Em uma iniciativa pedagógica que demonstra o potencial transformador da educação, a professora Gabriela Santos Castro, de 30 anos, implementou um projeto inovador na Escola Municipal Antônio Teixeira Marques, localizada em São José do Rio Preto (SP). Lecionando para uma turma do 4º ano, Gabriela utiliza o jornalismo como principal ferramenta para cultivar o senso crítico e a consciência social em seus jovens estudantes.
A essência do jornalismo, focada em informar a população e apresentar diversos ângulos sobre assuntos relevantes, foi a inspiração para este projeto. A docente buscou nos veículos de comunicação regionais, como o g1 de Rio Preto e Araçatuba, textos autênticos para desenvolver uma atividade que transcendesse os limites da sala de aula, promovendo uma análise mais aprofundada da realidade local e global. A meta principal é que as crianças, com idades entre 9 e 10 anos, não apenas consumam informações, mas também desenvolvam uma capacidade reflexiva sobre elas.
Professora de Rio Preto Estimula Senso Crítico em Alunos
Denominado “Carta ao Leitor”, o projeto convida os alunos a explorarem tanto jornais impressos quanto portais de notícias online. Após a leitura, o próximo passo é a elaboração de cartas. Nestes textos, os estudantes devem sintetizar os pontos mais importantes que apreenderam e, crucially, expressar suas próprias opiniões em relação aos temas abordados. Em uma declaração ao g1, Gabriela detalhou a motivação por trás da proposta, explicando que a intenção era ir além do que o livro didático oferecia, o qual apresentava uma carta fictícia sobre uma notícia também fictícia. “Eu quis ressignificar essa proposta, trazendo o gênero para o cotidiano e para o contexto social das crianças”, explicou, enfatizando o desejo de aproximar os jovens da leitura e escrita em um contexto que faz sentido para suas vidas, ao mesmo tempo em que fomenta a consciência social.
Com o avanço do projeto, os estudantes de Rio Preto passaram a se engajar na leitura de notícias veiculadas por diversas plataformas da região noroeste paulista, incluindo o g1. Posteriormente, as informações absorvidas se transformavam em cartas analíticas, um processo que aprimorou suas habilidades de escrita e argumentação. A possibilidade de ter seus trabalhos publicados serviu como um poderoso catalisador para o empenho das crianças. Gabriela Santos Castro observou um notável aumento no entusiasmo: “O mais bonito foi perceber o envolvimento das crianças. Quando souberam que havia a possibilidade de publicação das cartas, o empenho cresceu muito”, relatou a educadora. Este cenário fez com que os alunos dedicassem tempo extra à revisão e discussão de palavras e argumentos, consolidando a compreensão de que a escrita possui uma função social palpável e que suas opiniões poderiam alcançar um público mais amplo.
Combate à Violência Contra a Mulher em Foco
Um dos tópicos que mobilizou intensamente a turma foi a violência contra a mulher. Escolhida por Gabriela para coincidir com o “Agosto Lilás”, um mês dedicado à conscientização e ao enfrentamento da violência de gênero, a matéria do g1 analisada abordava a média alarmante de 200 medidas protetivas expedidas mensalmente contra agressores em Rio Preto. A seriedade do assunto sensibilizou profundamente os alunos, despertando um senso coletivo de empatia e justiça.
Durante as discussões em sala, a professora presenciou a efervescência de questionamentos relevantes: “Por que os homens agridem suas mulheres?”, “O que as pessoas podem fazer para ajudar?”, “Como a mulher pode sair dessa situação?”. Esses questionamentos revelam o impacto profundo que o tema teve. Segundo Gabriela, “Os alunos compreenderam que essa realidade não é algo distante e que eles também podem ser agentes de mudança por meio da conscientização e do respeito dentro e fora da escola.” Ao final da atividade, a turma redigiu uma carta direcionada ao g1, manifestando seu desejo por uma sociedade mais justa e igualitária. Um fragmento da carta dos estudantes evidencia essa nova percepção: “Aprendemos que o mês de agosto possui a cor lilás porque representa a conscientização e o enfrentamento à violência contra as mulheres; Ficamos impressionados em saber a quantidade de mulheres vítimas de agressão em Rio Preto, discutimos em sala de aula o assunto e aprendemos que é importante as mulheres saberem o que é uma agressão para conseguir enunciar o seu agressor.” Este depoimento dos jovens reafirma a eficácia de abordagens pedagógicas que ligam o conteúdo curricular a discussões sociais prementes.
Desenvolvimento de Habilidades de Leitura e Escrita
Desde o lançamento do “Carta ao Leitor”, a professora Gabriela notou uma transformação significativa na postura dos alunos, que se sentem mais confiantes e percebem-se como protagonistas na construção de um futuro melhor e mais equitativo. As crianças frequentemente solicitam a escrita de novas cartas ao surgirem temas importantes, demonstram interesse genuíno por notícias e manifestam curiosidade pelos acontecimentos que moldam a cidade e o país. “Elas passam a compreender que ler e escrever não é apenas cumprir uma tarefa escolar, mas participar do mundo, emitir opinião e construir cidadania”, sintetiza Gabriela, articulando a dimensão cívica de seu trabalho.
O impacto do projeto se reflete nos depoimentos dos próprios estudantes. Isabele Pereira Gama, de 10 anos, destacou a melhora na sua capacidade de escrita e clareza de ideias: “Com as cartas, aprendi e discuti; elas me ensinaram as leis da vida: não ser racista, respeitar as pessoas como elas são, não julgar a religião de ninguém”, relatou. Para Henrique da Silva Lobo, o projeto foi fundamental no desenvolvimento de sua comunicação em público, ajudando-o a superar a timidez e aprimorar a oratória. Ele conta: “Eu parei de ser tímido, aprendi a usar a linguagem formal e informal e entender que o esforço vale a pena. E ainda aprendi a não gaguejar quando apresentar algo importante. Também aprendi a não ser racista e ter respeito com as pessoas”. Para saber mais sobre a importância do desenvolvimento da alfabetização midiática em crianças, você pode consultar estudos sobre o tema no Ministério da Educação, uma fonte confiável para diretrizes e informações educacionais.
Observando essas revelações, Gabriela Santos Castro expressa grande orgulho e satisfação pelos resultados obtidos, confirmando que a dinâmica alcançou um efeito extremamente positivo. Um dos momentos mais marcantes, em suas palavras, ocorreu quando uma aluna verbalizou: “‘Professora, agora eu entendi que a gente pode mudar o mundo escrevendo’. Essa frase resume o maior aprendizado desse projeto, a consciência de que as vozes deles têm poder e de que a escola é um espaço onde eles podem ser ouvidos, refletir e agir.” O “Carta ao Leitor” reforça, portanto, o papel vital da escola como berço da cidadania e da reflexão crítica.
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Este projeto inovador em Rio Preto exemplifica como o ensino pode se conectar diretamente com a realidade, empoderando os alunos a desenvolverem não apenas habilidades de leitura e escrita, mas também um profundo senso de responsabilidade social e engajamento cívico. A iniciativa da professora Gabriela Santos Castro demonstra que o jornalismo pode ser uma ponte poderosa para a construção de cidadãos mais conscientes e participativos. Para mais análises e notícias sobre iniciativas semelhantes e temas da nossa sociedade, continue explorando a editoria de Cidades em nosso portal.
Crédito da imagem: Arquivo pessoal / Divulgação.


