Polícia Civil elucida o assassinato de idosos desaparecidos em Sapé, na Zona da Mata paraibana, um crime brutal que chocou a comunidade local. Após cerca de um mês de investigações intensas, a corporação desvendou os detalhes da morte de Célia e Nelson Honorato, um casal de idosos cujos corpos, embora encontrados, ainda aguardam identificação formal. O mandante, identificado como um falso corretor de imóveis, e mais dois envolvidos já estão presos, e a Polícia trata o caso como totalmente esclarecido, encaminhando-o para conclusão junto à Justiça.
O enredo sombrio, motivado pelo interesse na propriedade das vítimas, começou a ser delineado pela Polícia Civil. Segundo as apurações, o desaparecimento do casal, ocorrido em 18 de agosto, na verdade, marcou o dia de seu assassinato. As autoridades, com base em evidências e confissões, reconstituíram a cronologia exata dos eventos que culminaram nas trágicas mortes e na subsequente tentativa de homicídio contra o filho das vítimas.
Polícia elucida assassinato de idosos desaparecidos em Sapé
Os investigadores revelaram que Ailton Emanuel, que se apresentava falsamente como corretor de imóveis, orquestrou a ação. Ele possuía uma procuração para vender a residência do casal em Sapé, pois Célia e Nelson planejavam se mudar para João Pessoa para viverem ao lado do filho autista de 27 anos. A ganância pelo imóvel, que já tinha documentação avançada para a venda, foi a principal mola propulsora do crime.
O Dia do Crime: Desvendando a Violência Fatal
O cenário do crime se configurou quando Ailton Emanuel levou Nicolas Jefferson, um jovem de 19 anos, à residência dos idosos. Nicolas foi apresentado como um potencial inquilino interessado em alugar uma casa nos fundos da propriedade. Durante a visita para inspecionar o local, Nelson Honorato foi traiçoeiramente atacado. Nicolas desferiu o primeiro golpe com um martelo em sua cabeça. No entanto, foi Ailton Emanuel quem concluiu a execução, atingindo o idoso com pelo menos dez marteladas.
A segunda vítima, Célia Honorato, foi assassinada em seguida. Ela não estava presente durante o ataque ao marido, pois tinha ido a uma consulta médica. Ailton a convenceu a ir aos fundos da casa, sob o pretexto de que Nelson estaria conversando com o “inquilino”. Ao chegar, Célia foi subitamente agredida por marteladas na cabeça, também executadas por Nicolas. Após as brutais mortes, os criminosos levaram os corpos, os enrolaram em cobertores e os enterraram em uma área de mata, com a intenção de ocultar os rastros do delito.
Tentativa de Homicídio Contra o Filho Autista
O filho das vítimas, um jovem autista de 27 anos, testemunhou indiretamente parte da barbárie ao ser trancado em um dos quartos da residência pelos assassinos. Sua tragédia não terminaria ali. Em 22 de agosto, dias após os pais serem mortos, Ailton Emanuel informou ao rapaz que ele seria levado ao hospital para visitar Célia e Nelson, supostamente enfermos. Contudo, o jovem foi abandonado em uma área de mata, onde foi violentamente agredido com marteladas. Para sobreviver, fingiu estar inconsciente, o que fez seu agressor cessar os golpes. Ele foi encontrado ensanguentado durante uma ronda da Polícia Militar na região, o que iniciou o desvendamento de um crime que abalava a localidade.
As Prisões e a Confissão
As investigações policiais revelaram que um terceiro homem, de 25 anos, também detido, confessou ter sido o executor da tentativa de homicídio contra o filho do casal. Ele alegou ter sido contratado pelo falso corretor para tirar a vida do jovem, silenciando uma potencial testemunha. A série de prisões se desenrolou quando Nicolas Jefferson, capturado em 17 de setembro em uma clínica de reabilitação em Campina Grande, confessou os crimes e apontou Ailton Emanuel como o mentor do plano. Ailton já havia sido preso dias antes, em 26 de agosto.

Imagem: g1.globo.com
Ailton Emanuel, o falso corretor e mandante do brutal assassinato em Sapé, foi interceptado e preso enquanto tentava fugir. Em 26 de agosto, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) o deteve em um ônibus na BR-116, na altura de Jaguaquara, no interior da Bahia, em rota para Vitória da Conquista. Após sua prisão ser confirmada em audiência de custódia na Bahia, uma equipe da Polícia de Sapé efetuou sua transferência para a Paraíba. Paralelamente ao inquérito criminal, Ailton tornou-se alvo do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da Paraíba (Creci-PB), que confirmou a ausência de registro profissional em seu sistema e prometeu ações legais para salvaguardar a sociedade e a categoria. Mais informações sobre os procedimentos legais e o papel do Estado na prevenção de crimes podem ser encontradas no site do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A Venda Ilícita da Propriedade das Vítimas
A avidez pela propriedade levou Ailton Emanuel a consumar a venda do imóvel após o assassinato dos proprietários. Utilizando-se da procuração previamente obtida do casal, o falso corretor negociou a casa. O comprador chegou a visitar o imóvel e foi informado, pelo próprio Ailton, que os pais do jovem (o filho das vítimas) retornariam dias depois para buscá-lo. O prazo final estabelecido para a entrega das chaves, 22 de agosto de 2025, coincide com a data da tentativa de homicídio do filho dos idosos, evidenciando a frieza do plano criminoso.
Identificação dos Corpos em Andamento
Os corpos, encontrados em estado avançado de decomposição em uma área de mata na zona rural de Sapé, estão atualmente no Instituto de Polícia Científica (IPC) de Guarabira. Lá, passam por exames para confirmar oficialmente a identidade de Célia e Nelson Honorato. Embora a Polícia Civil tenha forte convicção de que sejam os corpos do casal, a formalização exige provas periciais. Para isso, material genético do filho das vítimas foi colhido em 11 de setembro no IPC, para comparação com a arcada dentária do corpo masculino e o fêmur do corpo feminino. A expectativa é que esses resultados confirmem a identidade e proporcionem um fechamento, mesmo que trágico, para o caso.
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A brutalidade do assassinato de idosos desaparecidos em Sapé, somada à frieza e ganância dos envolvidos, ressalta a importância da investigação policial na elucidação de crimes complexos. Com a prisão dos três suspeitos e as provas contundentes, a Justiça avança para que o caso tenha seu devido desfecho. Para ficar por dentro de outras notícias e análises sobre segurança pública e temas de relevância nas cidades, continue acompanhando a editoria de Cidades no Hora de Começar.
Crédito da imagem: TV Cabo Branco
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