Dois técnicos de enfermagem foram presos preventivamente pela Polícia Civil em Porto Alegre, na última segunda-feira, 13 de maio. A ação é resultado de uma investigação que apura a suspeita de crime sexual cometido contra uma paciente de 39 anos internada no Hospital Ernesto Dornelles, na capital gaúcha. Os indivíduos não tiveram suas identidades reveladas, conforme determinação legal, e foram detidos após evidências apontarem para seus envolvimentos nos fatos.
Um dos técnicos é investigado por ter, supostamente, praticado toques na vítima sob o pretexto de realizar um exame íntimo desnecessário, enquanto o outro profissional estaria envolvido na tentativa de encobrir o ocorrido. O incidente teria acontecido em 22 de julho, data em que a 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) iniciou as apurações, culminando nas recentes prisões preventivas. A determinação judicial das detenções baseou-se no crime de violação sexual mediante fraude.
Prisão de Técnicos de Enfermagem por Abuso em Hospital de Porto Alegre
A paciente, de 39 anos, relatou à polícia ter estranhado o procedimento que um dos técnicos de enfermagem, de 31 anos, disse ser um “exame íntimo”. Sentindo que algo estava errado, ela procurou o chefe do setor, de 55 anos, sem saber, inicialmente, que ele seria o possível cúmplice nos atos. A delegada Thaís Dias de Quebech detalhou a sequência dos acontecimentos. Segundo a autoridade policial, após a comunicação da vítima ao superior hierárquico, houve uma tentativa de “desconversar” e “abafar” a situação. Contudo, a persistência da paciente, que continuava a desconfiar da conduta dos profissionais, a levou a comunicar a outros membros da equipe do hospital.
Esse segundo comunicado desencadeou uma investigação interna mais aprofundada. O hospital iniciou uma verificação que incluiu as imagens de segurança. As gravações das câmeras foram cruciais para identificar quem havia acessado o quarto da paciente e praticado os supostos atos sexuais. Essa evidência material forneceu a base para o avanço da investigação policial e a consequente emissão dos mandados de prisão.
O Hospital Ernesto Dornelles se manifestou publicamente sobre o caso. Por meio de uma “Nota de Esclarecimento”, a instituição informou que “tão logo teve conhecimento da denúncia, prestou atendimento imediato e acolhimento integral à paciente e sua família”. Em colaboração direta com a família da vítima, o hospital tomou a iniciativa de registrar formalmente a ocorrência junto às autoridades competentes, visando à completa elucidação e investigação policial dos fatos. Além disso, a nota confirmou que os empregados envolvidos na denúncia foram sumariamente desligados de suas funções na instituição.
A nota oficial do Hospital Ernesto Dornelles reafirma seu compromisso contínuo em cooperar com as investigações, que devem prosseguir sob sigilo e com rigor ético, priorizando a segurança e a não exposição da paciente. Com 63 anos de história, desde sua inauguração em 30 de junho de 1962, o hospital destaca sua missão de proporcionar assistência integral e qualificada à saúde da comunidade gaúcha, pautando sua essência pela ética, segurança do paciente, humanização do cuidado, responsabilidade social e melhoria contínua de processos assistenciais. A instituição declara tolerância zero a condutas incompatíveis com seus valores, informando que tem aprimorado protocolos, fortalecido rotinas de prevenção e capacitado suas equipes para garantir um ambiente seguro e de respeito para todos. Permanece à disposição das autoridades e dos familiares envolvidos, dentro dos limites legais, para todos os esclarecimentos necessários.
O Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS) também emitiu uma nota a respeito do caso. O Conselho acompanha a situação desde 27 de julho, quando recebeu a denúncia sobre o ocorrido com os dois técnicos de enfermagem do Hospital Ernesto Dornelles. A entidade informou que a análise do caso tramita sob sigilo, conforme os procedimentos legais e ético-disciplinares aplicáveis à categoria profissional. Este acompanhamento pode levar à abertura de um processo ético-disciplinar contra os profissionais, no qual terão garantido o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Imagem: g1.globo.com
O Coren-RS reiterou que a legislação prevê diversas sanções para esses casos, que podem variar desde uma advertência formal até a cassação do direito ao exercício profissional da Enfermagem. O Conselho reafirma o seu compromisso inabalável com a defesa da ética na profissão e com a proteção da sociedade, assegurando que todas as apurações serão conduzidas de forma responsável e rigorosa. Para informações mais detalhadas sobre o código de ética profissional, é possível consultar os materiais do Conselho Federal de Enfermagem em seu site oficial, que normatiza a conduta dos profissionais.
A natureza das prisões foi categorizada como violação sexual mediante fraude, conforme entendimento da 2ª Vara Regional de Garantias. A decisão judicial que decretou a prisão preventiva dos técnicos considerou o risco de continuidade delitiva, ou seja, a possibilidade de que novos atos semelhantes pudessem ser cometidos caso os suspeitos permanecessem em liberdade, sublinhando a gravidade das acusações e a necessidade de proteção à sociedade.
Confira também: crédito imobiliário
Este grave incidente no Hospital Ernesto Dornelles reforça a importância da vigilância e do rigor ético nos ambientes de saúde. A Polícia Civil e as instituições envolvidas seguem trabalhando para que a justiça seja feita. Para acompanhar mais notícias sobre eventos importantes em cidades brasileiras e temas relacionados à segurança pública e à atuação de conselhos profissionais, convidamos você a continuar navegando pelas nossas editorias, especialmente a de Cidades em nosso portal.
Crédito da imagem: Diogo Zanatta/Especial
🔗 Links Úteis
Recursos externos recomendados