Processo Pfizer Metsera: Disputa por Fusão Acaba em Justiça

Economia

Processo Pfizer Metsera: Disputa por Fusão Acaba em Justiça. A farmacêutica norte-americana Pfizer entrou com uma ação judicial nesta sexta-feira (31) contra a Metsera e a dinamarquesa Novo Nordisk, acusando a Metsera de violar um acordo de fusão pré-estabelecido. A alegação central é que a desenvolvedora americana de medicamentos para obesidade declarou indevidamente a oferta de US$ 8,5 bilhões da Novo Nordisk como superior à da Pfizer, no valor de US$ 7,3 bilhões. A ação foi protocolada no tribunal de Delaware.

No processo, a Pfizer solicita uma ordem de restrição temporária com o objetivo de impedir que a Metsera rescinda o acordo vigente. A Metsera estabeleceu até a próxima terça-feira (4) como prazo limite para que a Pfizer eleve sua proposta de aquisição. Adicionalmente, a Pfizer busca que a votação dos acionistas da Metsera ocorra em 13 de novembro. A Comissão Federal de Comércio (FTC) dos Estados Unidos concedeu recentemente aprovação antecipada da lei antitruste para a proposta da Pfizer, bem antes do prazo de 7 de novembro.

Processo Pfizer Metsera: Disputa por Fusão Acaba em Justiça

Um porta-voz da Novo Nordisk manifestou-se, afirmando que as acusações da Pfizer são “infundadas” e prometeu “defender-se vigorosamente” em qualquer disputa judicial. Da mesma forma, a Metsera comunicou que discorda das alegações da Pfizer e irá respondê-las perante a justiça.

Detalhes da Disputa Bilionária pela Metsera

A ação judicial da Pfizer ilumina uma intensa disputa pela Metsera, que teve seus primeiros contatos com potenciais compradores no início de 2024, atraindo tanto a Pfizer quanto a Novo Nordisk. A Metsera está em fase de desenvolvimento de terapias experimentais que analistas do mercado projetam em vendas potenciais de até US$ 5 bilhões. Para a Pfizer, a aquisição da Metsera representa uma estratégica porta de entrada no promissor mercado de medicamentos para obesidade, avaliado em cerca de US$ 150 bilhões. Esse movimento visa não apenas diversificar seu portfólio, mas também compensar a redução na receita associada à COVID-19 e a iminentes expirações de patentes.

Por sua vez, a Novo Nordisk, renomada fabricante dos populares medicamentos Wegovy e Ozempic, tem tentado recuperar fatias do mercado de obesidade após perder parte de sua participação para a concorrente Eli Lilly. A Pfizer alegou que a oferta da Novo Nordisk constitui uma “tentativa ilegal de uma empresa dominante de suprimir a concorrência” no crescente mercado de medicamentos para perda de peso, citando um movimento anti-competitivo. Para entender mais sobre a dinâmica desse setor em rápida expansão, confira informações adicionais sobre o mercado bilionário de medicamentos para perda de peso.

Cronologia e Contrapopostas na Batalha por Aquisição

O processo detalha a complexa sequência de ofertas e rejeições que marcaram a tentativa de aquisição da Metsera. A Novo Nordisk fez sua primeira oferta formal em 23 de janeiro de 2025, propondo uma avaliação da Metsera em US$ 2 bilhões. No entanto, essa proposta foi prontamente recusada pelo conselho da Metsera, que citou riscos regulatórios e uma avaliação considerada baixa demais para a empresa. Posteriormente, a Pfizer ingressou na disputa em 2 de junho, apresentando uma proposta não vinculativa de US$ 30 por ação, seguida por uma série de ofertas aprimoradas.

Embora o conselho da Metsera tenha rejeitado a proposta inicial da Pfizer, as negociações com a empresa americana continuaram. Paralelamente, a Novo Nordisk apresentou ofertas adicionais, as quais também foram rejeitadas pelo conselho da Metsera. Em setembro, ambas as partes voltaram a submeter propostas revisadas. A Pfizer argumenta que a última oferta da empresa dinamarquesa, realizada em 20 de setembro, envolvia uma estrutura bastante complexa, incluindo ações sem direito a voto e um dividendo. Essa estrutura foi avaliada como demasiadamente arriscada pelo conselho da Metsera.

Alegações de Coordenação Suspeita entre as Partes

Antes mesmo da Novo Nordisk formalmente renovar sua proposta pela Metsera em 25 de outubro, a Pfizer sustenta que já existia uma preparação discreta entre a farmacêutica europeia e a Metsera para a realização da transação. Segundo a denúncia da Pfizer, representantes da Novo Nordisk iniciaram contatos com autoridades governamentais para discutir aspectos regulatórios, sugerindo um nível de coordenação prévia.

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Imagem: Divulgação via valor.globo.com

Simultaneamente, o principal escritório de advocacia que representa a Metsera solicitou uma dispensa de conflito à Pfizer poucos dias antes de a proposta da Novo Nordisk ser publicamente apresentada. Este fato, argumenta a Pfizer, é relevante, considerando que o mesmo escritório vinha negociando com a Pfizer há meses sem levantar preocupações sobre possíveis conflitos de interesse. Para a Pfizer, a sincronia desses eventos sugere que as discussões sobre o acordo entre Novo Nordisk e Metsera estavam em andamento antes de sua divulgação, o que poderia configurar uma violação das cláusulas de não solicitação previstas no acordo de fusão original.

Preocupações com o Interesse Nacional e Escrutínio Governamental

A ação judicial da Pfizer estrategicamente destaca seu posicionamento como uma corporação líder nos Estados Unidos, contrastando-a com a Novo Nordisk, caracterizada como uma concorrente estrangeira. Uma carta enviada à Metsera pelos advogados da Pfizer, e tornada pública no processo, descreve repetidamente a Pfizer como uma “empresa americana”.

Nesta carta, a Pfizer sugere que um acordo com a Novo Nordisk poderia atrair um rigoroso escrutínio por parte do Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS). Este órgão governamental é responsável por revisar investimentos estrangeiros no país, possuindo a autoridade para, em última instância, conceder ao Presidente americano o poder de intervir ou mesmo bloquear uma transação que possa comprometer a segurança nacional.

Demandas Judiciais da Pfizer em Destaque

Com a abertura deste processo, a Pfizer busca do tribunal uma declaração oficial que ateste que a proposta da Novo Nordisk não pode ser considerada uma “oferta superior” de acordo com os termos do contrato de fusão previamente acordado. Além disso, a empresa pleiteia o recebimento de indenizações por quaisquer danos causados e a aplicação de medidas cautelares que garantam seus direitos e a integridade do processo de aquisição.

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Esta disputa judicial bilionária ilustra a feroz competição no setor farmacêutico global e as complexas dinâmicas de fusões e aquisições que moldam o mercado. Mantenha-se atualizado sobre as novidades do setor econômico e as batalhas corporativas, acompanhando nossas notícias sobre economia e o mercado farmacêutico para não perder nenhum desenvolvimento.

Crédito da imagem: Valor Econômico

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