Prefeito de Campo Belo Sob Investigação por Mutirão Oftalmológico

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A investigação contra o prefeito de Campo Belo, Adalberto Ribeiro Lopes (PL), foi oficialmente iniciada pela Câmara Municipal após a aprovação de uma comissão processante. As apurações buscam esclarecer denúncias de possíveis irregularidades que teriam ocorrido durante um mutirão oftalmológico realizado no último domingo, dia 20.

O evento, que prometia atendimento especializado a cerca de 200 pacientes, aconteceu na Escola Municipal Cônego Ulisses e agora é alvo de múltiplas análises. Além do poder legislativo local, a Polícia Civil, o Ministério Público e o Procon de Campo Belo também conduzem suas próprias investigações sobre os acontecimentos que geraram insatisfação entre a população.

Prefeito de Campo Belo Sob Investigação por Mutirão Oftalmológico

Diversos relatos apontam para problemas significativos na execução do projeto. Moradores que compareceram ao local descreveram longas esperas, que chegaram a durar até oito horas, para serem atendidos. Uma das denúncias mais preocupantes envolve o profissional médico responsável pelas consultas. Segundo informações veiculadas pela jornalista Kelly Cristina, do Diário de Campo Belo, em vídeo gravado no local, foi constatado que, embora possua registro no CRM, o médico ainda está em período de residência, carecendo de especialização em oftalmologia, aspecto crucial para o tipo de serviço oferecido no mutirão.

Vicentina Gonçalves Martins, uma das pacientes presentes no dia, compartilhou sua experiência, relatando que chegou ao local e encontrou “a maior confusão”, sendo atendida apenas às 23 horas, após uma longa jornada de espera. Além disso, ela afirmou ter pago R$ 1,3 mil por óculos adquiridos após a consulta, valor que representa um peso significativo em seu orçamento.

As investigações conduzidas pela Câmara, baseadas na denúncia dos vereadores, indicam que os pacientes podem ter sido induzidos a realizar a compra de óculos logo após os exames. Essa prática levantou suspeitas e motivou a intervenção da Polícia Militar, que registrou um boletim de ocorrência detalhando a situação. De acordo com o documento policial, o médico e sua equipe interromperam subitamente os atendimentos e se evadiram do local de forma apressada. Na partida, abandonaram fichas de pacientes e uma embalagem de medicamento controlado, materiais que foram apreendidos pelas autoridades.

Diante da suspensão do mutirão por parte do Ministério Público, seis consumidores procuraram o Procon da cidade para solicitar o reembolso dos valores gastos com os óculos. A coordenadora do órgão, Michele Viviane Maia, esclareceu que todos os atendimentos visavam ao arrependimento da compra, pois os pacientes perceberam, ao chegar em casa, que o valor não se adequava às suas condições financeiras. A atuação do Procon é fundamental para assegurar os direitos desses cidadãos e apurar qualquer prática comercial abusiva ou enganosa.

O caso teve forte repercussão na Câmara de Campo Belo. Na sessão realizada na terça-feira, dia 21, o então secretário de Saúde do município, Juliano Furtado Freire, reconheceu falhas na implementação do projeto. Ele destacou, contudo, que a intenção da secretaria era proporcionar o melhor para a saúde da população. Dois dias após o reconhecimento das falhas, o prefeito Adalberto Ribeiro Lopes decidiu exonerar o secretário de seu cargo e anunciou a abertura de uma sindicância interna. Em suas declarações, o prefeito Adalberto Ribeiro Lopes reforçou o compromisso com a verdade: “Eu quero a apuração de todos os fatos, inclusive desse médico que veio também. Não vamos deixar nada sem esclarecimento para a população e a Câmara”, garantiu.

A comissão processante estabelecida pela Câmara Municipal tem um prazo de 90 dias para conduzir a investigação, coletar depoimentos de envolvidos e analisar todos os documentos pertinentes ao caso. Conforme detalhou o vereador Gustavo Henrique Protásio Martins (Republicanos), a confirmação das irregularidades pode levar o prefeito a responder por infração político-administrativa e, potencialmente, por improbidade administrativa, dependendo do teor das provas colhidas. A Polícia Civil, por sua vez, também confirmou a continuidade de suas investigações, enquanto a reportagem tenta, sem sucesso até o momento, entrar em contato com o ex-secretário Juliano Furtado Freire e os responsáveis pelo projeto “Ver Melhor”. O caso em Campo Belo, que levanta sérias questões sobre a organização e a ética na gestão pública, segue sob intensa apuração das autoridades. Irregularidades administrativas devem ser investigadas com rigor e o público pode buscar informações em instituições como o Ministério Público de Minas Gerais.

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O episódio do mutirão oftalmológico em Campo Belo evidencia a crucialidade da transparência e da vigilância nos serviços públicos, essenciais para garantir a credibilidade e a eficácia das ações governamentais. Para se manter sempre informado sobre desenvolvimentos de casos de gestão pública, investigações e outros temas relevantes para a cidadania, explore nossa editoria de Política.

Crédito da imagem: Reprodução EPTV

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