussões.

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Em suma, a trégua entre Israel e Hamas representa um marco, embora incerto, na longa história de conflito da região. A libertação dos reféns e o retorno gradual à normalidade em Gaza são passos fundamentais, mas os desafios políticos e humanitários persistirão. Para entender melhor o contexto geopolítico que culmina em situações como a trégua entre Israel e Hamas, e as projeções futuras para a região, confira outras análises sobre política internacional em nosso portal.

Crédito da imagem: Com AFP