Os queijos artesanais brasileiros estão conquistando paladares exigentes e, com isso, alcançam valores significativos no mercado nacional. Com preços que variam de R$ 59,99 por 300 gramas a impressionantes R$ 380 por quilo, esses produtos refletem a dedicação, a tradição e o reconhecimento de sua qualidade singular. Fatores como a maturação aprimorada e o prestígio conquistado em competições gastronômicas, tanto no Brasil quanto no exterior, são determinantes para precificação dessas verdadeiras joias da culinária brasileira. Em setembro, a EPTV Sul de Minas, afiliada da Rede Globo, tem destaque a segunda temporada do programa “Entre Serras e Queijos”, um mergulho na história e nos encantos da cultura queijeira, revelando as viagens, as raízes culturais e as condecorações que comprovam a paixão nacional por esses produtos. O terceiro episódio da atração demonstra em detalhes a complexidade e a arte por trás de sua produção.
O elevado custo desses laticínios é justificado por uma série de atributos intrínsecos e extrínsecos. A valorização de um queijo, que o eleva a status de iguaria gourmet, não acontece por acaso. Ela é um reflexo direto do cuidado na produção, da herança cultural embutida em cada receita e, invariavelmente, do reconhecimento formal através de prêmios. Estes selos de qualidade funcionam como um atestado público do esmero dos produtores e da excelência do queijo. Ao exibir uma medalha, seja de um concurso nacional ou internacional, o produtor eleva a percepção de valor de seu item, equiparando-o a queijos de tradição secular da Europa. A partir desse momento, a procura pela marca se intensifica e, consequentemente, o preço por quilo pode experimentar uma multiplicação considerável.
Queijos artesanais brasileiros chegam a custar até R$ 380 o quilo; veja lista
Essa ascensão de valor também se deve, em grande parte, à maestria no processo de maturação. Quanto maior o período em que um queijo é cuidadosamente curado, mais seus sabores e aromas se aprofundam e se complexificam, revelando nuances que seriam impossíveis em um produto fresco. A textura, por sua vez, adquire consistência e características únicas, resultando em uma experiência gastronômica superior. Tal processo, contudo, implica em maiores investimentos em tempo e infraestrutura por parte do produtor, elevando os custos operacionais. Por outro lado, o resultado é um artigo extremamente sofisticado e valorizado no segmento premium do mercado de alimentos. As premiações internacionais, para além da elevação do prestígio, atuam como portas de entrada para o mercado de exportação, facilitando o acesso a empórios e restaurantes de luxo, tanto no cenário nacional quanto além das fronteiras.
Ainda que não exista um ranking oficial de precificação, a diversidade e o dinamismo do setor queijeiro brasileiro se manifestam na amplitude de produtos disponíveis. Conforme informado pela Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq) ao g1, a heterogeneidade das técnicas, das regiões de produção e do volume de leite necessário para cada tipo de queijo inviabiliza uma lista estática. Por exemplo, enquanto um quilo de queijo minas frescal exige cerca de 6,5 litros de leite em média, a mesma quantidade de um queijo parmesão requer aproximadamente 12 litros. Essa variação fundamental de insumo e processo é um dos pilares da distinção de custo.
Entretanto, um levantamento informal destacou exemplares que se posicionam na faixa mais alta de valor. O Pecorino Toscano da Casa da Ovelha, oriundo do Rio Grande do Sul, é um dos maiores expoentes. Sua versão especial, submetida a uma maturação de 500 dias, atinge um valor de R$ 380 por quilo, firmando-se como um dos queijos de maior custo no território brasileiro. Minas Gerais, considerado o berço da tradição queijeira nacional, também figura com representatividade nesta lista de itens de luxo. O renomado Queijo do Coronel, da cidade de Alagoa, é um exemplo notável. Com mais de seis meses de maturação e um tratamento especial que inclui banhos em azeite extravirgem, seu preço pode chegar a aproximadamente R$ 200 por quilo. Na mesma localidade, o Queijo Alagoa Pequena, também merecedor de reconhecimento em certames globais, tem um custo mais acessível de cerca de R$ 93 por quilo, demonstrando a variedade dentro de um mesmo polo de produção.

Imagem: g1.globo.com
O panorama dos queijos artesanais no Brasil evidencia um mercado em franca ascensão, onde a qualidade e a singularidade do produto são cada vez mais valorizadas. Investir na produção de queijos com técnicas aprimoradas, maturação prolongada e a busca por reconhecimento em concursos tornaram-se estratégias-chave para produtores que desejam diferenciar-se e alcançar um patamar de valorização compatível com as mais sofisticadas iguarias internacionais. Essa trajetória de sucesso contribui não apenas para a economia local dos pequenos produtores, mas também para o engrandecimento da cultura gastronômica brasileira.
Confira também: artigo especial sobre leis e valortrabalhista
O universo dos queijos artesanais brasileiros continua a surpreender pela sua complexidade e riqueza. Para acompanhar outras novidades e aprofundar seu conhecimento sobre o setor econômico do agronegócio e as tendências de mercado, clique aqui e explore nossa editoria de Economia.
Crédito da imagem: EPTV/Reprodução
🔗 Links Úteis
Recursos externos recomendados