O governador de São Paulo, Tarcísio defende guinada na segurança pública brasileira, classificando a recente operação policial no Rio de Janeiro como uma chance decisiva para o país. Para ele, o momento é propício para combater eficazmente as organizações criminosas, consideradas o maior obstáculo ao avanço nacional. Essa afirmação veio após Tarcísio de Freitas (Republicanos) participar de um encontro com governadores, convocado pelo governador carioca Cláudio Castro (PL).
“Temos uma vasta oportunidade de realizar uma virada de jogo substancial na segurança pública”, declarou Tarcísio ao sair de um evento de premiação para empresas, promovido pela revista Veja Negócios, na noite da última quinta-feira (30), em São Paulo. O chefe do executivo paulista sublinhou a urgência de uma reformulação nas estratégias de enfrentamento ao crime organizado.
Tarcísio defende guinada na segurança pública após ação no Rio
Durante suas explanações, Tarcísio de Freitas advogou fervorosamente pela equivalência das facções criminosas a grupos terroristas. Segundo o governador, as ações desenvolvidas por esses grupos armados em solo brasileiro legitimam tal classificação, conferindo-lhes um novo status no debate sobre o combate ao crime e, por consequência, abrindo caminho para o emprego de medidas mais rigorosas e abrangentes no setor de segurança.
A tese da equiparação foi acompanhada de um apelo à colaboração entre diferentes esferas governamentais, incluindo o apoio do governo federal. Nesse sentido, discussões sobre o aprimoramento da legislação federal contra o crime organizado são constantemente pautadas por entidades como o Ministério da Justiça e Segurança Pública, evidenciando a busca por um arcabouço legal mais robusto para a segurança nacional. Como exemplo de sucesso de trabalho conjunto, Tarcísio citou a abordagem multidisciplinar no combate ao uso e tráfico de drogas na Cracolândia, em São Paulo, evidenciando a eficácia quando diversas entidades trabalham em conjunto para um objetivo comum de segurança e bem-estar social.
O governador também usou suas plataformas sociais para divulgar parte de sua participação na reunião conduzida por Castro. Por meio de videoconferência, Tarcísio transmitiu mensagens contundentes: “não é mais admissível tratar o criminoso como vítima” e que “não haverá desenvolvimento para o Brasil sem a devida ordem”. A necessidade de unir esforços na “guerra contra a criminalidade” foi um ponto recorrente em seu discurso, reforçando a seriedade do desafio imposto às autoridades.
Adicionalmente, Tarcísio de Freitas assegurou ter colocado à disposição do Rio de Janeiro o suporte das forças policiais paulistas, solidificando o compromisso de seu estado na segurança interestadual. Para ele, é crucial que as leis sejam revisadas e endurecidas, de modo a desestimular a prática de atos ilícitos e garantir a ordem pública. “O Estado tem a responsabilidade de proteger o cidadão ordeiro, que labuta e contribui para o progresso do Brasil. As facções e organizações que causam tamanho sofrimento à população devem ser devidamente caracterizadas pelo que realmente são: terroristas”, enfatizou.
No evento da Veja Negócios, Tarcísio fez referências veladas à próxima disputa eleitoral, mesmo publicamente refutando a possibilidade de uma candidatura presidencial e se declarando aspirante à reeleição no governo de São Paulo. Sem menção explícita ao governo federal, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador criticou veementemente a descontrole fiscal. “É improdutivo esbanjar recursos sem considerar as consequências futuras, pois a conta, invariavelmente, chega”, alertou o chefe do executivo estadual, indicando preocupação com a responsabilidade orçamentária.
Imagem: Pablo Jacob via valor.globo.com
Ainda nesse evento, Tarcísio de Freitas reiterou sua visão sobre o papel governamental, afirmando que “o Estado deve, acima de tudo, evitar ser um empecilho para o empresariado”. Ele continuou a enaltecer o setor privado em outra cerimônia noturna de quinta-feira, ao ser homenageado pela Câmara de Comércio França-Brasil de São Paulo. Na ocasião, manifestou seu empenho em otimizar o ambiente de negócios para companhias dos dois países e defendeu o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, visando estreitar laços econômicos e comerciais.
O evento da entidade francesa contou com a presença de diversos secretários estaduais: Gilberto Kassab (Governo), Guilherme Afif Domingos (Projetos Estratégicos), Lais Vita (Comunicação) e Marilia Marton (Cultura), além de Samo Tosatti, chefe da Assessoria Internacional do Governo do Estado de São Paulo. Previamente, durante a tarde, no Palácio dos Bandeirantes, ao anunciar um aporte de R$ 380 milhões para a área da saúde, Tarcísio elogiou o vice-governador paulista Felicio Ramuth (PSD) e salientou a gestão da Cracolândia como um dos desafios mais intrincados de sua administração, destacando a complexidade da questão social e de segurança pública.
“Muitos não compreendem a dimensão do nosso trabalho [na Cracolândia], e temos muito a oferecer em conhecimento e experiência”, disse o governador. A discussão em torno da segurança pública foi intensificada após a operação no Rio de Janeiro, que, como mencionado, resultou na morte de 121 indivíduos, incluindo quatro agentes policiais, colocando a atuação das forças de segurança e a necessidade de estratégias renovadas no centro do debate nacional e gerando mobilização de lideranças estaduais.
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A complexidade dos desafios da segurança pública, realçada pela perspectiva do governador Tarcísio de Freitas, demonstra a necessidade urgente de estratégias multifacetadas e de cooperação intensa entre as diversas instâncias de poder. O debate sobre a segurança nacional ganha novos contornos, pautados pela resposta a incidentes críticos e pela revisão contínua de políticas e legislações. Para acompanhar de perto esses e outros desdobramentos cruciais no cenário político brasileiro, e entender o impacto das decisões de nossos líderes, continue navegando em nossa editoria de Política.
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