O estado do Rio Grande do Norte registrou e posteriormente descartou o primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol, uma substância tóxica associada à adulteração de bebidas alcoólicas. A situação, que gerou alerta na capital potiguar, envolveu um homem internado em um hospital de Natal com graves problemas de visão, sintoma clássico de contaminação por essa substância perigosa.
Após a internação, o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) foi imediatamente acionado. Uma equipe coletou amostras de sangue do paciente e realizou uma análise detalhada. O equipamento utilizado, conhecido como cromatógrafo gasoso, possui alta sensibilidade para detectar vestígios de metanol mesmo em quantidades mínimas, o que permitiu uma conclusão precisa e o subsequente descarte da suspeita de intoxicação.
RN descarta caso suspeito de intoxicação por metanol em Natal
A Vigilância Sanitária do estado confirmou o registro oficial da suspeita e a Secretaria de Saúde de Natal informou a liberação do paciente do hospital, uma vez que a ausência do metanol em seu organismo foi comprovada. Este caso particular no Rio Grande do Norte ocorre em um cenário nacional de preocupação crescente, onde mais de 100 incidentes suspeitos de intoxicação por metanol estão sob investigação em diversas regiões do Brasil, motivando as autoridades de saúde e fiscalização a intensificar a vigilância em todo o país.
O avanço das notificações pelo Brasil impulsionou ações de diversas entidades. O Procon Natal, por exemplo, anunciou medidas preventivas e fiscalizatórias. A diretora do órgão, Dina Perez, detalhou que o Procon irá notificar distribuidoras de bebidas em toda a capital potiguar e monitorar ativamente os produtos oferecidos no mercado. As fiscalizações em estabelecimentos como bares e restaurantes serão intensificadas nos próximos dias, visando garantir a segurança dos consumidores.
Dina Perez ressaltou o empenho do Procon desde o início da publicidade dos casos de adulteração por metanol. Segundo ela, as equipes estão nas ruas realizando ações educativas e informativas junto a donos de bares, hotéis, estabelecimentos comerciais e à população em geral sobre como agir diante de indícios de adulteração em bebidas alcoólicas. A fiscalização abrange desde a análise de bebidas já abertas – prática comum em bares –, a verificação do prazo de validade e a integridade de rótulos e lacres de caixas. Qualquer suspeita de ilegalidade ou adulteração resultará na retirada imediata do produto das prateleiras e na autuação do estabelecimento responsável.
Diante da amplitude da ameaça, a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte também emitiu orientações específicas para a população e os serviços de saúde. A intoxicação por metanol é particularmente alarmante devido à severidade de seus efeitos, sendo a cegueira um dos sintomas mais graves e notórios. Anderson Martins, presidente da Sociedade de Oftalmologia do Rio Grande do Norte, fez um apelo crucial à população para que esteja vigilante e procure auxílio médico emergencial ao perceber quaisquer sintomas suspeitos.
Ele explicou que, como resultado da exposição ao metanol, os indivíduos podem apresentar sintomas como visão turva, sensibilidade à luz intensa e o aparecimento de manchas no campo de visão central, que podem se manifestar nas primeiras horas após a ingestão. Se a intoxicação não for tratada rapidamente e de forma adequada, esses sintomas visuais podem evoluir para uma cegueira permanente e irreversível em um curto período, que pode variar de poucas horas a alguns dias. Martins também alertou sobre a alta toxicidade da substância, enfatizando que pequenas doses, como apenas 30 mililitros (o equivalente a pouco mais de duas colheres de sopa), são suficientes para serem letais ou causar a cegueira.
A recomendação crucial é evitar completamente o consumo de bebidas alcoólicas de origem desconhecida, sem rótulo ou que aparentem ser adulteradas. Em qualquer circunstância de suspeita de intoxicação, a procura imediata por um pronto-socorro é vital para evitar desfechos trágicos. A natureza tóxica do metanol faz com que a intervenção médica precoce seja um fator decisivo para a recuperação do paciente e a minimização de danos.

Imagem: metanol em outras regiões do país via g1.globo.com
O metanol é reconhecido como um solvente altamente perigoso e tóxico. A ingestão da substância está intimamente ligada ao consumo de bebidas alcoólicas que sofreram adulteração intencional ou acidental. Os principais indicadores e sintomas de intoxicação incluem forte dor abdominal, alterações na visão – como visão turva ou dupla –, estado de confusão mental e náuseas intensas. Estes sinais podem se manifestar em um intervalo de 12 a 24 horas após a exposição à substância, um período que demanda máxima atenção.
Para quem apresenta esses sintomas, o procedimento correto é buscar atendimento médico imediato no serviço de emergência mais acessível. Além disso, o profissional de saúde responsável deve contatar o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da sua região para que o caso seja devidamente notificado e investigado. Amostras de sangue do paciente são essenciais e deverão ser encaminhadas para análise laboratorial em instituições como o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), reforçando a cadeia de investigação epidemiológica.
O aumento substancial de casos de intoxicação por metanol, particularmente com um foco marcante na região de São Paulo, levou o Ministério da Saúde a categorizar a situação como um Evento de Saúde Pública (ESP). Esta classificação, um protocolo oficial para situações de emergência sanitária, exige dos serviços de saúde e de vigilância epidemiológica uma maior atenção e agilidade na resposta, como você pode verificar sobre Eventos de Saúde Pública em fontes governamentais como o Ministério da Saúde. Adicionalmente, o Ministério da Saúde estabeleceu, em 1º de novembro, uma Sala de Situação com a finalidade específica de monitorar de perto a evolução e a dinâmica dos casos de intoxicação por metanol em todo o território nacional, evidenciando a seriedade e a amplitude da resposta coordenada.
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Este cenário de alertas e fiscalizações demonstra a preocupação das autoridades de saúde e defesa do consumidor em todo o país com a segurança pública. O descarte do caso no RN traz um alívio pontual, mas a vigilância continua sendo essencial frente à propagação dos casos suspeitos. Fique sempre atento às orientações oficiais e continue acompanhando as notícias em nossa editoria de Cidades para mais informações e alertas.
Crédito da imagem: Foto: Reprodução/ TV Globo
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