Uma nova sondagem conduzida pela Genial/Quaest revela que a maioria dos brasileiros defende uma postura amigável do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Donald Trump, especialmente em temas que envolvem negociações diretas entre as duas figuras políticas. Os resultados, divulgados na quarta-feira (8), evidenciam uma mudança nas percepções da população após encontros diplomáticos recentes, sugerindo um consenso sobre a necessidade de conciliação.
Os dados apurados pela pesquisa mostram que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos, personificada nas figuras de Lula e Trump, é acompanhada de perto pela sociedade. Em particular, a maneira como o líder brasileiro deve lidar com as iniciativas de seu contraparte norte-americano no que tange aos interesses nacionais tem gerado opiniões divergentes, mas com uma clara inclinação pela conciliação.
Postura de Lula com Trump: 65% apoiam amigável, revela pesquisa
De acordo com o levantamento, realizado entre 2 e 5 de outubro, um total de 65% dos entrevistados expressaram a opinião de que o presidente Lula deveria adotar uma postura amigável frente às ações de Trump direcionadas ao Brasil. Este percentual representa um aumento significativo em comparação com agosto, quando o índice era de 58%. Em contraste, a fatia da população que defende uma atitude mais rígida por parte do mandatário brasileiro caiu de 33% para 25% no mesmo período.
A pesquisa Genial/Quaest envolveu 2.004 entrevistas e possui uma margem de erro estimada em 2 pontos percentuais. Importante destacar que as entrevistas foram conduzidas antes da conversa telefônica entre os dois presidentes, que ocorreu na segunda-feira (6), indicando que os resultados refletem percepções formadas previamente a essa interação mais direta.
Análise da Percepção Pública Após Encontros
Um encontro protocolar entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, com duração de menos de um minuto, nos bastidores da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 23 de setembro, já havia sinalizado possíveis direcionamentos. Na ocasião, Trump, em seu discurso, fez uma referência pública a uma “excelente química” com Lula, gerando especulações. O presidente brasileiro, por sua vez, mencionou em coletiva de imprensa que o ex-presidente dos EUA estaria desinformado sobre a realidade brasileira, mas classificou como uma “surpresa boa” a referência à “química” entre eles.
A opinião pública parece ter captado a dinâmica. A sondagem revelou que 49% dos participantes acreditam que Lula saiu politicamente fortalecido do breve encontro em Nova York. Para 27%, o petista teria saído mais fraco, enquanto 10% consideraram que a ocasião não alterou sua força política.
No subsequente telefonema de 6 de outubro, o líder brasileiro formalizou pedidos específicos. Entre as solicitações, estava a remoção das tarifas impostas pela administração Trump sobre uma série de produtos brasileiros, que chegou a 50%, com exceção de setores como o da aviação, sobretaxado em 10%. Adicionalmente, Lula solicitou a suspensão de “medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras”, o que inclui a cassação de vistos de auxiliares próximos ao presidente e as sanções financeiras aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para entender a complexidade das relações diplomáticas entre nações e a importância do diálogo, é crucial analisar o histórico de interações entre Brasil e EUA, como detalhado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Após a conversa, ambos os líderes indicaram a possibilidade de um futuro encontro presencial. Questionados sobre essa perspectiva, 51% dos entrevistados demonstraram otimismo, avaliando que Lula e Trump poderão se “dar bem” após a potencial reunião, enquanto 36% mantiveram uma visão mais cética.

Imagem: www1.folha.uol.com.br
Impacto das Reformas: A Opinião sobre o Imposto de Renda
Em uma seção distinta, mas parte da mesma pesquisa Genial/Quaest, foram abordadas as percepções da população sobre as propostas de reforma do Imposto de Renda (IR). As questões focaram na isenção para rendimentos de até R$ 5.000, um desconto para quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.350 mensais, e a introdução de um Imposto de Renda Mínimo da Pessoa Física para indivíduos com ganhos superiores a R$ 50 mil.
Observou-se um crescimento no apoio às medidas após a votação do projeto na Câmara dos Deputados e seu atual trâmite no Senado Federal. A isenção de imposto para aqueles que recebem até R$ 5.000 alcançou a aprovação de 79% dos entrevistados, um aumento de 4 pontos percentuais em relação a junho (75%). Em contrapartida, a desaprovação para esta medida reduziu de 21% para 17%.
A taxação dos cidadãos de alta renda também encontra forte apoio: 64% dos participantes concordam com a tributação dos mais ricos, enquanto 29% manifestam discordância. No geral, a percepção predominante é que a reforma terá um efeito positivo nas finanças pessoais: 90% dos respondentes esperam uma melhora em suas economias, com 49% antevendo uma mudança pequena e 41% uma alteração “importante”.
Confira também: crédito imobiliário
Este panorama fornecido pela pesquisa Genial/Quaest demonstra as expectativas da sociedade brasileira tanto em relação à diplomacia internacional quanto às políticas econômicas internas, evidenciando o desejo por conciliação externa e melhorias na justiça fiscal. Continue acompanhando nossas análises para entender mais profundamente o cenário político e econômico. Confira as últimas notícias em nossa seção de Política.
Crédito da imagem: Felipe Gutierrez
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