A terceira edição do Rima Santarém 2025 encerrou com êxito notável, reunindo uma vasta plateia na Praça do Mascotinho, em Santarém, oeste do Pará, no último sábado (18). O evento não só celebrou o hip hop como um movimento vibrante, mas também o consolidou como uma inquestionável potência cultural na vasta e rica região amazônica, proporcionando momentos inesquecíveis e culminando em uma final eletrizante que coroou o grande campeão.
A praça pulsou com a energia contagiante, a poesia das rimas afiadas e a autenticidade que são a essência do hip hop. Em uma batalha final de tirar o fôlego, o talentoso MC Th o Panda se destacou e conquistou o título de campeão, superando o vice-campeão Th Relikia em uma disputa marcada por demonstrações de talento excepcional, profunda amizade e respeito mútuo. Este confronto final sintetizou o espírito do festival, oferecendo um espetáculo grandioso de cultura urbana à população de Santarém e evidenciando a força crescente do movimento na região.
Rima Santarém 2025 consagra hip hop na Amazônia
O festival, que teve como tema central a “Edição 093”, em uma clara homenagem ao código de área telefônico (DDD) da região, reforçou veementemente a capacidade do hip hop como uma potente expressão de identidade, uma forma contundente de resistência social e um inegável agente de transformação na vida dos jovens. Através de uma execução em formato independente, o projeto expandiu suas atividades e alcance, realizando seletivas regionais em cidades estratégicas como Aveiro, Monte Alegre e Itaituba, integrando ainda mais as batalhas de rima e a cultura do rap ao tecido social desses municípios amazônicos.
Coordenado com dedicação e visão por Kau Silva, o Rima Santarém obteve reconhecimento e apoio fundamental através do Edital Criação da Lei de Incentivo Aldir Blanc, uma valiosa iniciativa do Governo do Pará dedicada ao fomento cultural. Esse incentivo solidificou a posição do festival como uma das principais ações culturais e de grande impacto no panorama artístico contemporâneo da Amazônia. Mais do que apenas uma plataforma para competição de rimas, o evento consolidou-se como um movimento que gera oportunidades reais e um senso vital de pertencimento, especialmente para a juventude. Ao oferecer aos jovens das comunidades periféricas amazônicas um espaço de destaque para a expressão de sua arte, o festival não só potencializou suas vozes, mas também abriu novas perspectivas e caminhos para seus futuros, demonstrando o poder transformador da arte.
Após a conquista do título, o MC Th o Panda expressou sua alegria e gratidão, articulando a essência maior do evento que transcende a competição. “A vitória é algo que a gente almeja, mas não é prioridade, é consequência do nosso trabalho. O hip hop do 093 está crescendo, e fazer parte disso é uma sensação incrível. Estou muito feliz por ter participado desse grande evento, que tem dado visibilidade e protagonismo pra gente”, afirmou o artista, visivelmente emocionado, pontuando a valorização da jornada e do impacto coletivo que o movimento tem proporcionado à região e aos seus talentos.
O vice-campeão, Th Relikia, também celebrou o momento com grande entusiasmo, destacando a amizade e o respeito inerentes às batalhas de rima do festival de hip hop. “Foi muito bacana. A gente já se enfrenta nas batalhas de rua, e competir no Rima tem um peso diferente. Hoje ele levou a melhor, mas estou muito feliz, porque a conquista dele também é uma conquista minha”, completou, exemplificando o espírito de comunidade e apoio mútuo que caracteriza o cenário do hip hop na Amazônia, onde os feitos individuais são frequentemente percebidos como vitórias coletivas.
A grande batalha final do festival Rima Santarém reuniu um seleto grupo de oito MCs, todos classificados após uma série de intensas etapas eliminatórias realizadas em cinco seletivas locais distintas. As qualificatórias incluíram a Batalha da SS, a Batalha do Operário, a Batalha da Trincheira, a Batalha da Quebra e, de forma inovadora, uma Seletiva de Cotas Afirmativas. Esta última, concebida para promover a diversidade e a inclusão, foi dedicada a mulheres, indivíduos LGBTQIAPN+, quilombolas, ribeirinhos e indígenas. Essa medida assegurou que o palco do festival espelhasse a rica pluralidade cultural da região amazônica e desse voz a grupos historicamente sub-representados, reforçando o caráter do confronto como uma celebração da pluralidade e da resiliência da juventude periférica.
Para além das emocionantes batalhas de rima, o público do evento cultural em Santarém foi presenteado com diversas apresentações artísticas que abrilhantaram ainda mais a celebração. Entre os destaques, a performance impactante da dançarina Moriá Ômega, que com sua expressividade e movimentos fluidos, tocou profundamente o público ao ressaltar a relevância intrínseca da dança urbana no amplo e multifacetado universo do hip hop. “A dança faz parte de mim. Sou muito grata aos meus amigos que me encorajam a participar desse evento, que dá visibilidade à cultura urbana. A dança deve ser mais reconhecida, e iniciativas como essa precisam acontecer mais vezes”, declarou a dançarina, pontuando a necessidade de maior valorização e incentivo a todas as expressões artísticas que compõem essa cultura vibrante.

Imagem: g1.globo.com
Para Kau Silva, a idealizadora e coordenadora do Rima Santarém, o grandioso encerramento do evento coroou um ciclo significativo de aprendizado, transformação e consolidação da cultura hip hop. “Conseguimos lotar a Praça do Mascotinho com um verdadeiro show de cultura hip hop. O Rima traz todos os pilares, dança, rima e música, e está criando um legado para as futuras gerações. Queremos que as crianças tenham protagonismo e possam consumir essa arte por meio de novos projetos e oficinas. O Rima é um evento de pessoas, e sempre será sobre pessoas”, afirmou Kau Silva, reiterando o impacto social e a perspectiva de longevidade cultural que o projeto almeja construir na região amazônica, fomentando a inclusão desde a base.
Um aspecto crucial que sublinhou o compromisso do Rima Santarém com a acessibilidade e a inclusão foi a transmissão ao vivo da final pelo seu canal oficial no YouTube, que incluiu interpretação em Libras. Essa iniciativa garantiu que um público ainda maior, incluindo pessoas com deficiência auditiva, pudesse acompanhar as emocionantes batalhas de rima e as diversas apresentações artísticas, expandindo significativamente o alcance do festival. Além disso, a organização do evento orgulha-se de contar com uma equipe intrinsecamente diversificada, formada majoritariamente por mulheres, pessoas negras, indivíduos com deficiência (PCDs) e membros da comunidade LGBTQIAPN+. Essa composição não apenas reforça o compromisso do festival amazônico com a diversidade, mas também promove ativamente a valorização da arte periférica, consolidando o Rima Santarém como um dos movimentos culturais mais importantes e representativos da Amazônia. Para mais informações sobre importantes incentivos à cultura, como este que apoiou o festival, acesse a página da Lei Aldir Blanc no site da Secretaria de Estado de Cultura do Pará.
A programação diversificada do Rima Santarém 2025 se estendeu por três dias, iniciando na quinta-feira (16) com a Oficina de Danças Urbanas. Ministrada pelo especialista Hian Dennis no Samu Class Meta Fit, a atividade proporcionou aos participantes uma exploração aprofundada do diálogo intrínseco entre as múltiplas formas de dança urbana e a rica cultura periférica, oferecendo novas técnicas e perspectivas artísticas. No dia seguinte, sexta-feira (17), o histórico Teatro Victória foi o cenário da significativa Roda de Conversa intitulada “Os Desafios da Cena do Hip Hop na Amazônia”. O debate reuniu figuras proeminentes do cenário cultural e político, como Priscila Castro (Secretária de Cultura), Pedro Alcântara (Comitê de Cultura), Hyan Maniva (bailarino e coreógrafo), Kaipora (MC, rapper e produtora), Kau Silva (idealizadora do Rima Santarém) e Mão no Bolso (MC e campeão estadual do Duelo de MCs 2024). Juntos, eles discutiram as complexidades, os avanços e as oportunidades que moldam a trajetória e o futuro do hip hop na vasta região amazônica.
Ao concluir sua terceira edição com estrondoso sucesso, o Rima Santarém 2025 firmou-se como um símbolo inspirador de resistência cultural e da vibrante criatividade amazônica. O evento exemplifica como as rimas podem se transformar em uma poderosa voz para aqueles que historicamente foram marginalizados, o ritmo em uma inegável força motriz para a mudança, e a arte em um promissor vislumbre de futuro. Este festival notável demonstra a intrínseca capacidade do hip hop de ser um agente eficaz de transformação social e cultural, impulsionando a comunidade local e inspirando novas gerações de artistas, ativistas e visionários em toda a Amazônia, reafirmando seu legado cultural.
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O impacto duradouro do Rima Santarém 2025 ressoa por toda a região, reforçando a vital importância de plataformas que não apenas valorizam, mas também impulsionam ativamente as expressões artísticas e culturais provenientes das comunidades locais e periféricas. Para explorar outros eventos culturais, análises aprofundadas sobre o cenário social e notícias impactantes de diversas cidades brasileiras, convidamos você a continuar acompanhando e interagindo com as matérias publicadas em nossa editoria de Cidades, e manter-se sempre atualizado sobre o que acontece pelo país.
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