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RS Agora Realiza Teste Próprio Para Detectar Metanol

O teste de metanol no Rio Grande do Sul passa a ser realizado por meio de exames laboratoriais próprios do estado, uma medida crucial para a rápida identificação da substância em bebidas alcoólicas suspeitas. A nova capacidade laboratorial foi inaugurada na segunda-feira, 13 de maio, com o Centro de Informação Toxicológica do Estado (CIT) já […]

O teste de metanol no Rio Grande do Sul passa a ser realizado por meio de exames laboratoriais próprios do estado, uma medida crucial para a rápida identificação da substância em bebidas alcoólicas suspeitas. A nova capacidade laboratorial foi inaugurada na segunda-feira, 13 de maio, com o Centro de Informação Toxicológica do Estado (CIT) já emitindo os primeiros três laudos. Até o momento, todos os resultados apresentados foram negativos para a presença de metanol.

A iniciativa eleva a capacidade de resposta do sistema de saúde gaúcho diante de potenciais intoxicações, permitindo uma análise mais ágil e localizada. Anteriormente, o processo de testagem de amostras biológicas dependia de outras estruturas ou mesmo de laboratórios privados, o que impactava o tempo de diagnóstico e, consequentemente, a agilidade no tratamento.

RS Agora Realiza Teste Próprio Para Detectar Metanol

O estado já registrou um caso confirmado de intoxicação por metanol envolvendo um homem de 42 anos. O paciente teria consumido caipirinhas com vodka enquanto estava em São Paulo e retornou ao Rio Grande do Sul com os sintomas. O diagnóstico da intoxicação foi conduzido por um laboratório da rede privada, e, segundo o governo estadual, o homem já recebeu alta médica após o tratamento adequado.

O metanol é um álcool amplamente empregado na indústria, presente em solventes e diversos produtos químicos, e sua ingestão é extremamente perigosa para a saúde humana. Após a ingestão, o metanol é metabolizado pelo fígado em substâncias altamente tóxicas. Essas substâncias são agressivas a diversos órgãos vitais, podendo comprometer seriamente a medula, o cérebro e o nervo óptico, o que pode resultar em cegueira permanente, coma e, em casos mais severos, óbito. Além disso, a intoxicação por metanol é capaz de desencadear insuficiência pulmonar e renal.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), por exemplo, oferece um manual técnico completo sobre prevenção e manejo da intoxicação por metanol, enfatizando a importância do diagnóstico rápido e do tratamento eficaz para minimizar os danos à saúde e salvar vidas. Mais informações podem ser obtidas no Manual Técnico para Prevenção e Manejo da Intoxicação por Metanol da OPAS.

Novas atribuições na detecção de metanol

A reestruturação dos serviços de testagem alterou as responsabilidades dos órgãos estaduais. Até recentemente, os testes eram realizados exclusivamente pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). Agora, o IGP concentrará seus esforços na análise de bebidas alcoólicas suspeitas, enquanto o CIT assumiu a integral responsabilidade pelas análises em amostras biológicas humanas, como sangue e urina, agilizando o processo diagnóstico em pacientes.

A secretária da Saúde, Arita Bergmann, ressaltou a importância desta nova infraestrutura. “Com a nova estrutura, o RS passa a ser um dos poucos Estados com capacidade própria para esse tipo de diagnóstico”, afirmou. Esta autonomia coloca o Rio Grande do Sul em uma posição de vanguarda no monitoramento e combate a incidentes de intoxicação por metanol no país.

O Centro de Informação Toxicológica (CIT) se estabeleceu como o ponto focal da Secretaria da Saúde para receber todas as notificações de casos suspeitos, que devem ser realizadas pelos próprios serviços de saúde. Para facilitar o acesso, o CIT disponibiliza um canal de atendimento telefônico que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana: 0800-721-3000. Este serviço é essencial para que profissionais de saúde possam obter apoio diagnóstico e orientações sobre os tratamentos mais eficazes.

RS Agora Realiza Teste Próprio Para Detectar Metanol - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Detalhes do processo analítico para detecção de metanol

A metodologia para identificar a presença de metanol utiliza um equipamento de alta precisão conhecido como cromatógrafo a gás. Este equipamento é globalmente reconhecido como o “padrão ouro” na área, significando que é o método mais confiável e superior para confirmar ou descartar o metanol em amostras. Sua alta sensibilidade e especificidade garantem resultados precisos e dignos de confiança.

O percurso para a obtenção dos resultados dos testes de metanol, agora sob a gestão do governo gaúcho, segue uma sequência bem definida:

  1. Serviços de saúde, em primeiro lugar, identificam e avaliam possíveis casos de intoxicação por metanol.
  2. Essas ocorrências são notificadas prontamente ao Centro de Informação Toxicológica do Estado (CIT), atuando como a principal referência da Secretaria da Saúde para este tipo de comunicação.
  3. Posteriormente, o CIT prossegue com a execução dos exames nas amostras biológicas coletadas dos pacientes, empregando o sofisticado cromatógrafo a gás.
  4. Finalmente, após a conclusão das análises, o CIT é responsável pela emissão dos laudos que contêm os resultados dos testes, informando sobre a presença ou ausência de metanol.

No Vale do Sinos, na cidade de Novo Hamburgo, o Laboratório de Análises Toxicológicas da Universidade Feevale é outro centro equipado com cromatógrafos a gás, onde também são realizadas análises para detecção de metanol por demanda privada. O laboratório já atendeu a solicitações, incluindo uma de um proprietário de estabelecimento local para análise de bebida.

Os procedimentos técnicos realizados pelos especialistas na Universidade Feevale seguem um rigoroso padrão. Inicialmente, a amostra da bebida que se suspeita estar adulterada é cuidadosamente coletada e, em seguida, misturada com cloreto de sódio. A mistura é depositada em um frasco hermeticamente lacrado e, então, transferida para o equipamento de cromatografia. O professor Rafael Linden, do mestrado em Toxicologia e Análises Toxicológicas da instituição, esclarece que a coleta no frasco é submetida a uma incubação a 80ºC no cromatógrafo a gás, onde o líquido se converte em vapor. É justamente nesta fase que a análise crítica acontece.

Linden detalha o processo: “As substâncias voláteis se tornam um vapor. A máquina pega uma alíquota desse vapor, que é introduzido dentro do sistema e acontece a separação dos componentes dessa mistura. Então nós podemos ver a presença do etanol, do metanol e de várias outras substâncias voláteis que estão naquele material”. Essa avançada técnica possibilita a individualização dos componentes da amostra e, de forma precisa, a identificação do metanol. A análise é documentada em um gráfico detalhado, que não apenas confirma a existência do metanol na composição, mas também quantifica sua concentração em relação ao etanol presente.

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Em suma, a implementação de um serviço de teste de metanol próprio no Rio Grande do Sul representa um avanço significativo para a saúde pública e a segurança dos cidadãos. Com a expertise do CIT e o uso de tecnologia “padrão ouro”, o estado demonstra proatividade em prevenir e responder a intoxicações. Para acompanhar mais notícias sobre inovações e questões de saúde pública nas cidades brasileiras, continue explorando nossa editoria de Cidades.

Crédito da imagem: Foto: Divulgação/SES

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