Rodrigo Paz assume a presidência da Bolívia neste sábado, 8 de junho, em um marco histórico que encerra uma era de vinte anos dominada pelo partido Movimento ao Socialismo (MAS), associado à figura do ex-presidente Evo Morales. A posse de Paz, visto como uma liderança de centro-direita, sinaliza uma mudança profunda no panorama político do país, com a expectativa de uma administração focada na reforma e na reorientação econômica.
A cerimônia de investidura foi realizada com a pompa característica do evento, contando com a presença de parlamentares bolivianos e importantes líderes internacionais. Entre as personalidades estrangeiras que testemunharam a passagem de poder estavam o presidente do Chile, Gabriel Boric; o presidente da Argentina, Javier Milei; e o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin. Perante os presentes e a nação, Paz fez o juramento solene: “Deus, pátria, e família, eu juro”, antes de ser agraciado com a faixa presidencial, símbolo maior do cargo.
Rodrigo Paz presidente da Bolívia: Visão e Desafios de Gestão
A vitória de Paz nas urnas, conquistada no mês anterior após superar concorrentes de destaque e garantir a eleição em segundo turno, coloca-o diante de um cenário nacional repleto de obstáculos. Sua gestão terá como principal missão guiar o país através de um congresso notoriamente fragmentado e confrontar uma grave escassez de reservas que tem impactado significativamente a economia. Essa deficiência resultou na carência de uma vasta gama de produtos essenciais, desde combustíveis cruciais para o transporte até itens básicos de alimentação, como o pão.
Em seu primeiro discurso oficial como chefe de Estado, Rodrigo Paz descreveu a situação do país com palavras contundentes: “O país que herdamos está devastado […] moral e materialmente endividado, com filas intermináveis para abastecer e mercados vazios.” A fala do novo presidente delineia o tom de urgência e a percepção de uma herança de graves dificuldades estruturais e financeiras, que demandarão ações decisivas desde o início de sua administração. Essa avaliação inicial sublinha a magnitude da tarefa que aguarda o novo governo em restaurar a estabilidade e o bem-estar da população boliviana.
Paz também enfatizou uma reorientação na política externa e interna, proclamando: “A Bolívia está se reintegrando ao mundo, nunca mais isolada. Nunca mais o país será refém de uma ideologia; ideologia não coloca comida na mesa.” Essas declarações apontam para uma diplomacia mais aberta e pragmática, afastando o país de alinhamentos ideológicos estritos que, na visão da nova liderança, teriam prejudicado o desenvolvimento econômico e a inserção global da Bolívia nos últimos anos. O objetivo central é priorizar a prosperidade e a qualidade de vida dos cidadãos bolivianos.
No plano doméstico, o novo presidente declarou que o foco principal de sua administração será “transformar o Estado e não a pátria”, visando tornar a máquina pública mais eficiente, transparente e verdadeiramente a serviço dos cidadãos. Este conceito sugere uma reforma administrativa profunda, focada na desburocratização e na otimização dos recursos públicos, buscando erradicar práticas ineficientes e fortalecer a governança. A promessa é de um governo mais responsivo às necessidades da população e menos propenso a falhas estruturais.
Entre as medidas propostas para alcançar tal eficiência, Paz mencionou a intenção de “enxugar ministérios” e reduzir o número de “cargos partidários” dentro da máquina pública. O objetivo primordial dessas ações seria realocar os recursos economizados para setores cruciais do desenvolvimento social, como a educação e a saúde. Essa alocação estratégica de fundos é esperada para gerar um impacto positivo direto na qualidade de vida dos bolivianos, ao mesmo tempo em que promove uma administração mais lean e meritocrática.
No que concerne à economia, Rodrigo Paz delineou uma agenda ambiciosa de abertura e modernização. “Vamos abrir a economia, reduzir tarifas de importação para bens que não produzimos e modernizar o sistema energético e digital”, afirmou. A redução das barreiras alfandegárias para produtos que não têm equivalente nacional visa a baratear o custo de vida e a fomentar a competitividade. Paralelamente, a modernização das infraestruturas energética e digital é vista como essencial para atrair investimentos, impulsionar a inovação e preparar o país para os desafios da economia globalizada.
Finalizando sua visão econômica, o presidente expressou um desejo claro: “Queremos um capitalismo para todos, um capitalismo produtivo, não apenas para alguns poderosos.” Esta filosofia busca promover um modelo econômico inclusivo, que distribua os benefícios do crescimento de forma mais equitativa e incentive a produção local e a iniciativa empresarial em todos os níveis da sociedade. Essa abordagem se contrapõe a sistemas que concentram a riqueza, propondo um caminho de prosperidade compartilhada para a Bolívia, fortalecendo a classe média e criando novas oportunidades. Para entender melhor os desafios políticos e econômicos que Rodrigo Paz terá pela frente na América Latina, é fundamental acompanhar as análises de importantes veículos como a BBC News Política América Latina.
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A posse de Rodrigo Paz na Bolívia marca, assim, o início de um período de transição e expectativas elevadas, focado na recuperação econômica, na reforma estatal e na reintegração internacional do país. Com um plano de governo que promete combater a escassez e promover um capitalismo inclusivo, a atenção do continente está voltada para como Paz enfrentará os complexos desafios que tem pela frente. Continue acompanhando as novidades sobre política e economia global em nossa editoria de Política e mantenha-se informado sobre os desdobramentos deste novo capítulo na história boliviana.
Crédito da Imagem: Divulgação/Agência de Notícias da Bolívia
