As taxas de turistas em São Paulo estão se tornando um mecanismo cada vez mais comum entre as cidades com vocação turística do estado. Essas localidades estão implementando cobranças ou desenvolvendo novos projetos de lei para instituir tarifas ambientais de visitantes. O objetivo primordial dessas medidas é gerenciar e mitigar os impactos gerados pelo intenso fluxo turístico, garantindo recursos para projetos de preservação ambiental e aprimoramento da infraestrutura local.
Uma das cidades que avançou com essa proposta é Campos do Jordão, no interior paulista. O município, conhecido por seu clima ameno e arquitetura europeia, terá uma Taxa de Preservação Ambiental (TPA) de R$ 13,48 por dia para cada veículo que adentrar seus limites. A medida já foi aprovada pela Câmara Municipal, e a implementação aguarda apenas a sanção do prefeito. A receita proveniente dessa taxa é destinada exclusivamente a projetos de natureza ambiental, visando compensar a pegada ecológica imposta pela presença de milhares de turistas.
Taxas de Turistas em SP: Conheça as Cidades e Valores
No litoral de São Paulo, a iniciativa de instituir cobranças similares também ganha força. São Sebastião e Ilhabela estão na lista das localidades que adotarão tarifas ambientais para seus visitantes. Em São Sebastião, o valor da taxa será de R$ 20 por carro. Já Ilhabela, uma ilha que exige travessia por balsa, estabeleceu um montante de R$ 48, com previsão de entrada em vigor para dezembro deste ano.
A situação geográfica particular de Ilhabela, acessível unicamente via São Sebastião, pode gerar um cenário peculiar para o turista. Caso a fila para o embarque na balsa seja demorada e o visitante leve mais de duas horas entre a chegada a São Sebastião e a efetiva travessia para a ilha – um acontecimento não incomum em períodos de alta temporada –, ele poderá ser compelido a pagar ambas as taxas ambientais. Reinaldo Moreira, prefeito de São Sebastião, justificou a medida afirmando que “a fila nos traz grandes transtornos em relação à parte de controle de trânsito, lixo, poluição sonora, as pessoas na rua. Quem vier nos visitar pode dar uma pequena contribuição, para que a gente possa continuar cuidando de uma cidade cada vez melhor para eles”.
Modelos de cobrança similares já são adotados com sucesso em destinos turísticos renomados pelo Brasil, servindo de exemplo para as cidades paulistas. Locais como Fernando de Noronha (PE), conhecida por sua rigorosa política de preservação ambiental, Jericoacoara (CE) e Bombinhas (SC), já utilizam tarifas para a gestão dos impactos do turismo. Um exemplo é a Taxa de Preservação Ambiental (TPA) de Fernando de Noronha, cujos valores e regras podem ser conferidos em detalhes em plataformas de notícias como o G1.
No litoral norte paulista, Ubatuba já está com o sistema de cobrança em plena operação desde 2023. A taxa diária para o visitante varia consideravelmente, de R$ 3,69 a até R$ 97, dependendo do tipo de veículo e tempo de permanência. Essa arrecadação já se mostrou substancial, com a prefeitura acumulando quase R$ 120 milhões destinados a projetos focados na redução de impacto ambiental e melhoria da infraestrutura turística. A medida divide opiniões entre os turistas; enquanto a vendedora Eleice Diniz expressa aprovação, “Se for pela limpeza da cidade, para nós turistas, é muito bom”, o vendedor Guilherme Romano manifesta preocupação com o custo adicional, “A gente tem que parar para comer no meio do caminho, tem o pedágio. Então é um custo a mais”.

Imagem: g1.globo.com
Nem mesmo o turismo religioso escapará da tendência. Em Aparecida, que atrai cerca de 10 milhões de visitantes por ano para o Santuário Nacional, um projeto de lei para a instituição de uma taxa já foi encaminhado à Câmara Municipal. A expectativa é que essa cobrança possa contribuir para melhorias em segurança e logística para os romeiros e visitantes. A empresária Luana Lockes vê a medida de forma positiva: “Melhorar a segurança para o turista, melhorar a logística também do transporte, acho válido, eu acho importante”.
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A proliferação das taxas de turistas em São Paulo e em outros destinos demonstra uma mudança na percepção do custo-benefício do turismo, com as cidades buscando equilibrar o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade e a preservação dos seus patrimônios naturais e culturais. O impacto dessas medidas nas finanças dos viajantes é inegável, mas a expectativa é que a longo prazo resultem em destinos mais bem cuidados e experiências mais qualificadas para todos. Para continuar acompanhando as notícias sobre políticas públicas e o desenvolvimento das cidades turísticas no estado, acesse a nossa seção de Cidades em horadecomecar.com.br/cidades.
Imagens: TV Globo
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