SUS Vale Paraíba: 1,7 mil atendimentos de câncer de mama anuais

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O Sistema Único de Saúde (SUS) no Vale do Paraíba contabiliza uma média anual de aproximadamente 1,7 mil atendimentos e procedimentos hospitalares destinados a pacientes com câncer de mama. Este volume expressivo de assistência destaca tanto a prevalência da doença quanto a capacidade e a dedicação do sistema público de saúde em lidar com o problema na região. Dados recentes, obtidos por meio de um levantamento, indicam uma ampliação considerável nos serviços oferecidos, refletindo a crescente demanda por diagnóstico e tratamento.

Uma análise detalhada dos registros hospitalares relacionados ao câncer de mama na região revela um panorama dinâmico. Entre os anos de 2022 e 2024, houve um incremento de 29% no número total de procedimentos realizados. Especificamente, 2022 registrou 1.286 procedimentos, enquanto em 2024 este número subiu para 1.655. Em contraste, ao comparar os dados de 2023 com 2024, observou-se uma leve diminuição de 3,8% nos atendimentos. Este estudo abrangente foi compilado pela Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo a pedido do g1.

SUS Vale Paraíba: 1,7 mil atendimentos de câncer de mama anuais

Os números apresentados anualmente oferecem uma visão clara da variação na prestação de serviços para o combate ao câncer de mama pelo Sistema Único de Saúde no Vale do Paraíba. No ano de 2022, foram registrados 1.286 procedimentos. O ápice ocorreu em 2023, com um total de 1.721 procedimentos. Já em 2024, o registro foi de 1.655 procedimentos. Para o ano de 2025, o balanço parcial, cobrindo o período de janeiro a agosto, já indicava 983 procedimentos realizados, confirmando a constante necessidade de atenção à doença.

Segundo as diretrizes do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é a forma mais comum de tumor que afeta mulheres no Brasil, sendo responsável por aproximadamente 25% de todas as ocorrências de tumores femininos. Apesar de sua maior incidência no público feminino, é fundamental reconhecer que homens também podem desenvolver a condição. Contudo, em casos masculinos, a doença é considerada rara, representando cerca de 1% do total dos diagnósticos. Este fato sublinha a importância da informação e da autoavaliação contínua para ambos os sexos. Para aprofundar o conhecimento sobre as estatísticas e os métodos de enfrentamento da doença, recomenda-se a consulta à página oficial do INCA sobre o câncer de mama, que oferece recursos confiáveis e atualizados.

Outubro Rosa: Uma Década de Mobilização pela Conscientização

A campanha “Outubro Rosa”, que ocorre todos os anos no décimo mês do calendário, é uma iniciativa global focada na prevenção e no controle do câncer de mama. Sua origem remonta ao início da década de 1990, idealizada pela Fundação Susan G. Komen for the Cure. No Brasil, a mobilização teve início marcante em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera, um emblemático ponto turístico de São Paulo, foi o primeiro a receber iluminação na cor rosa, universalmente reconhecida como o símbolo da causa. A partir daquele momento pioneiro, a campanha floresceu e se disseminou por todo o país, ganhando a adesão irrestrita de instituições governamentais, organizações civis e entidades da área da saúde, todos unidos no propósito de educar e alertar a população para a detecção precoce.

Juliana Rodrigues: O Testemunho de uma Luta e a Força da Conscientização

A experiência de Juliana Rodrigues, uma residente de Cruzeiro, reflete a dura realidade e a superação diante do câncer de mama. Aos 41 anos, em julho de 2018, Juliana, que na época trabalhava como confeiteira, recebeu o diagnóstico de um câncer de mama invasivo, caracterizado por sua natureza agressiva. “Eu tinha um tumor medindo 2 centímetros. Meu chão se abriu, pois o médico que fez o ultrassom me disse que o caso era grave. Minha fé me fez forte, porque mesmo essa situação tendo me abalado muito, nunca pensei em coisas negativas”, compartilhou Juliana sobre o impacto inicial e sua resiliência.

Sem acesso a um plano de saúde e preocupada com a espera pelo atendimento público, Juliana decidiu custear sua cirurgia. Quatro meses após o diagnóstico, em novembro do mesmo ano, o procedimento foi realizado; o tumor já havia crescido para 5 centímetros. O tratamento seguiu-se rigorosamente: em 21 de janeiro de 2019, Juliana iniciou a quimioterapia na Santa Casa de São José dos Campos. Posteriormente, ela passou por 38 sessões de radioterapia no Hospital Maternidade Frei Galvão, em Guaratinguetá. O ciclo terapêutico completo foi finalizado em setembro de 2019, marcando uma fase de intensa dedicação à sua recuperação.

Mesmo após o término da fase mais intensiva do tratamento, Juliana continuou seu percurso. Em 2020, foi submetida à cirurgia de reconstrução mamária e segue, atualmente, com uso de medicação oral, com previsão de término apenas para 2029. O período do seu tratamento foi atravessado por adversidades pessoais significativas. Juliana cuidou de sua mãe após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), enfrentou a perda de sua tia para outro tipo de câncer, vivenciou o falecimento de seu ex-companheiro durante a pandemia de 2020 e, em 2022, perdeu sua avó, também vítima de AVC. “O período do meu tratamento não foi nada fácil”, destacou.

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Imagem: g1.globo.com

Atualmente casada e considerando-se curada, Juliana atribui sua vitória à sua fé inabalável. Com sua história de superação, ela busca inspirar outras mulheres diagnosticadas, encorajando-as a não desistir e a lutar. Sua mensagem final ressalta a importância vital da prevenção: “É muito importante fazer todos os exames preventivos e o autoexame, pois, quanto mais cedo o diagnóstico, mais eficaz será o tratamento. O câncer de mama tem cura e eu sou a prova viva disso”, concluiu, reiterando a necessidade de vigilância constante e ação precoce.

Orientações Médicas: Sintomas a Observar e Estratégias de Prevenção

O oncologista Henrique Zanoni Fernandes, integrante do Instituto de Oncologia do Vale (IOV), enfatiza a importância de homens e mulheres estarem atentos a possíveis alterações em seus corpos, que podem ser indicativos de câncer de mama. Embora exames específicos sejam cruciais para o diagnóstico, a observação de sintomas é um primeiro e fundamental passo. Ele elenca os principais sinais de alerta que devem levar à busca por avaliação médica:

  • Identificação de um nódulo (caroço) com consistência endurecida e indolor na mama ou axila.
  • Percepção de vermelhidão ou qualquer alteração na coloração da pele da mama.
  • Presença de textura ou aparência que remeta à “casca de laranja” na pele mamária.
  • Retração ou mudança na forma do mamilo.
  • Secreção espontânea, especialmente se apresentar caráter sanguinolento, proveniente do mamilo.
  • Sensação de dor persistente em uma das mamas ou axilas que não cede.

Além do reconhecimento dos sintomas, o especialista também reitera uma série de recomendações para reduzir a exposição a fatores de risco e otimizar a prevenção. Destaca-se a realização de mamografias de rotina a partir dos 40 anos, mesmo na ausência de sintomas. Para indivíduos com histórico familiar de câncer de mama, o rastreamento deve ser iniciado precocemente, conforme orientação médica. O exame clínico das mamas é aconselhado a partir dos 20 anos como parte da rotina de saúde. A manutenção de um estilo de vida saudável é um pilar preventivo essencial, incluindo:

  • Controle do peso corporal para se manter em faixas saudáveis.
  • Prática regular de atividades físicas.
  • Evitar rigorosamente o consumo de álcool e tabaco.
  • Adoção de uma alimentação balanceada e nutritiva.
  • A amamentação, que se mostra um fator protetor significativo contra a doença.
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A atenção contínua do SUS aos atendimentos de câncer de mama no Vale do Paraíba, somada à intensa campanha Outubro Rosa, a história inspiradora de pacientes como Juliana Rodrigues e as recomendações especializadas do Dr. Henrique Zanoni Fernandes, reforça a inquestionável relevância da prevenção e do diagnóstico precoce. Estes pilares são cruciais para combater a doença e preservar a saúde da população. Mantenha-se informado e engajado, buscando conhecimento e praticando a prevenção regularmente. Para mais conteúdo relevante e aprofundado sobre saúde, política, economia e diversos outros temas de interesse, explore nossa editoria de Saúde em Nosso Site e continue acompanhando as notícias que impactam sua vida e a região.

Crédito da imagem: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo / Arquivo pessoal/Juliana Rodrigues / Adobe Stock

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