Pacientes de Câncer e Médicos Fazem Peregrinação a Aparecida

Uma marcante peregrinação a Aparecida uniu médicos e pacientes de Rio Claro, interior de São Paulo, em uma jornada de fé, superação e gratidão. O grupo, composto por indivíduos que venceram ou ainda batalham contra o câncer de mama, percorreu 110 quilômetros, simbolizando a esperança e o poder da coletividade. Este evento, conhecido como “Caminhos de Cura”, culminou na Basílica de Nossa Senhora, coincidindo com o início do Outubro Rosa, um mês dedicado à conscientização e prevenção da doença.

A iniciativa representa a segunda edição oficial do projeto e partiu de Paraisópolis, em Minas Gerais, no domingo (28), sem especificar o mês exato no artigo original, mas remetendo ao domingo anterior à chegada. A caminhada extenuante foi concluída na tarde de quarta-feira (1º), reafirmando o compromisso dos participantes com a vida e a celebração da cura. O percurso desafiador não apenas testou a resistência física, mas também fortaleceu os laços de solidariedade entre todos os envolvidos, reforçando a crença em um caminho integrado de saúde e espiritualidade.

Pacientes de Câncer e Médicos Fazem Peregrinação a Aparecida

A segunda edição dos “Caminhos de Cura” atraiu 18 mulheres, 10 médicos e outros profissionais de saúde, como nutricionistas e educadores físicos, todos com o objetivo comum de homenagear a vida e a resiliência. O grupo diversificado de peregrinos se dedicou a cada passo, carregando não apenas os itens essenciais para a jornada, mas também histórias de luta, vitória e, acima de tudo, esperança renovada após enfrentar a doença. A peregrinação serve como um potente testemunho da força humana diante das adversidades do câncer de mama em Rio Claro e outras regiões.

Testemunho de Fé e Superação em Cada Passo

Entre os valorosos peregrinos, destaca-se a figura da aposentada Bernadete Dias Ferreira, moradora de Rio Claro (SP). Bernadete compartilha uma história inspiradora, tendo superado a doença por duas vezes. Para ela, a fé desempenhou um papel crucial em sua jornada de cura. “Esse câncer foi encarado de maneira passageira na minha vida. Essas duas vezes que eu venci, acreditei em Deus, que sempre esteve em minha vida. Nossa Senhora também foi muito importante. Eles me deram todo apoio. Essa fé que eu tenho é muito importante”, relata a aposentada, que participava da peregrinação pela primeira vez.

A preparação de Bernadete para o “Caminhos de Cura” foi minuciosa. Em sua bagagem, ela carregava não apenas roupas e garrafas de água, itens indispensáveis para um percurso de 110 km, mas também diversas cartas. Esses bilhetes, escritos por amigos e familiares, continham pedidos e preces que seriam depositados na Sala de Milagres do Santuário Nacional de Aparecida. Além dessas importantes súplicas, um objeto de valor sentimental inestimável acompanhava Bernadete: um lenço especial, guardado próximo ao coração, que exibe a fotografia de sua filha, Ana Paula, que infelizmente veio a óbito em 2024 devido a complicações da dengue hemorrágica.

“Ela me acompanhou em todos os momentos da minha vida e também durante o tratamento. Ela esteve nos médicos, nas consultas, em todos os exames. Ela me deu todo o apoio. Ela foi e é importante aqui no meu coração”, emocionou-se Bernadete, expressando sua profunda gratidão pela existência e pelo legado de sua filha, bem como pela oportunidade de fazer parte deste projeto inspirador. Sua experiência pessoal reforça a dimensão emocional e espiritual da peregrinação.

A Origem do Projeto “Caminhos de Cura”

A iniciativa dos “Caminhos de Cura” é um legado do médico mastologista Daniel Bruttus, também de Rio Claro, que, embora idealizador do projeto oficial que se encontra em sua segunda edição, já realiza peregrinações de forma individual há mais de cinco anos. O profissional de saúde é o principal articulador da jornada que busca unir medicina e espiritualidade em um propósito maior.

Imagem: g1.globo.com

Bruttus narra a evolução de sua prática: “Em 2019, quando eu comecei a peregrinar sozinho, levava cartas de pacientes graves tratadas de câncer de mama no sistema público de saúde. De lá para cá, foram oito caminhos, todos com cada vez mais cartas. Num certo momento, entendi que eu precisava levar essas pacientes”. Essa visão culminou na formação do grupo, transformando um ato pessoal de fé e solidariedade em uma iniciativa comunitária de grande impacto. Informações adicionais sobre o tratamento do câncer de mama podem ser encontradas em fontes oficiais como o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Ciência, Espiritualidade e Felicidade Lado a Lado

O entusiasmo do Dr. Daniel Bruttus é palpável ao descrever a peregrinação. Ele enfatiza que um dos maiores motivos de alegria é o fato de todas as pacientes participantes possuírem condições de saúde adequadas para enfrentar o desafio da caminhada. Para garantir o bem-estar de todos, o grupo conta com o apoio contínuo de guias experientes, além de acesso a pousadas estruturadas, hidratação constante e alimentação balanceada durante todo o percurso. Tal estrutura reforça a seriedade e o cuidado dedicados à segurança e conforto dos peregrinos.

O médico reflete sobre a simbiose entre os dois mundos, destacando que medicina e espiritualidade são pilares que, segundo sua percepção, devem coexistir. “Temos todas essas pessoas caminhando em grau de igualdade. Todo mundo cuidando de todo mundo”, sublinha. Ele considera o projeto um verdadeiro “projeto de felicidade”, que congrega, além da ciência, a busca pela espiritualidade, o conhecimento e a força das ações coletivas. Este é, para o Dr. Bruttus, um dos caminhos para a cura integral, que transcende o aspecto meramente clínico da doença.

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A jornada dos “Caminhos de Cura” de Rio Claro a Aparecida ilustra vividamente a resiliência e a solidariedade de pessoas impactadas pelo câncer. A integração da ciência médica com a fé e o suporte comunitário oferece uma perspectiva ampliada de bem-estar. Para mais informações sobre iniciativas semelhantes e notícias de interesse público na sua cidade, explore nossa editoria de Cidades e mantenha-se informado.

Crédito da imagem: Reprodução/TV Vanguarda