A reconstituição da morte do filho de escrivã da Polícia Civil mobilizou, neste sábado (18), agentes da Polícia Federal (PF) de volta ao apartamento situado no bairro do Jurunas, em Belém, Pará. O local foi palco da trágica morte de Marcello Carvalho, de 24 anos, e a ação teve como propósito fundamental uma reprodução simulada detalhada do ocorrido, buscando minuciosamente reencenar os acontecimentos do dia. Durante a diligência, novas provas foram coletadas, com o intuito de confrontar as diferentes narrativas apresentadas pela própria Polícia Federal e pela família da vítima.
Marcello Victor Carvalho de Araújo, cuja vida foi prematuramente interrompida, tinha 24 anos, era graduado em educação física e atuava como auxiliar administrativo na Polícia Civil do Pará. Ele era, também, filho de uma escrivã da mesma instituição. Sua morte, ocorrida na quarta-feira, dia 8, resultou de dois tiros disparados por agentes da Polícia Federal. Enquanto a corporação alega que o jovem teria “reagido à abordagem” durante a operação, a versão é veementemente contestada pela família da vítima.
PF reconstitui morte filho de escrivã em apartamento no PA
Esta fase de reprodução simulada é vista como mais um passo essencial no intrincado processo de investigação sobre a operação policial que teve desfecho fatal para Marcello. Paralelamente, Ana Carolina Carvalho, tia do jovem, divulgou que a mãe da vítima havia prestado depoimento junto ao Ministério Público Federal (MPF) na véspera, sendo acompanhada por um delegado da PF responsável pela apuração do caso.
A recente diligência, ocorrida neste sábado (18), contou com a participação de um conjunto de autoridades e representantes legais. Estiveram presentes membros do Ministério Público Federal, peritos tanto da Polícia Científica do Pará quanto federais, além dos advogados que representam a família da vítima e integrantes da Associação dos Escrivães da Polícia Civil. Os próprios policiais federais que participaram da operação original também compareceram para auxiliar na reconstituição dos eventos. Por uma decisão compreensível, a família de Marcello optou por não acompanhar o procedimento no local.
Em nota oficial, a Polícia Federal informou à imprensa que só emitirá um posicionamento detalhado ou se manifestará publicamente após a conclusão e divulgação do laudo pericial final. A corporação ressalta a importância de aguardar as análises técnicas para que se possa ter uma compreensão completa e irrefutável dos fatos.
É importante salientar que, na quinta-feira (16), outra perícia havia sido realizada no mesmo apartamento, desta vez por solicitação direta do Ministério Público Federal (MPF). Essa nova análise contou com a presença de representantes do próprio MPF, da Polícia Federal e de peritos da Polícia Científica do Pará, além do Procurador da República Dr. Sadi Flores Machado. A tia de Marcello, Ana Carolina Carvalho, acompanhou os procedimentos dessa segunda vistoria. Segundo Ana Carolina, esta perícia, pedida pelo MPF, buscava esclarecer nuances e pormenores cruciais sobre os acontecimentos do dia em que seu sobrinho perdeu a vida. Ela também esclareceu que esta foi a segunda perícia no imóvel, sendo a primeira conduzida pelos próprios agentes da PF imediatamente após a operação fatídica.
O episódio remete à quarta-feira, dia 8 deste mês, quando Marcello Victor Carvalho de Araújo foi atingido por dois disparos da Polícia Federal no interior de sua residência, durante uma operação no bairro do Jurunas, na capital paraense. O jovem, como já mencionado, tinha laços familiares e profissionais com a Polícia Civil, onde atuava como auxiliar administrativo e era filho de uma escrivã.

Imagem: g1.globo.com
O foco da operação que culminou na morte de Marcello era, na verdade, outro indivíduo: Marcelo Pantoja Rabelo, amplamente conhecido como “Marcelo da Sucata”. Este estava presente no apartamento no momento da chegada dos agentes e foi detido. Sucata, namorado da mãe de Marcello, encontrava-se no quarto com ela quando a Polícia Federal efetuou a entrada. Seu histórico inclui uma detenção em 2020 por supostamente liderar um grupo de extermínio e por ter atropelado um policial militar, conforme apurações anteriores.
No dia do incidente, a Polícia Federal divulgou um comunicado inicial afirmando a prisão de um dos principais alvos da investigação, descrito como o líder de um grupo de extermínio com atuação no Pará. No entanto, a corporação optou por não confirmar a identidade do detido na ocasião. Adicionalmente, a PF relatou que o alvo do mandado de prisão ofereceu resistência, mas foi devidamente contido e subsequentemente encaminhado à autoridade policial competente.
O acontecimento foi parcialmente registrado por câmeras de segurança. Imagens obtidas pela TV Liberal mostram a chegada de oito policiais, armados com fuzis e portando escudos, ingressando de forma enfileirada no condomínio. Dois dos agentes, em uniformes tradicionais da Polícia Federal, foram filmados entrando no apartamento da vítima. O circuito interno do elevador também capturou a movimentação dos policiais pouco antes de adentrarem o imóvel. Posteriormente, outras gravações mostram os agentes deixando o local após a conclusão da operação que resultou na morte de Marcello Carvalho. Para aprofundar seu conhecimento sobre as investigações do Ministério Público Federal em casos complexos como este, consulte os arquivos e comunicados oficiais.
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Em suma, a reconstituição do crime e as perícias subsequentes no caso da morte de Marcello Carvalho demonstram a complexidade e a busca por respostas sobre a operação da Polícia Federal em Belém. Acompanhe a editoria de Política e Cidades em Hora de Começar para se manter atualizado sobre as investigações e outros desdobramentos importantes que impactam a segurança pública e a justiça no estado do Pará.
Crédito da imagem: TV Liberal



