A Polícia Civil de Minas Gerais deu início a uma investigação sobre as condições em que **crianças eram mantidas em um alojamento precário de uma escolinha de futebol em Formiga**, cidade do Centro-Oeste mineiro. A denúncia levou as autoridades a encontrar seis meninos, com idades variando entre 11 e 14 anos, em um imóvel no Bairro Santa Luzia, vivendo sob circunstâncias que levantaram sérias preocupações sobre sua segurança e bem-estar.
A ação policial, que ocorreu na manhã da última quarta-feira (15), foi resultado de uma parceria estratégica entre a Polícia Civil e o Conselho Tutelar local. A presença dos menores no local era justificada pela participação em supostos treinamentos oferecidos por uma escolinha de futebol. Os meninos eram originários das cidades mineiras de Arcos e Lagoa da Prata.
Polícia encontra crianças em alojamento precário de escolinha em Formiga
Durante a verificação inicial, as autoridades constataram que quatro dos seis garotos possuíam a devida documentação e autorização expressa de seus responsáveis legais. Contudo, dois dos menores não tinham qualquer tipo de identificação. O indivíduo responsável pela residência e pela iniciativa esportiva, um treinador de 51 anos, natural da Bahia, foi prontamente encaminhado à delegacia para prestar depoimento e permanece à disposição da Justiça, aguardando o desenrolar das investigações.
O delegado Emmanuel Gomes, encarregado da condução do inquérito, explicou que a investigação foi deflagrada após o recebimento de diversas denúncias na Polícia Civil. Os relatos indicavam que menores de idade estavam perambulando pelo Bairro Santa Luzia, exibindo sinais de fome e solicitando dinheiro, sempre mencionando que faziam parte de uma escolinha de futebol supostamente localizada nas proximidades do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). A frequência e a consistência das alegações de crianças desamparadas e em busca de alimento na região motivaram a rápida e decisiva resposta das autoridades.
Ao se deslocarem para o endereço apontado nas denúncias, as equipes de investigação foram confrontadas com uma realidade perturbadora. Foi verificada a precariedade do local onde os meninos dormiam, desprovido de quaisquer condições básicas e adequadas para habitação. “Encontramos seis crianças dormindo nesse imóvel, sob o pretexto de estarem treinando em uma escolinha de futebol. Ninguém na cidade tinha conhecimento da existência dessa escola”, detalhou o delegado Emmanuel, ressaltando o caráter clandestino da operação e o evidente estado de isolamento em que os menores se encontravam.
As condições estruturais e de higiene da casa foram consideradas um dos aspectos mais alarmantes da denúncia. A vistoria minuciosa no interior do imóvel revelou um cenário de desorganização e insalubridade generalizada, com a presença de diversos itens inapropriados para o ambiente em que crianças estavam vivendo. Alimentos encontrados na geladeira estavam em avançado estado de decomposição, e foram localizadas garrafas de bebidas alcoólicas, sugerindo uma completa falta de fiscalização e cuidado por parte dos adultos encarregados.
“Não se espera que um lugar que lida com esporte e com o sonho de crianças apresente um cenário como este. Havia bebidas alcoólicas, roupas sujas, alimentos estragados na geladeira, uma bagunça tremenda e nenhuma cama digna para descanso”, lamentou Emmanuel Gomes. Suas declarações sublinham a patente incompatibilidade entre as condições observadas e o propósito declarado da iniciativa futebolística, levantando questões sobre os direitos básicos das crianças, conforme amplamente difundido por organizações como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que defende a proteção integral dos menores.

Imagem: g1.globo.com
As apurações preliminares também revelaram que os jovens eram instruídos a comercializar rifas com o objetivo de levantar fundos para a manutenção do suposto projeto. Segundo o delegado, foi estabelecida uma meta de venda de aproximadamente R$ 500 em rifas para cada criança. “Para sustentar o projeto, elas eram orientadas a vender cerca de R$ 500 em rifas. Isso é completamente incompatível com o funcionamento de uma iniciativa idônea”, acrescentou o delegado, reforçando a suspeita de exploração indireta e de utilização dos menores para fins lucrativos sob falsas promessas de desenvolvimento esportivo.
Após serem localizados e acolhidos, os meninos foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil em Formiga, onde receberam o atendimento inicial. Seus pais ou responsáveis legais foram imediatamente notificados e acionados para comparecerem ao local e tomarem as devidas providências para a regularização da situação de seus filhos. A Polícia Civil de Formiga assegurou que as investigações permanecerão em andamento, visando a apurar se as crianças estavam de fato frequentando alguma escola e a verificar outras possíveis situações de vulnerabilidade relacionadas à saúde e segurança dos jovens. O Conselho Tutelar acompanha de perto e continuamente o desenrolar de todo o caso, prestando o suporte necessário.
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O incidente das crianças encontradas em alojamento precário na escolinha de Formiga, Minas Gerais, destaca a imprescindível necessidade de fiscalização rigorosa e proteção dos direitos de menores envolvidos em projetos sociais e esportivos. A Polícia Civil de Formiga persiste em seus esforços para esclarecer integralmente todos os fatos e assegurar o bem-estar e a segurança dos meninos. Para se manter atualizado sobre casos de justiça, direitos infantis e notícias relevantes da região, convidamos você a continuar acompanhando nossa editoria de Cidades.
Crédito da imagem: Polícia Civil/Divulgação
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