Taxas de Saque no Exterior: Onde Custam Mais e Menos?

Economia

Viajar para fora do país implica em planejamento financeiro detalhado, e as taxas de saque no exterior são um dos custos frequentemente negligenciados. Um estudo recente da Wise revela uma discrepância notável: países da América do Sul e da Ásia impõem as maiores tarifas sobre o valor sacado, em contraste com a Europa, onde os custos são sensivelmente menores. Essa análise oferece uma perspectiva crucial para quem planeja utilizar caixas eletrônicos em viagens internacionais, destacando os destinos mais e menos vantajosos financeiramente.

O levantamento foi embasado na compilação de 9,7 milhões de operações de saque realizadas com cartões da Wise em diversos locais ao redor do mundo. Os dados, coletados entre fevereiro e julho de 2025, fornecem uma fotografia atualizada dos encargos bancários para quem busca acesso a dinheiro em espécie enquanto explora outros países. As descobertas enfatizam a necessidade de os viajantes estarem bem informados para evitar despesas inesperadas e maximizar seus recursos.

Taxas de Saque no Exterior: Onde Custam Mais e Menos?

A pesquisa da Wise aponta que a França se destaca como um dos países com os custos mais reduzidos globalmente para sacar dinheiro, com uma taxa de apenas 0,07% sobre o montante retirado. Este percentual é um indicativo do padrão observado em grande parte do continente europeu, que, tradicionalmente, exibe menores encargos para a realização de saques. Outros destinos europeus bastante procurados confirmam essa tendência de baixo custo. Em Portugal, a taxa para o saque foi de 0,60%, enquanto na Itália registrou 0,41% e no Reino Unido, 0,20%. Estes números demonstram uma política de tarifas mais amena em comparação com outras regiões do globo, beneficiando os viajantes que visitam esses países.

Em contraste direto com a Europa, dois países sul-americanos apresentaram algumas das maiores tarifas de saque em todo o planeta. A Argentina impõe uma taxa expressiva de 20,51% sobre o valor retirado, seguida de perto pela Colômbia, com 16,66%. Esses percentuais acentuados alertam os viajantes para o planejamento cuidadoso de suas finanças ao visitar esses destinos. Além destes, outros países na América do Sul também mostram custos variáveis para o acesso a dinheiro. O Chile, um popular ponto turístico, aplica uma taxa de 5,55%, enquanto o Peru tem uma cobrança de 2,98%. Estes valores, embora menores que os dos campeões de tarifas na região, ainda são consideravelmente mais altos que os praticados em economias europeias, o que reforça a importância de considerar o custo de sacar dinheiro no exterior antes de viajar.

Na América do Norte, os Estados Unidos, que figura como um destino recorrente tanto para fins de turismo quanto de negócios, registra uma taxa de 2,05% sobre o valor dos saques. Já no continente asiático, o cenário é de maior variação, conforme revelado pelo estudo. A China surpreende com uma das cobranças mais baixas, de apenas 0,05%, quase alinhada com os valores da França. O Japão, por sua vez, cobra 0,87% para saques em caixas eletrônicos. No entanto, o cenário muda drasticamente em outras partes da Ásia. A Coreia do Sul tem uma taxa de 5,80%, o que representa um salto de 138% em relação às cobranças de 2024. A Tailândia também se mostra menos amigável para saques, com 2,50%, e nas paradisíacas Maldivas, o custo para retirar dinheiro é de 3,31%.

O Vietnã assume a posição de campeão nas taxas de saque, de acordo com o levantamento da Wise. O país asiático aplica uma tarifa de 27,10% sobre o valor sacado, uma elevação surpreendente de 1.341% em comparação com as cobranças de 2024, evidenciando uma mudança drástica nas políticas de saque. Até mesmo no Brasil, os visitantes internacionais enfrentam custos para saques. A porcentagem cobrada nos caixas eletrônicos nacionais, conforme o estudo, é de 1,01%, o que representa um aumento de 4,12% em relação aos valores praticados no ano anterior. É evidente que as taxas para saque internacional são um fator preponderante no orçamento de viagens, e os custos podem variar de forma muito significativa, impactando a experiência do viajante.

Diante da grande variação de taxas de saque no exterior, Helene Romanzini, Gerente de Marketing de Produto da Wise para América Latina, África e Oriente Médio, oferece algumas estratégias valiosas para que os viajantes consigam gerir melhor seus gastos e minimizar custos:

  • Sempre pague na moeda local: Ao usar um caixa eletrônico ou máquina de cartão de crédito/débito, opte por processar a transação na moeda do país que está visitando, e não na sua moeda de origem. Essa prática evita a Conversão Dinâmica de Moeda (DCC), que frequentemente esconde margens de lucro adicionais sobre a cotação oficial.
  • Minimize o uso de dinheiro em espécie: Sempre que possível, utilize um cartão que não cobre taxas de transação internacional para fazer compras, reduzindo a necessidade de usar caixas eletrônicos para sacar dinheiro.
  • Opte por contas e cartões de débito isentos de tarifas: Considere a abertura de uma conta global multi moeda, frequentemente chamada de travel money. Essas contas são projetadas para evitar sobretaxas de câmbio e altas tarifas nas operações de saque em diferentes moedas, proporcionando economia. Para saber mais sobre como gerenciar dinheiro em viagens internacionais, você pode consultar o site da própria Wise, que oferece diversos recursos para viajantes.
  • Use caixas eletrônicos de bancos: Prefira retirar dinheiro em caixas eletrônicos que estão fisicamente localizados em agências bancárias e durante o horário de funcionamento do banco. Eles são geralmente mais seguros e tendem a ter menos taxas adicionais do que caixas eletrônicos independentes, comuns em áreas turísticas.
  • Faça menos saques, mas de valores maiores: Se o seu cartão possuir uma taxa fixa por cada saque, realizar menos operações, mas com montantes maiores, pode ser mais econômico do que fazer muitos saques pequenos.
  • Verifique os limites diários: É crucial estar ciente tanto do limite diário imposto pelo seu banco para saques quanto de quaisquer limites estabelecidos pelos caixas eletrônicos estrangeiros. Isso evita frustrações ao tentar retirar dinheiro.
  • Informe seu banco antes de viajar: Sempre comunique ao seu banco seus planos de viagem com antecedência. Esta medida ajuda a prevenir bloqueios inesperados do seu cartão, que podem ser acionados por atividades que pareçam suspeitas. Verifique também as tarifas específicas que seu banco cobra por saques internacionais.
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Em suma, as informações fornecidas pela Wise revelam um panorama complexo e variado das taxas de saque internacional. Compreender essas diferenças é fundamental para planejar uma viagem sem imprevistos financeiros e economizar em transações cambiais. Seja na escolha da moeda para pagamento ou na seleção do local para saque, cada decisão pode impactar diretamente o seu bolso. Para ficar por dentro de mais análises e dicas financeiras que otimizam suas viagens, continue acompanhando a nossa editoria de Economia.

Crédito da imagem: Divulgação/Wise

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