A cidade de Santos adquire antídoto emergencial para metanol, com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) efetuando a compra de ampolas de álcool absoluto injetável. Este insumo é vital no tratamento de casos de intoxicação por metanol e, embora não haja ocorrências suspeitas confirmadas no município, a medida visa fortalecer o estoque e garantir a pronta-resposta em cenário de alerta nacional.
A decisão da administração municipal reflete a preocupação com os recentes registros de intoxicações pelo país. O metanol, um álcool industrial presente em diversos solventes e produtos químicos, representa um grave perigo quando ingerido. No organismo humano, o fígado o processa em substâncias altamente tóxicas, capazes de afetar a medula, o cérebro e o nervo óptico. As consequências podem ser devastadoras, incluindo cegueira, coma, insuficiência pulmonar, falência renal e até mesmo o óbito. Diante deste cenário de risco, a prontidão de insumos médicos como o antídoto torna-se indispensável.
Santos Adquire Antídoto Emergencial para Metanol
O secretário de Saúde de Santos, Fábio Lopez, reforçou a importância da aquisição, afirmando que a cidade vive um “momento de alerta nacional”. Segundo ele, o antídoto será disponibilizado aos serviços de saúde conforme a necessidade, com o objetivo primordial de reverter o quadro de intoxicação por metanol rapidamente e preservar vidas. A quantidade exata de ampolas adquiridas não foi tornada pública pela prefeitura. É importante salientar que, previamente, Santos investigou um caso suspeito de contaminação, mas os exames laboratoriais subsequentes descartaram a presença da substância, e o paciente recebeu alta após apresentar melhora clínica. Este episódio foi devidamente reportado ao Governo de São Paulo e ao Ministério da Saúde, evidenciando a vigilância ativa das autoridades locais.
A identificação e intervenção rápidas são cruciais em casos de intoxicação por metanol. Os sintomas iniciais, que podem surgir em algumas horas após a ingestão, incluem náuseas, vômitos, dores de cabeça intensas e tontura. Contudo, a gravidade da intoxicação se manifesta mais perigosamente entre 8 e 24 horas, quando pode ocorrer uma acidose metabólica severa. Esta condição é crítica e, sem o tratamento imediato e adequado com o antídoto, pode levar ao coma e ao falecimento do indivíduo. Outro sinal alarmante é a alteração visual, que pode variar de visão turva a uma perda parcial e requer atendimento médico urgente.
Para garantir a eficácia do sistema de saúde na resposta a essas emergências, a Prefeitura de Santos orientou todos os estabelecimentos de saúde da cidade, tanto públicos quanto privados, a notificarem imediatamente a Seção de Vigilância Epidemiológica sobre qualquer caso suspeito de intoxicação por metanol, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde. A conscientização da população também é fundamental, e denúncias de bebidas adulteradas podem ser realizadas por meio do telefone 162 (de segunda a sexta, das 7h às 18h30), pelo site da Ouvidoria Municipal ou presencialmente no Paço Municipal (de segunda a sexta, das 10h às 16h).
A situação de alerta se estende a outras cidades da Baixada Santista, com relatos de internações por suspeita de intoxicação. Em São Vicente, uma paciente de 31 anos, que chegou a ser internada, apresentou quadro estável e recebeu alta, com acompanhamento das equipes de saúde. Os exames laboratoriais desta paciente foram encaminhados ao Instituto Adolfo Lutz para análise. Já em Cubatão, uma mulher de 36 anos deu entrada no Pronto-Socorro Central em estado grave, convulsionando e em coma alcoólico, sendo posteriormente transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal. O boletim mais recente sobre seu estado clínico ainda não foi divulgado.

Imagem: g1.globo.com
A dimensão do problema é ainda maior no âmbito estadual. De acordo com o balanço mais recente do Governo de São Paulo, divulgado no início desta semana, o estado registra 14 casos confirmados de intoxicação por metanol e 178 investigações em curso. Até o momento, foram confirmadas duas mortes, com outras sete sob investigação. Esses números foram apresentados em uma coletiva de imprensa realizada após uma reunião do gabinete de crise no Palácio dos Bandeirantes, envolvendo diversas secretarias. Na ocasião, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) contextualizou o problema como sendo “antigo e estrutural”, evocando casos semelhantes ocorridos décadas atrás, como o incidente na Bahia nos anos 90, que resultou em aproximadamente 20 óbitos por consumo de bebidas adulteradas com metanol. Informações adicionais sobre substâncias tóxicas e suas consequências podem ser encontradas em fontes especializadas, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Confira também: crédito imobiliário
Em suma, a Prefeitura de Santos age proativamente na prevenção e combate à intoxicação por metanol, adquirindo um antídoto vital e reforçando os protocolos de notificação. Este esforço coletivo é crucial para proteger a saúde da população em meio ao alerta nacional. Continue acompanhando a cobertura completa sobre saúde e acontecimentos em sua editoria em nossa seção de Cidades.
Foto: Divulgação
🔗 Links Úteis
Recursos externos recomendados