As forças-tarefa do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão vinculado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), deflagraram nesta terça-feira, 7 de maio, duas novas operações focadas em policiais rodoviários estaduais. Os policiais rodoviários no Paraná alvo de operação contra propina e outras irregularidades estão sob suspeita de integrar uma sofisticada rede criminosa envolvida em concussão, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A ação ocorreu na manhã da terça-feira.
De acordo com apurações da RPC, afiliada da TV Globo na região, um total de dez agentes foram afastados de suas funções: nove deles lotados na área de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e um com base em Guaraniaçu, no oeste do estado. Além dos afastamentos, um mandado de prisão preventiva foi emitido para um policial atuante no batalhão regional de Guarapuava. As diligências incluíram a execução de trinta mandados de busca e apreensão, distribuídos em municípios das regiões de Ponta Grossa e Guarapuava.
Policiais Rodoviários no Paraná Alvo de Operação Contra Propina
O foco das investigações está na exigência de pagamentos indevidos por parte dos agentes a motoristas, com o objetivo de evitar a aplicação de multas nas rodovias estaduais paranaenses. As autoridades do Gaeco revelaram que grande parte das vítimas desses esquemas de extorsão consistia em caminhoneiros. Por ora, os nomes dos policiais envolvidos não foram divulgados, e a equipe do g1 tem envidado esforços para identificar suas respectivas defesas legais.
Detalhamento das Operações de Combate à Corrupção
O Ministério Público do Paraná esclareceu a natureza dos crimes investigados, que abrangem concussão, corrupção passiva e lavagem de ativos. Em uma das vertentes das apurações, constatou-se que os policiais requeriam propina não apenas de condutores infratores, mas também de indivíduos envolvidos em operações de salvamento de cargas que haviam tombado. Adicionalmente, as investigações identificaram pessoas físicas e jurídicas que teriam sido usadas para a lavagem dos valores recebidos ilicitamente por meio de suas contas bancárias. Estes envolvidos também foram submetidos a mandados de busca e apreensão.
A Operação Rota 466 e Novas Descobertas
Uma das frentes investigativas, denominada “Operação Rota 466”, avançou para sua segunda fase nesta terça-feira. Anteriormente, um ex-comandante do Posto de Polícia Rodoviária de Guarapuava já havia sido um dos alvos. Durante o desdobramento desta nova etapa, este ex-comandante foi detido preventivamente. As análises posteriores revelaram que ele cometeu uma série de crimes de corrupção adicionais, acumulando pelo menos R$ 47 mil em propinas. Ademais, há indícios de que o ex-oficial tentou obstar o processo investigatório, dificultando a coleta de provas essenciais.
Operação Via Pix: Extorsão por Meio de Transferências Eletrônicas

Imagem: g1.globo.com
Paralelamente, outra linha de investigação batizada de “Operação Via Pix” teve início a partir de denúncias de motoristas profissionais ao 4º Comando Regional da Polícia Militar. Esses condutores relataram estar sendo extorquidos por policiais rodoviários na região de Piraí do Sul. O Gaeco descreveu a “Via Pix” como a descoberta de uma estrutura criminosa intrincada, envolvendo policiais militares, empresas e civis na prática de corrupção e lavagem de dinheiro.
Apurou-se que, durante fiscalizações em rodovias estaduais — seja em blitze ou em postos policiais fixos —, os agentes envolvidos exigiam benefícios financeiros indevidos sob uma miríade de pretextos, muitos sem amparo legal. A liberação dos veículos só acontecia após a efetivação do pagamento, que podia ser em dinheiro físico ou através de transferências bancárias via PIX, geralmente direcionadas para contas de “laranjas”, associadas a empresas e outros civis.
Até o momento, as investigações da “Via Pix” conseguiram identificar cerca de cem motoristas que realizaram esses pagamentos ilegais, e parte considerável deles já prestou depoimento. Com base exclusivamente nas contas bancárias examinadas até a presente data, estima-se que entre dezembro de 2024 e agosto de 2025, os criminosos tenham recebido indevidamente cerca de R$ 140 mil através de transações via PIX.
Os trabalhos investigativos continuam, visando desmantelar completamente os esquemas e levar todos os envolvidos à justiça. O aprofundamento das informações sobre a atuação do GAECO é crucial para compreender o combate à criminalidade organizada. Para mais detalhes sobre as operações do Ministério Público do Paraná, é possível consultar o portal do MP-PR.
Confira também: crédito imobiliário
Este panorama detalha a gravidade da corrupção envolvendo policiais rodoviários no Paraná, revelando o alcance das investigações do Gaeco e o impacto desses esquemas na segurança e integridade das rodovias do estado. Acompanhe nossa editoria de Política para se manter atualizado sobre novos desenvolvimentos e outras notícias relevantes sobre o cenário estadual e nacional.
Crédito da imagem: Paulo Roberto Martins/RPC
🔗 Links Úteis
Recursos externos recomendados