A Petrobras anunciou um marco significativo para a indústria de aviação brasileira: a primeira entrega do Combustível Sustentável de Aviação (SAF), totalmente produzido em território nacional. Esta iniciativa, revelada nesta sexta-feira (5), representa um passo fundamental na busca pela descarbonização do setor aéreo, com a comercialização de um volume inicial para distribuidoras do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro.
O volume inicial entregue soma 3 mil metros cúbicos (m³), o que corresponde, aproximadamente, ao consumo diário total dos aeroportos do estado fluminense. O desenvolvimento deste produto pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) alinha a produção brasileira com as demandas globais por energias mais limpas e demonstra o compromisso da Petrobras com as metas de sustentabilidade ambiental, projetando um futuro com menor pegada de carbono para o transporte aéreo.
Petrobras Inicia Entrega de SAF, 1º Combustível Sustentável do Brasil
Este inovador combustível, conhecido pela sigla SAF, é uma alternativa direta e viável ao querosene de aviação convencional. Uma de suas grandes vantagens é a compatibilidade imediata com as aeronaves e toda a infraestrutura de abastecimento já existente, dispensando qualquer tipo de adaptação ou investimento adicional para as companhias aéreas e aeroportos. A capacidade do SAF em substituir o combustível fóssil sem alterações operacionais posiciona-o como uma das soluções mais rápidas e eficientes para reduzir as emissões poluentes do transporte aéreo em escala global, segundo a estatal.
Produção Inovadora e Certificação Sustentável
A produção do combustível sustentável de aviação ocorre por meio de um processo de coprocessamento nos complexos de refino da Petrobras. A presidente da estatal, Magda Chambriard, ressaltou que esta abordagem é uma contribuição estratégica para o atingimento das metas de descarbonização da aviação civil. Ela destacou a natureza competitiva do produto e a adesão a rigorosos padrões de qualidade e segurança internacionais, abrindo caminho para que o mercado nacional atenda às crescentes exigências globais por alternativas mais verdes.
O SAF da Petrobras ostenta a certificação ISCC-Corsia (International Sustainability & Carbon Certification – Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation). Este selo é um atestado de sustentabilidade e rastreabilidade, assegurando que o combustível atende aos critérios ambientais estabelecidos. Na sua formulação, são utilizados percentuais de matéria-prima vegetal, como óleo técnico de milho (TCO) ou óleo de soja, que são coprocessados com o querosene de base fóssil. Apesar de sua origem em diversas fontes, a estatal garante que o produto final é quimicamente idêntico ao querosene convencional, mantendo a segurança operacional sem compromissos.
A incorporação da parcela renovável pode, conforme dados da Petrobras, gerar uma redução líquida de até 87% nas emissões de dióxido de carbono (CO₂). Essa significativa diminuição na pegada de carbono solidifica a posição do SAF como uma ferramenta poderosa na mitigação dos impactos ambientais da aviação, oferecendo uma ponte para um futuro mais sustentável para o transporte de passageiros e cargas em todo o mundo.

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br
Compromisso Regulatório e Expansão Futura do SAF no Brasil
A adoção do SAF também é impulsionada por mandatos regulatórios. A partir de 2027, companhias aéreas brasileiras serão compelidas a utilizar o combustível sustentável em seus voos internacionais, em conformidade com as diretrizes do programa Corsia (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation), estabelecido pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO). No âmbito dos voos domésticos, a exigência será gradativa, implementada pela Lei do Combustível do Futuro, fortalecendo a transição energética do país.
As primeiras levas deste inovador combustível foram fabricadas na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), situada na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. A Reduc detém a certificação necessária tanto para a produção quanto para a comercialização do SAF. Atualmente, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) concede à Reduc a autorização para incorporar um percentual de até 1,2% de matéria-prima renovável na sua rota atual de coprocessamento, garantindo a conformidade e a segurança do processo produtivo.
Olhando para o futuro, a Petrobras não para por aí e já traça planos ambiciosos de expansão para a produção de SAF. A Refinaria Henrique Lage (Revap), localizada em São José dos Campos, em São Paulo, já concluiu com êxito os testes para a produção do combustível sustentável. Além disso, as refinarias de Paulínia (Replan), também em São Paulo, e a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, estão previstas para iniciar suas operações comerciais de SAF no ano de 2026. Este movimento demonstra a estratégia de longo prazo da Petrobras em liderar a transformação energética do setor de aviação no Brasil.
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Com a entrada em cena do SAF, a Petrobras consolida sua posição como agente transformador no panorama do setor energético nacional e internacional. A inovação não só promete uma aviação mais verde, mas também reafirma a capacidade brasileira de gerar soluções competitivas para as demandas globais de sustentabilidade. Continue acompanhando nosso blog para ficar por dentro das últimas notícias sobre energia, sustentabilidade e economia em um panorama do setor energético.
Crédito da imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil


