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Presidente Mocidade Preso em Operação contra Cúpula do Bicho

Uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro culminou, nesta sexta-feira (3), com o cumprimento de dois mandados de prisão que sacudiram o cenário da contravenção e do carnaval carioca. Um dos alvos da ação é **Flávio da Silva Santos, presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel**, que, segundo as investigações, atua como principal […]

Uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro culminou, nesta sexta-feira (3), com o cumprimento de dois mandados de prisão que sacudiram o cenário da contravenção e do carnaval carioca. Um dos alvos da ação é **Flávio da Silva Santos, presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel**, que, segundo as investigações, atua como principal aliado de Rogério de Andrade, apontado como o proeminente bicheiro do estado. Rogério de Andrade, já recluso em uma penitenciária federal, teve sua prisão reafirmada, enquanto Flávio foi detido pela manhã e a Justiça já solicitou seu encaminhamento para um regime de segurança máxima em presídio federal, reforçando a seriedade das acusações.

As ações da Promotoria, que incluem mandados de busca e apreensão, visaram desmantelar uma suposta nova estrutura do jogo do bicho no Rio de Janeiro. Paralelamente às detenções, foi efetuado um mandado de busca e apreensão contra Vinicius Drumond, que as investigações apontam como um importante parceiro de Rogério na reorganização da cúpula da contravenção. Vinicius Drumond também figura como investigado em ocorrências de homicídio e de furtos de petróleo, adicionando camadas de complexidade à teia criminosa apurada.

Presidente da Mocidade é preso sob suspeita de ser braço direito de Rogério de Andrade em nova cúpula do bicho

A ramificação da operação alcançou locais estratégicos para a cultura do carnaval. A família Drumond, que historicamente tem a liderança da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, viu a quadra da agremiação ser um dos alvos dos mandados de busca e apreensão executados na manhã desta sexta-feira. Representantes jurídicos de Rogério de Andrade e Vinicius Drumond foram contatados, porém, não se manifestaram até o fechamento desta reportagem. A defesa de Flávio da Silva Santos, por sua vez, não foi localizada para comentar os fatos.

Laços Familiares e Históricos da Contravenção no RJ

O universo do jogo do bicho no Rio de Janeiro possui raízes históricas e conexões familiares profundas que vêm à tona nesta nova fase das investigações. Rogério de Andrade é notadamente sobrinho de Castor de Andrade, figura icônica do submundo carioca, falecido em 1997 e reconhecido pelos investigadores como o mais poderoso bicheiro de sua era. Da mesma forma, Vinicius Drumond mantém uma ligação hereditária com a contravenção, sendo filho de Luiz Pacheco Drumond, que também integrou a antiga e influente cúpula do jogo do bicho e faleceu em 2020. Essas relações familiares evidenciam a perpetuação de nomes tradicionais em atividades ilícitas e o constante desafio enfrentado pelas autoridades.

Para o Ministério Público do Rio de Janeiro, a atual articulação entre Vinicius Drumond, Rogério de Andrade e Flávio da Silva Santos – este último posicionado como braço direito de Rogério – configura a formação de uma nova cúpula no domínio da contravenção estadual. Essa reorganização levanta preocupações significativas sobre o potencial impacto na segurança pública e na continuidade de crimes relacionados ao jogo ilegal e suas vertentes.

Acusações Graves e o Contexto da Violência

A denúncia formalizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro atribui ao grupo liderado pelos acusados ligações com “disputas violentas com grupos rivais”. Entre os incidentes citados, destaca-se o assassinato de Fernando Iggnácio, ocorrido em novembro de 2020, que teve Rogério de Andrade acusado como mandante. Iggnácio, ex-genro de Castor de Andrade, foi por décadas protagonista de uma ferrenha disputa com Rogério pelo controle do espólio do falecido bicheiro, em uma saga de poder e violência.

A execução de Fernando Iggnácio, detalha a denúncia, aconteceu de forma calculada. Ele foi alvo de uma emboscada em um heliponto localizado no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. Seus executores aguardaram por horas em uma área de mata densa, culminando no ataque no momento em que a vítima desembarcava de um helicóptero. Esse tipo de ação violenta sublinha a brutalidade associada às disputas internas da contravenção.

Presidente Mocidade Preso em Operação contra Cúpula do Bicho - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

Adicionalmente, os promotores ligam os acusados a casos de corrupção envolvendo agentes policiais. A investigação aponta para o pagamento de propinas a “diversas unidades” das Polícias Civil e Militar, configurando um grave esquema de cooptação. A reportagem ainda aguarda manifestação oficial das corporações mencionadas sobre essas acusações. Tal cenário expõe a intricada rede de poder e influência que os grupos de contraventores conseguem estabelecer, comprometendo a integridade das instituições de segurança.

Mocidade Independente e as Ligações com o Jogo do Bicho

A escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, agremiação histórica e de grande relevância no carnaval carioca, também é mencionada no contexto das investigações. Flávio da Silva Santos foi eleito presidente da escola em 2019. A trajetória da Mocidade se cruza com a história do jogo do bicho a partir da década de 1980, período em que Castor de Andrade se aproximou da agremiação, tornando-se seu principal mecenas e contribuindo para uma série de campeonatos. Essa simbiose entre o patrocínio da contravenção e o sucesso carnavalesco é um ponto frequentemente debatido na cultura do samba.

Anos mais tarde, a reaproximação da família Andrade com a escola se deu em 2015, por iniciativa de Rogério, dando novo impulso à Mocidade, que conquistou mais um campeonato em 2017. Esses eventos destacam a persistência dos laços entre os grupos investigados e uma das mais emblemáticas escolas de samba do Rio. Na manhã desta sexta-feira, as escolas de samba diretamente ou indiretamente relacionadas à operação, Mocidade e Imperatriz Leopoldinense, não emitiram declarações sobre os fatos, permanecendo em silêncio diante da repercussão dos mandados.

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A prisão do presidente da Mocidade e a deflagração da operação contra a suposta nova cúpula do jogo do bicho reiteram a constante atuação das autoridades para coibir o crime organizado no Rio de Janeiro. Fique atento às atualizações em nossa editoria de Cidades para mais detalhes sobre este e outros casos relevantes.

Crédito da imagem: Flávio Santos no Instagram

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