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Protestos Contra Israel Marcam Eliminatórias da Copa em Oslo

Os protestos contra Israel nas Eliminatórias da Copa ganharam destaque recente em eventos esportivos de relevância global. Em um sábado, 11 de outubro de 2025, o encontro entre as seleções da Noruega e de Israel, válido pela classificação para o maior evento do futebol mundial no ano seguinte, foi transformado em um palco para manifestações. […]

Os protestos contra Israel nas Eliminatórias da Copa ganharam destaque recente em eventos esportivos de relevância global. Em um sábado, 11 de outubro de 2025, o encontro entre as seleções da Noruega e de Israel, válido pela classificação para o maior evento do futebol mundial no ano seguinte, foi transformado em um palco para manifestações. Longe das cores das equipes, torcedores noruegueses ergueram bandeiras da Palestina e faixas expressando a mensagem “Deixem as Crianças Viverem” poucos minutos antes do início do jogo, evidenciando a tensão política permeando o esporte.

A atmosfera em campo ficou ainda mais carregada quando os atletas israelenses se perfilavam para o hino nacional; vaias e assobios ecoaram das arquibancadas locais. Este incidente, somado a uma manifestação que precedeu a partida e reuniu aproximadamente 1.500 indivíduos, é um reflexo claro de como o esporte mais popular do planeta tem sido utilizado para expresses insatisfações quanto à forma como Israel conduz a guerra na Faixa de Gaza.

Protestos Contra Israel Marcam Eliminatórias da Copa em Oslo

Especialistas e dirigentes do futebol israelense projetam que essas manifestações tendem a continuar, mesmo que um cessar-fogo entre em vigor. A expectativa é que, na próxima rodada das eliminatórias da Copa, agendada para terça-feira, 14 de outubro, em Udine, no norte da Itália, mais protestos aconteçam. O goleiro israelense Daniel Peretz comentou sobre a situação após a pesada derrota de sua equipe por 5 a 0, afirmando que “Esta é nossa realidade hoje”, enquanto digeria os gols sofridos.

Em um contexto puramente esportivo, a partida entre Noruega e Israel detinha grande importância. Era considerada uma das mais significativas na história do futebol norueguês, pois uma vitória os colocaria a um passo de retornar à Copa do Mundo masculina, uma ausência que já durava quase três décadas.

Contudo, grande parte da liderança e da torcida do futebol norueguês expressava há tempos suas reservas em relação à participação de Israel nas Eliminatórias da Copa, enxergando a partida como uma oportunidade de realçar a mensagem pró-Palestina. Meses antes do confronto, a federação norueguesa de futebol anunciou a doação de toda a receita do jogo do sábado à organização Médicos Sem Fronteiras, destinada ao apoio humanitário em Gaza. Além disso, um dos patrocinadores da seleção prometeu uma doação adicional de 300 mil euros, equivalentes a 1,9 milhão de reais.

A percepção no interior de Oslo ecoava esse sentimento. Em um bar temático de futebol, o Andy’s Pub, por exemplo, um grupo de amigos de Tromso, uma localidade próxima ao Círculo Polar Ártico, reunia-se para beber cerveja vestindo camisas norueguesas dos anos 1990, época da última participação do país em um Mundial. Um de seus membros habituais, Ronny Jordness, de 55 anos, lamentou a ausência de seu irmão Kurt, que optara por boicotar o jogo. “Tentei convencê-lo de que todo o dinheiro vai para Gaza, então ele deveria vir, mas ainda assim não consegui”, relatou Jordness.

Autoridades israelenses expressaram profunda frustração com a decisão norueguesa de direcionar os lucros da partida para doações de caridade. Essa insatisfação ficou evidente quando repórteres acompanhando a equipe israelense questionaram veementemente Lise Klaveness, presidente da federação norueguesa de futebol, em uma tensa coletiva de imprensa na véspera do jogo. Os questionamentos abordaram tanto a doação quanto outras controvérsias.

Klaveness tem sido um alvo frequente da indignação israelense. Ela publicamente defendeu a suspensão de Israel do futebol internacional, similar ao que ocorreu com a Rússia após sua invasão em larga escala da Ucrânia em 2022. Ela acusa Israel de violar as regras da Fifa, o órgão regulador do esporte, ao permitir que equipes de sua liga profissional disputem partidas em assentamentos israelenses na Cisjordânia, e criticou a organização por demorar quase dois anos para investigar o assunto.

Em entrevista concedida em seu escritório no sábado, Klaveness esclareceu que a doação visava, em parte, assegurar à população norueguesa que era aceitável apoiar sua seleção. “Sabíamos que haveria um contexto político muito forte para o jogo e as pessoas na Noruega achariam muito difícil vir ao jogo e apoiar a Noruega”, explicou a presidente da federação.

Fora do estádio, em Oslo, organizadores de um protesto pró-Palestina iniciaram um comício seguido por uma marcha de 90 minutos pela cidade até o local do jogo. A mobilização angariou apoio, com aplausos de janelas de apartamentos e de veículos que pararam para a passagem dos manifestantes. Segundo os organizadores, um cessar-fogo em Gaza não seria suficiente para resolver a crise. O plano em questão envolvia a libertação de reféns detidos pelo Hamas desde o ataque de 7 de outubro de 2023, em troca de prisioneiros palestinos e uma retirada parcial das tropas israelenses.

A operação de segurança para a partida, que abrangeu desde uma zona de exclusão aérea sobre o estádio até o bloqueio de estradas, configurou-se como a maior já implementada para um evento esportivo na Noruega desde os Jogos Olímpicos de Inverno de 1994. A delegação israelense, composta por 60 pessoas, incluía 16 agentes de segurança, e a polícia local efetuou mais de 20 prisões de manifestantes fora do perímetro do evento.

Protestos Contra Israel Marcam Eliminatórias da Copa em Oslo - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

Não foi um caso isolado: outras equipes israelenses também enfrentaram incidentes antissemitas desde o início da guerra. Em novembro anterior, dezenas de pessoas foram detidas em Amsterdã por ataques descritos pelas autoridades como antissemitas contra torcedores do Maccabi Tel Aviv, bem como por atos de vandalismo e comportamentos inflamatórios de ambos os lados, incluindo cânticos anti-árabes.

Embora os líderes do futebol norueguês tivessem expressado preocupação e clamado por ações contra Israel há um tempo considerável, a mudança de perspectiva na Europa sobre o conflito em Gaza, inclinando-se mais decisivamente contra Israel, estimulou outros países a seguirem o mesmo caminho mais recentemente.

Relatos começaram a surgir nas semanas seguintes de que importantes figuras do futebol europeu ponderavam impedir a participação de equipes israelenses em competições. Historicamente, os clubes e seleções de Israel competem em torneios e contra clubes europeus. As discussões sobre uma possível reunião para decidir sobre uma proibição se intensificavam, conforme relatou Klaveness.

Entretanto, esse movimento perdeu força após o anúncio do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que apresentou um plano de paz abrangente ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pressionando o Hamas a aceitá-lo. Além das profundas implicações diplomáticas, essa iniciativa aliviou as discussões acaloradas sobre barrar as equipes de futebol de Israel.

“Havia um movimento real para fazer uma reunião”, afirmou Klaveness. “Mas então as conversas de paz começaram, e tudo esfriou.”

Dirigentes de futebol em outras nações também foram impactados. Manifestantes apareceram nas casas do presidente da federação italiana de futebol, Gabriele Gravina, e do técnico da seleção nacional, Gennaro Gattuso. Gattuso expressou na semana anterior a expectativa de ver mais manifestantes do lado de fora do Estádio Friuli, em Udine, do que torcedores dentro, para a partida eliminatória de terça-feira entre Israel e Itália.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, visto como um aliado de Trump, buscou apaziguar a oposição dos torcedores a Israel na semana anterior. “Agora há um cessar-fogo; todos deveriam estar felizes com isso”, declarou Infantino à margem de um encontro de executivos do futebol europeu em Roma. “Todos deveriam apoiar esse processo.”

Conforme o jogo em Oslo se aproximava do fim, com a torcida norueguesa em euforia pela iminente volta à Copa do Mundo, um megafone, antes utilizado para entoar cânticos de apoio à Noruega, foi entregue a um homem vestindo um kaffiyeh, um símbolo associado ao movimento de resistência palestina. Momentos depois, os gritos de “Palestina livre” ecoaram pelo estádio.

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A repercussão desses eventos transcende os resultados em campo, colocando em pauta a complexa relação entre esporte e política global. Fique conectado com a editoria de Esportes de Hora de Começar para acompanhar as análises e desdobramentos de temas que vão além das quatro linhas.

Crédito da imagem: Tom Little – 11.out.2025/Reuters

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