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Prefeitura de SP anuncia novo Censo da População de Rua 2025

A cidade de São Paulo terá um **novo Censo da População de Rua em 2025**, conforme anúncio da administração municipal. A iniciativa surge em um cenário de divergência significativa nos dados sobre pessoas em situação de vulnerabilidade, que atualmente impede uma compreensão unificada do problema e, consequentemente, dificulta a formulação de políticas públicas eficazes na […]

A cidade de São Paulo terá um **novo Censo da População de Rua em 2025**, conforme anúncio da administração municipal. A iniciativa surge em um cenário de divergência significativa nos dados sobre pessoas em situação de vulnerabilidade, que atualmente impede uma compreensão unificada do problema e, consequentemente, dificulta a formulação de políticas públicas eficazes na maior metrópole do país.

A Prefeitura paulistana divulgou na segunda-feira, 6 de maio, a conclusão do processo licitatório para a atualização do levantamento, com a homologação do processo na última quarta-feira, 1º de maio. A expectativa é que a pesquisa de campo seja produzida e os resultados publicados ainda em 2025. O estudo mais recente conduzido pela gestão municipal é datado de 2021 e foi divulgado publicamente no ano seguinte.

Prefeitura de SP Anuncia Novo Censo da População de Rua 2025

O foco em um **novo Censo da População de Rua em São Paulo** reflete a necessidade urgente de harmonizar as informações oficiais, já que os números fornecidos pela prefeitura contrastam fortemente com os levantamentos realizados por entidades federais e organizações sociais. Especialistas na área ressaltam a importância vital de ferramentas de medição precisas e atualizadas para subsidiar o planejamento e a implementação de ações direcionadas a essa parcela da população.

Os levantamentos atuais revelam um panorama alarmante e inconsistente. Dados obtidos pela TV Globo, com base nas informações do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), apontam que 109.981 indivíduos viviam em situação de rua na Grande São Paulo. Destes, uma esmagadora maioria – 98.666 pessoas – está concentrada na capital paulista, representando cerca de 90% do total da região metropolitana. Em contrapartida, o último Censo da prefeitura, sob a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), registrou um número substancialmente inferior: 31.884 pessoas nesta condição em São Paulo capital.

A disparidade dos dados gera um impasse significativo, conforme destacou Cláudia Adão, assistente social e doutora pela Universidade de São Paulo (USP). Ela aponta que o sistema CadÚnico, por sua natureza cumulativa, registra cada vez que uma pessoa em vulnerabilidade é atendida. Este método, embora abrangente, pode levar à superestimação dos números devido a possíveis duplicidades no registro, inflacionando o contingente total de forma artificial.

Por outro lado, o Censo da Prefeitura de São Paulo adota uma metodologia distinta, que consiste em um levantamento realizado em uma única noite. Esta abordagem, comparada a uma “fotografia” do momento, pode, inversamente, subestimar a dimensão do problema, pois dificilmente consegue contabilizar todos os indivíduos em situação de rua. Para Cláudia Adão, a solução ideal para obter uma dimensão mais realista da população em situação de rua seria o cruzamento desses dois bancos de dados, juntamente com a realização de censos específicos em períodos mais curtos e frequentes, garantindo assim uma atualização constante e mais fidedigna.

A questão da inconsistência e ausência de dados se agrava para além da capital. Em municípios da Grande São Paulo, como Guarulhos – a segunda maior cidade do estado –, a situação de vulnerabilidade da população de rua permanece pouco documentada por levantamentos próprios. Embora o CadÚnico aponte a existência de mais de 2.700 pessoas em situação de rua na cidade, Guarulhos admitiu, em nota, não possuir números próprios atualizados e reconheceu que essa lacuna impacta diretamente na eficiência do atendimento social. A administração de Guarulhos informou, entretanto, que planeja iniciar um levantamento próprio a partir de 2026, embora já forneça serviços de assistência social à população sem-teto no município.

Prefeitura de SP anuncia novo Censo da População de Rua 2025 - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Paralelamente às discussões sobre metodologias e levantamentos, os números de pessoas em situação de rua na capital e no estado de São Paulo demonstram um crescimento. No primeiro trimestre deste ano, aproximadamente 3.000 pessoas adicionais passaram a viver nas ruas da cidade de São Paulo, elevando o total de 93.355 em janeiro para 96.220 em março. Em âmbito estadual, o aumento foi similar, com 143.509 pessoas em março, comparado a 140.543 em janeiro.

Um estudo detalhado do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua), ligado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), utilizando dados do CadÚnico, oferece um perfil mais aprofundado dessa população. A pesquisa revela que 84% das pessoas vivendo nas ruas são homens, e 81% sobrevivem com uma renda mensal inferior a R$ 108. Adicionalmente, mais da metade (52%) não concluiu o ensino fundamental ou não possui escolaridade alguma. Apesar de abrigar o maior número de pessoas em situação de rua do Brasil, o OBPopRua classificou o cenário de São Paulo como “estável” dentro das categorias que descrevem estados com aumento, diminuição ou estabilidade na concentração de registros.

A prefeitura de São Paulo reafirma seu compromisso com a atualização de informações cruciais para a gestão pública, esperando que o **novo Censo da População de Rua 2025** proporcione uma base de dados mais coesa e realista. A precisão desses números é fundamental para direcionar de forma eficaz os recursos e programas sociais, garantindo que as políticas públicas alcancem quem realmente precisa, em toda a sua extensão e complexidade.

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Crédito da imagem: Divulgação / Articulação Permanente de Direitos da População em Situação de Rua

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