Prevenção Câncer de Mama: Mãe Alerta Após Descoberta Perto do Parto

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A história da representante farmacêutica Vanessa Benelli, de 40 anos, de Ribeirão Preto (SP), serve como um poderoso lembrete sobre a importância da prevenção câncer de mama e do autocuidado feminino. Quase dois anos após o diagnóstico da doença, descoberto às vésperas de dar à luz, Vanessa encontra-se em remissão desde junho deste ano e hoje tem uma nova perspectiva sobre a vida, o corpo e as prioridades.

A batalha de Vanessa começou com um nódulo na mama, inicialmente identificado durante sua segunda gestação. Aos 38 semanas de gravidez, em uma consulta de rotina, ela mencionou à médica um pequeno caroço. O exame de ultrassom revelou um nódulo de dois centímetros com alta suspeita de malignidade, mas a proximidade do parto levou à recomendação de aguardar, supondo um possível abscesso de leite, condição comum na lactação. Após o nascimento do filho Léo, nove meses antes do diagnóstico confirmado em janeiro de 2024, e com o inchaço das glândulas mamárias, o caroço pareceu desaparecer, tranquilizando Vanessa.

Contudo, a rotina intensa da maternidade, cuidando de um recém-nascido e um filho de dois anos, desviou sua atenção da persistência do nódulo. Ela chegou a buscar medicação para “secar o leite”, ainda na crença de que a protuberância estivesse ligada à amamentação. Foi somente em janeiro de 2024 que um retorno ao consultório revelou uma realidade alarmante: o nódulo havia crescido significativamente, atingindo sete centímetros. Uma biópsia subsequente confirmou o temido diagnóstico de câncer de mama.

Prevenção Câncer de Mama: Mãe Alerta Após Descoberta Perto do Parto

O tratamento de Vanessa teve início logo após a confirmação. O protocolo incluiu 16 sessões de quimioterapia — 12 consideradas mais leves e quatro “vermelhas” e mais agressivas — seguidas por cirurgia, 30 sessões de radioterapia e, finalmente, imunoterapia, concluídas em junho deste ano. Apesar da intensidade e dos efeitos colaterais inerentes, ela optou por uma abordagem otimista, enxergando cada etapa do processo como um passo rumo à cura.

“Eu nunca olhei para o tratamento como algo ruim. Cada gota de medicação era uma gota de esperança. Eu repetia para mim mesma: ‘que o medicamento vá direto nas células doentes’. Acreditar nisso me deu força”, relata Vanessa, que precisou contar principalmente com o suporte do marido, já que parte de sua família reside em Franca (SP).

O desafio enfrentado pela farmacêutica não se limitou apenas ao aspecto físico da doença. A dimensão mental mostrou-se igualmente crítica para sua recuperação. “Eu aprendi que a cabeça influencia muito. Se a gente se entrega ao medo, tudo fica mais pesado. Por isso, me mantive positiva o tempo todo. Cada etapa era uma vitória”, ressalta.

Conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama representou 29% de todos os casos de câncer no Brasil em 2024, solidificando-se como a principal causa de mortalidade por câncer entre mulheres. A taxa de mortalidade atinge cerca de 30%, no entanto, um diagnóstico precoce câncer de mama eleva as chances de cura para mais de 90%.

O médico oncologista Diocésio Andrade, da Oncoclínicas de Ribeirão Preto, enfatiza a relevância da detecção em estágio inicial. “O diagnóstico precoce é fundamental, por isso que existe a mamografia como método de rastreio. Ela vai impactar a sobrevida global e a sobrevida livre de recidiva, que a gente fala. Quanto mais precocemente for diagnosticado, maior a chance de cura”, explica o especialista. Segundo ele, detectar a doença no estágio 1, por exemplo, oferece uma probabilidade de cura significativamente maior em comparação aos estágios avançados.

Contrariando um mito comum, o câncer de mama não se restringe apenas a mulheres com mais de 40 anos, podendo manifestar-se em qualquer idade, mesmo em pacientes com 25 ou 30 anos. Durante a gestação, a detecção se torna mais complexa devido às alterações hormonais e anatômicas do corpo feminino. A mamografia, principal ferramenta de rastreamento, é contraindicada neste período.

Prevenção Câncer de Mama: Mãe Alerta Após Descoberta Perto do Parto - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Dr. Diocésio orienta que o acompanhamento pré-natal rigoroso e a atenção à saúde da mama são cruciais. Qualquer alteração identificada pelo obstetra ou ginecologista deve ser investigada rapidamente, por meio de biópsia, para um diagnóstico o mais ágil possível. Similarmente, durante a amamentação, apesar de não haver restrição à radiação, o exame clínico é dificultado pela mama estar alterada e inchada, o que pode mascarar nódulos.

Em casos de histórico familiar positivo para a doença, o acompanhamento deve ser ainda mais criterioso. Além da consulta com mastologista ou oncologista, recomenda-se procurar um geneticista para uma análise detalhada. É fundamental diferenciar predisposição hereditária de apenas vários parentes com câncer, embora ambos os cenários exijam atenção e monitoramento.

Hoje, Vanessa encara o Outubro Rosa, campanha global de conscientização sobre o câncer de mama, de uma maneira completamente diferente. A data, para ela, não representa apenas a celebração das vitoriosas, mas um chamado urgente à prevenção e ao autocuidado. Com os filhos crescendo e a rotina restabelecida, ela utiliza sua experiência pessoal para inspirar outras mulheres a priorizarem a saúde.

“Outubro Rosa não é só para quem venceu o câncer. É para quem ainda pode se prevenir, para quem acha que nunca vai acontecer. Eu me sinto com a missão de falar sobre isso. Eu vivi e quero que outras mulheres não passem pelo mesmo susto. A gente não deve esperar o corpo gritar para se cuidar”, conclui Vanessa.

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A história de Vanessa Benelli nos lembra da importância inegável do diagnóstico precoce e da prevenção do câncer de mama, incentivando todas as mulheres a priorizarem sua saúde e a realizarem exames de rotina. Manter-se informado é o primeiro passo para o autocuidado. Continue acompanhando nossas notícias para mais informações e relatos relevantes sobre saúde e bem-estar.

Crédito da imagem: Arquivo Pessoal

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