Para auxiliar os estudantes que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025, a professora Marcela Querino elaborou uma sequência de questões focadas na disciplina de biologia, especificamente na área de ecologia. O tema da ecologia é apontado como um dos possíveis tópicos de avaliação para o segundo dia de aplicação das provas do Enem 2025, agendado para o dia 16 de novembro.
A iniciativa faz parte da série “Lá Vem o Enem”, que disponibiliza uma videoaula exclusiva conduzida pela mesma professora. No conteúdo audiovisual, Marcela Querino detalha conceitos fundamentais de ecologia, considerados cruciais para a compreensão do assunto. Entre os tópicos abordados estão as diferentes relações ecológicas, o processo de fluxo de energia dentro dos ecossistemas e o ciclo da matéria que ocorre nesses ambientes complexos. A aula também tem como objetivo ressaltar os pontos mais relevantes que os candidatos devem revisar e dominar para ter um bom desempenho nas questões de biologia que envolverem ecologia no exame.
A sugestão de metodologia para os alunos inclui primeiro assistir à videoaula para solidificar ou revisar os conhecimentos sobre ecologia. Posteriormente, eles são incentivados a praticar a resolução das questões preparadas, a fim de testar o entendimento e a aplicação dos conceitos antes do dia da prova oficial. O material é desenvolvido para oferecer uma simulação realista dos desafios encontrados no Enem, com questões elaboradas em formato similar às do exame.
A seguir, são apresentadas algumas das questões que integram o material de estudo elaborado pela professora Marcela Querino, abrangendo diferentes facetas da ecologia:
Questão sobre Definições Ecológicas (Enem 2024)
Em uma das questões disponibilizadas, os candidatos são confrontados com uma descrição detalhada da Gralha-do-cerrado (Cyanocorax cristatellus), uma espécie de ave característica de seu bioma. O enunciado da questão fornece uma série de informações a respeito da ave, começando por suas particularidades morfológicas. O texto aponta a existência de um topete frontal alongado, que é uma de suas características marcantes. Em relação à sua coloração, a gralha-do-cerrado possui plumagem azul-escura predominante. A descrição também detalha a coloração de regiões específicas, como a parte posterior do pescoço e a garganta, que são pretas, e o contraste na barriga e na ponta da cauda, que são brancas.
O porte físico da ave também é mencionado, informando que a Gralha-do-cerrado pode alcançar até 35 centímetros de comprimento. Adicionalmente, o enunciado explora os hábitos alimentares da espécie, descrevendo-a como onívora. Sua dieta é caracterizada como ampla, o que significa que inclui uma variedade considerável de alimentos, tais como frutos, insetos, sementes, pequenos répteis e ovos de outras espécies de aves, demonstrando sua flexibilidade alimentar e seu papel multifacetado no ecossistema.
Após a apresentação de todas essas informações — que compreendem tanto aspectos físicos (morfológicos) quanto comportamentais (dieta) —, a questão interpela o estudante a identificar o que essa descrição da gralha-do-cerrado representa, para além das suas características morfológicas, dentro dos conceitos da ecologia. As opções de resposta que são oferecidas para a escolha dos participantes incluem:
A) hábitat
B) ecótopo
C) nível trófico
D) nicho ecológico
E) ecossistema
Questão sobre Impacto Ambiental e Competição Interespecífica (Enem 2013)
Outra questão apresentada aborda o cenário energético brasileiro e as consequências ecológicas das escolhas para a geração de eletricidade. O enunciado informa que no Brasil, aproximadamente 80% da energia elétrica consumida provém de usinas hidrelétricas. A construção de tais infraestruturas envolve, necessariamente, o represamento de rios, que é um processo com capacidade de alterar significativamente os ecossistemas aquáticos. Uma das modificações mais notáveis que podem ocorrer é a alteração da ictiofauna local, que se refere à diversidade de espécies de peixes presentes em determinado corpo d’água.
Para ilustrar essa alteração, a questão cita o exemplo do represamento do Rio Paraná. Neste caso específico, foi observada uma diminuição quase simultânea do número de peixes cascudos nativos e um aumento na população de espécies de peixes exóticos, ou seja, introduzidas artificialmente no ambiente. As espécies exóticas mencionadas são o mapará e a corvina. A questão enfatiza que tanto os cascudos quanto as espécies introduzidas (mapará e corvina) possuem nichos ecológicos similares, o que implica que elas buscam recursos semelhantes e ocupam papéis semelhantes no ecossistema.
Com base nessas observações sobre a modificação da ictiofauna do Rio Paraná, a pergunta formulada aos estudantes busca a explicação para o desaparecimento dos peixes cascudos. As alternativas fornecidas para a escolha do participante são:
A) redução do fluxo gênico da espécie nativa.
B) diminuição da competição intraespecífica.
C) aumento da competição interespecífica.
D) isolamento geográfico dos peixes.
E) extinção de nichos ecológicos.
Questão sobre Relações Ecológicas em Tomateiro (Enem, sem ano especificado)
Um dos exercícios propõe uma análise das relações biológicas que podem ocorrer no ambiente agrícola, utilizando o tomateiro como foco. A questão descreve a existência de determinadas bactérias que exercem um papel crucial na dinâmica ecológica do tomateiro. Estas bactérias têm a capacidade de inibir o crescimento de um fungo que causa doenças na planta. A forma como essa inibição ocorre é através do consumo do ferro disponível no meio, reduzindo assim a quantidade deste elemento essencial para o fungo.
Além dessa interação antagônica com o fungo, as bactérias em questão realizam outras atividades benéficas para o tomateiro. Elas são responsáveis pela fixação de nitrogênio, processo vital para a fertilidade do solo e nutrição vegetal, tornando o nitrogênio atmosférico disponível para a planta. Adicionalmente, essas bactérias disponibilizam cálcio, outro nutriente importante para o desenvolvimento do tomateiro. Um terceiro benefício apontado é a produção de auxinas, substâncias que funcionam como hormônios vegetais, estimulando diretamente o crescimento do tomateiro.
Diante de todas essas interações — que incluem o controle de pragas, a disponibilização de nutrientes e o estímulo ao crescimento —, a questão solicita aos alunos que identifiquem qual dos processos biológicos descritos exemplifica uma relação ecológica de competição. As opções para assinalar a resposta correta são:
A) fixação de nitrogênio para o tomateiro.
B) disponibilização de cálcio para o tomateiro.
C) diminuição da quantidade de ferro disponível para o fungo.
D) liberação de substâncias que inibem o crescimento do fungo.
E) liberação de auxinas que estimulam o crescimento do tomateiro.
Questão sobre Branqueamento de Corais e Mutualismo (Enem, sem ano especificado)
O fenômeno dos corais é o foco de outro enunciado, que os descreve como indicadores naturais de alterações ambientais. A questão informa que os corais atuam como verdadeiros “termômetros” do oceano, capazes de assinalar, por meio de uma mudança em sua coloração, pequenas variações na temperatura da água marinha. Contudo, a situação alarmante é que esses organismos estão passando por um processo de branqueamento progressivo, ou seja, estão ficando brancos, o que serve como um sinal de alerta sobre a saúde dos oceanos.
O branqueamento dos corais ocorre devido à perda de minúsculas algas, conhecidas como zooxantelas. Estas algas vivem dentro dos tecidos dos corais e mantêm uma relação de mutualismo com eles. Na relação de mutualismo, ambas as partes envolvidas obtêm benefícios significativos para a sua sobrevivência. As zooxantelas realizam fotossíntese, fornecendo nutrientes e energia para o coral. O desequilíbrio dessa relação simbiótica, ocasionado pela perda das algas, compromete a capacidade dos pólipos que formam os corais de executar certas funções biológicas essenciais.
A questão então desafia os estudantes a identificarem qual dificuldade específica os pólipos dos corais enfrentam em consequência do desequilíbrio na relação com as zooxantelas. As alternativas de resposta são:
A) produzir o próprio alimento.
Imagem: g1.globo.com
B) obter compostos nitrogenados.
C) realizar a reprodução sexuada.
D) absorver o oxigênio dissolvido na água.
E) adquirir nutrientes derivados da fotossíntese.
Questão sobre Espécies Invasoras (Enem, sem ano especificado)
Um problema ecológico com graves consequências para a biodiversidade é abordado em outra questão, que destaca a presença de corais exóticos na Ilha Grande. O texto inicial da questão ressalta que, apesar de sua beleza e impressionante aspecto, esses corais exóticos, originários do Oceano Pacífico, representam uma séria ameaça ao equilíbrio dos ecossistemas presentes no litoral do Rio de Janeiro. Acredita-se que a introdução desses organismos no ambiente local tenha ocorrido provavelmente na década de 1980, sendo transportados por plataformas de petróleo e outras embarcações que trafegam entre as regiões.
Uma vez estabelecidos, esses corais invasores competem ativamente com as espécies nativas. Essa competição se dá por elementos considerados primordiais para a sobrevivência de qualquer organismo, como o espaço físico disponível para fixação e o alimento. A questão enfatiza a magnitude do problema causado pelos organismos invasores, classificando-os como a segunda maior causa de perda de biodiversidade em nível global, superados apenas pela destruição direta de hábitats decorrente da ação humana. O padrão observado nas populações de espécies invasoras é o seu crescimento de forma indefinida, o que leva à ocupação do espaço que antes era habitado por organismos nativos.
Dada a descrição do cenário e do impacto desses organismos, a pergunta formulada solicita aos candidatos que expliquem a principal vantagem que permite às populações de espécies invasoras crescerem de forma tão expressiva e ocuparem o espaço das espécies nativas. As opções de múltipla escolha para essa questão são:
A) não apresentarem genes deletérios no seu pool gênico.
B) não possuírem parasitas e predadores naturais presentes no ambiente exótico.
C) apresentarem características genéticas para se adaptarem a qualquer clima ou condição ambiental.
D) apresentarem capacidade de consumir toda a variedade de alimentos disponibilizados no ambiente exótico.
E) apresentarem características fisiológicas que lhes conferem maior tamanho corporal que o das espécies nativas.
Questão sobre Hibridação Artificial e Riscos Ambientais (Enem, sem ano especificado)
Outra questão disponibilizada para os estudantes analisa a prática da hibridação no cultivo de peixes, uma técnica utilizada pelo ser humano há um longo período. O enunciado contextualiza que a criação artificial de variedades de peixes por meio da hibridação é uma técnica antiga e bastante difundida. Cientistas e piscicultores empregam essa técnica com frequência devido a vantagens significativas: os híbridos resultantes geralmente apresentam um maior valor comercial em comparação com a média das espécies parentais. Além disso, a prática de criar variedades em cativeiro pode contribuir para reduzir a sobrepesca em ambientes naturais, aliviando a pressão sobre as populações selvagens de peixes.
No entanto, a questão também destaca um risco considerável associado a essa prática: a ausência de controle. Se não houver monitoramento adequado, esses animais criados artificialmente e muitas vezes modificados podem invadir rios e lagos naturais. Uma vez nesses ambientes, eles têm a capacidade de se reproduzir, o que pode desencadear uma série de consequências indesejadas e impactos nos ecossistemas aquáticos nativos.
Com base nesse cenário de risco, a questão solicita aos alunos que identifiquem a principal consequência ou desdobramento quando esses animais híbridos, sem controle, invadem e se reproduzem em rios e lagos naturais. As opções de resposta apresentadas são:
A) originar uma nova espécie poliploide.
B) substituir geneticamente a espécie natural.
C) ocupar o primeiro nível trófico no hábitat aquático.
D) impedir a interação biológica entre as espécies parentais.
E) produzir descendentes com o código genético modificado.
Questão sobre Predatismo em Vaga-Lumes (Enem, sem ano especificado)
Uma interação inusitada entre diferentes espécies de vaga-lumes é o foco de mais uma questão do material de estudo. O enunciado descreve o comportamento natural dos vaga-lumes, machos e fêmeas, que utilizam sinais luminosos como método para se atraírem mutuamente, visando ao acasalamento. O padrão comum é que o macho de uma espécie específica consiga reconhecer a fêmea da sua própria espécie e, atraído por essa sinalização luminosa, dirija-se ao seu encontro para o processo de reprodução.
Contudo, o texto introduz uma variação complexa nessa dinâmica, apresentando o caso do gênero de vaga-lume conhecido como Photuris. A fêmea do vaga-lume Photuris possui uma estratégia de engano singular: ela é capaz de simular os sinais luminosos emitidos por fêmeas de outro gênero, o Photinus. Essa imitação de sinal luminoso serve como um artifício para atrair machos do gênero Photinus, fazendo-os acreditar que estão se aproximando de uma fêmea de sua própria espécie.
A armadilha é revelada quando o macho Photinus, respondendo ao chamado falso, se aproxima da fêmea Photuris. A questão destaca uma característica importante: a fêmea Photuris é consideravelmente maior que o macho Photinus. Ao se aproximar, o macho Photinus é, de fato, atacado e devorado pela fêmea Photuris, revelando uma relação que vai além da simples atração. Diante dessa descrição detalhada da interação entre a fêmea do gênero Photuris e o macho do gênero Photinus, a questão desafia os alunos a classificarem o tipo de relação ecológica que ela representa. As opções de resposta oferecidas são:
A) comensalismo
B) inquilinismo
C) cooperação
D) predatismo
E) mutualismo
Todas as questões mencionadas são parte do material de estudo elaborado por Marcela Querino, que integra a proposta pedagógica de revisão para o Enem 2025. O objetivo é fortalecer o conhecimento dos estudantes e prepará-los de maneira eficaz para o exame nacional.
Com informações de G1 Paraíba
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