PIB da China Desacelera para 4,8% no Terceiro Trimestre

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A economia da China desacelera pelo segundo período consecutivo, registrando um crescimento de 4,8% no terceiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados oficiais, divulgados neste domingo (19, manhã de segunda-feira, 20, em Pequim), indicam o ritmo de expansão mais fraco em um ano, alinhando-se às projeções de economistas consultados pela agência Reuters. A situação gera apreensão e reforça a pressão sobre as autoridades para implementarem novos estímulos econômicos.

O desempenho trimestral do produto interno bruto (PIB) chinês ficou abaixo dos 5,2% alcançados no segundo trimestre e dos 5,4% registrados no primeiro. Este patamar também se encontra abaixo da meta anual de crescimento estabelecida em 5% pelo governo. Na comparação trimestral, o PIB cresceu 1,1% entre julho e setembro, superando a expectativa de 0,8% e o crescimento revisado de 1,0% observado nos três meses anteriores, conforme informações do Escritório Nacional de Estatísticas da China.

Este desempenho inferior, com um crescimento de 4,8% em seu produto interno bruto entre julho e setembro, não só frustra as projeções como também levanta discussões sobre a necessidade de novas ações para reaquecer a segunda maior economia do mundo. Os recentes desafios, como a crise no setor imobiliário e as persistentes tensões comerciais, contribuíram para uma demanda global reduzida, intensificando a pressão sobre as autoridades para implementar medidas de estímulo adicionais.

PIB da China Desacelera para 4,8% no Terceiro Trimestre

A renovada escalada das tensões comerciais com Washington acentuou as vulnerabilidades da economia chinesa, que ainda exibe uma considerável dependência do setor de manufatura e da demanda por exportações. Essa fragilidade aumenta a expectativa de que os líderes chineses possam considerar mudanças mais abrangentes em suas políticas econômicas, reorientando o foco do crescimento para o consumo interno como pilar central de sustentação. A compreensão deste cenário alinha-se a análises de instituições financeiras internacionais sobre os desafios enfrentados pela economia global e, em particular, pela China. O Fundo Monetário Internacional (FMI) monitora o desempenho econômico chinês e suas perspectivas futuras.

Relatórios sobre a atividade econômica de setembro, igualmente divulgados neste domingo, apontam que a produção industrial expandiu-se 6,5% em relação ao ano anterior (2024), uma aceleração notável em comparação a agosto e acima da previsão de 5,0%. Contudo, as vendas no varejo avançaram 3,0% em setembro, uma leve desaceleração em relação à alta de 3,4% de agosto, mas em conformidade com as expectativas do mercado.

Apesar dos indicadores agregados ainda apresentarem resultados positivos, exportadores já sentem as consequências das tarifas elevadas impostas pelos Estados Unidos no início do ano. Esta conjuntura impulsionou a busca ativa por novos mercados para seus produtos, visando mitigar os impactos das restrições comerciais em vigor.

A recente divulgação desses dados ocorre em meio a uma nova ameaça do ex-presidente Donald Trump de instituir tarifas de 100% sobre uma série de produtos chineses a partir de 1º de novembro de 2025. Na mesma data, controles de exportação abrangentes também serão aplicados a todos os tipos de softwares críticos. A tarifa atualmente em vigor, de 30%, havia sido acordada em maio, como resultado da escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, que havia alcançado patamares de três dígitos.

A imposição de uma sobretaxa adicional de 100% contra a China, de acordo com a retórica de Trump, representa uma resposta direta à “posição extraordinariamente agressiva” do país asiático em “impor controles de exportação para todos os tipos de produtos”. Esta medida vem em decorrência de um anúncio feito pelo governo de Xi Jinping no início deste mês, que instituiu controles de exportação que podem impactar severamente o fornecimento global de terras raras – minerais essenciais para uma vasta gama de setores tecnológicos e industriais.

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Imagem: www1.folha.uol.com.br

Sob as novas regulamentações chinesas, empresas estrangeiras serão obrigadas a obter autorização específica de Pequim para exportar ímãs críticos e outros componentes que contenham, mesmo em pequenas proporções, terras raras extraídas no país. Dados alfandegários recentes indicam que a exportação de ímãs de terras raras da China registrou uma queda de 6,1% em setembro, em comparação com o mês anterior, passando de 6.146 toneladas para 5.774 toneladas. No acumulado dos três primeiros trimestres deste ano, a retração atinge 7,5% em relação ao mesmo período de 2024.

Segundo cálculos do Instituto Peterson de Economia Internacional, a tarifa média efetiva imposta pelos Estados Unidos sobre as importações chinesas, considerando diversas exceções setoriais, encontra-se atualmente em 58%. Em contrapartida, a tarifa média praticada pela China sobre os produtos americanos, segundo a mesma metodologia de análise, gira em torno de 32%.

A liderança chinesa tem uma reunião crucial a portas fechadas programada entre esta segunda e quinta-feira. Dentre os temas centrais a serem debatidos, destaca-se o 15º plano quinquenal de desenvolvimento, que deve atribuir prioridade à manufatura de alta tecnologia. Essa estratégia se torna fundamental em um cenário de intensificação da rivalidade econômica e tecnológica com os Estados Unidos, moldando os rumos do desenvolvimento econômico chinês nos próximos anos.

No segundo trimestre, a economia chinesa apresentou um crescimento de 5,2% em relação ao mesmo período de 2024, superando as projeções do mercado financeiro. Na ocasião, em julho, o Escritório Nacional de Estatística avaliou que esse crescimento “demonstrou forte resiliência e vitalidade”, atribuindo-o às políticas de estímulo implementadas por Pequim desde o final do ano anterior, além de fatores instáveis e incertos presentes no ambiente internacional.

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Em suma, a desaceleração do PIB da China para 4,8% no terceiro trimestre, influenciada pela crise imobiliária e tensões comerciais, reitera a urgência de novas estratégias econômicas por parte do governo. Fique atualizado sobre as principais notícias econômicas da China e do cenário global em nossa editoria de Economia.

Crédito da imagem: Sophie Yu – 1º.abr.2025/Reuters

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