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Paciente narra trombose e infecção após hidrolipo

Uma ex-paciente do médico José Emílio de Brito relatou ter desenvolvido **trombose e infecção generalizada após hidrolipo em 2021**, procedimento cirúrgico estético. O relato de Isabela Ribeiro Bastos Góes, de 26 anos, surge em um momento em que o profissional está sob custódia, investigado pela morte de Marilha Menezes após uma hidrolipoaspiração realizada em Campo […]

Uma ex-paciente do médico José Emílio de Brito relatou ter desenvolvido **trombose e infecção generalizada após hidrolipo em 2021**, procedimento cirúrgico estético. O relato de Isabela Ribeiro Bastos Góes, de 26 anos, surge em um momento em que o profissional está sob custódia, investigado pela morte de Marilha Menezes após uma hidrolipoaspiração realizada em Campo Grande.

De acordo com o depoimento concedido por Isabela ao g1, os procedimentos de hidrolipo, incluindo modalidades total e parcial no abdômen, foram realizados nos dias 12 e 19 de janeiro de 2021. Poucos dias depois, precisamente em 21 de janeiro, a paciente começou a experimentar dores intensas na região glútea, o que a levou a buscar novamente o consultório do cirurgião.

Paciente narra trombose e infecção após hidrolipo em 2021

Em resposta às queixas de Isabela, José Emílio, segundo o relato da paciente, prescreveu três doses de antibiótico. Em um retorno posterior à clínica, a mulher foi orientada a se submeter a um procedimento de punção. Isabela descreveu a execução da punção como surpreendente e traumática, pois teria sido realizada com ela em pé, sem a aplicação de anestesia prévia e sem qualquer preparo ou explicação sobre o que ocorreria. “Sem preparação nenhuma, sem me explicar o que seria feito. Só enfiou aquela bolinha na minha bunda, uma dor horrível, e ela sugava”, narrou.

Isabela formalizou seu depoimento na Delegacia do Consumidor, responsável pela investigação da morte de Marilha Menezes. Seu testemunho se soma ao de outras mulheres que apresentaram queixas e relataram complicações após serem submetidas a cirurgias estéticas sob os cuidados do mesmo médico.

Série de complicações: nova drenagem, infecção e trombose

A situação de Isabela se agravou ainda mais no dia 31 de janeiro, cerca de 20 dias após a primeira intervenção. Ela precisou retornar ao hospital onde a primeira drenagem havia sido feita devido ao recrudescimento das dores. Após uma nova consulta, a equipe médica optou pela realização de uma segunda drenagem. Esse procedimento foi descrito pela paciente como excruciante. “Foram 30 minutos drenando. Foi horrível, foi muita dor, muita dor, muita dor. Eles me deram mais de 6 injeções de anestesia”, relembrou Isabela.

Conforme o relato, a intensidade da infecção presente inviabilizou a eficácia da anestesia, fazendo com que Isabela sentisse “tudo”, inclusive o corte com o bisturi. Posteriormente, em um retorno ao hospital para a realização de uma tomografia, a paciente foi imediatamente encaminhada para uma cirurgia de emergência. A infecção já havia progredido para um quadro de infecção generalizada.

A mulher sofreu uma infecção nos glúteos onde o enxerto havia sido feito, culminando em um abscesso de 10 centímetros de um lado e uma vasta área tomada por abcessos do outro. As complicações infecciosas evoluíram para o desenvolvimento de trombose, ocasionando uma série de outros problemas de saúde em longo prazo para Isabela.

Gravidez de risco e negligência pós-cirúrgica

Vinte dias após receber alta hospitalar, Isabela descobriu que estava grávida. Contudo, devido à trombose adquirida como sequela do procedimento, sua gestação foi considerada de alto risco. A paciente afirmou que, tanto o médico José Emílio quanto sua assistente, identificada como Sabrina, se recusaram a oferecer qualquer tipo de auxílio ou suporte diante de seu quadro delicado. A experiência levou Isabela a qualificar o médico como um “monstro” e o período pós-cirúrgico como a pior fase de sua vida. “Fiz uso de anticoagulante desde a internação até 6 semanas pós-parto”, detalhou.

José Emílio de Brito, o profissional em questão, foi detido no dia 15 em conexão com a morte de Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, ocorrida após uma cirurgia conduzida por ele. O médico acumula mais de dez processos na esfera judicial. Um episódio de natureza similar já havia resultado no falecimento de outra paciente em 2008, em uma casa de saúde situada no Jardim América.

Por este caso de 2008, José Emílio foi condenado em 2018 a dois anos e quatro meses de prisão por homicídio culposo, pena que posteriormente foi substituída por prestação de serviços à comunidade e multa. Diversas outras ex-pacientes do médico foram intimadas a prestar depoimento, e muitas relatam um constrangimento em expor suas experiências, já que buscaram melhorias na autoestima e acabaram com cicatrizes e sequelas permanentes. As normativas que regem a conduta médica e a segurança dos pacientes são cruciais, conforme as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina sobre ética profissional.

Documento de renúncia e desabafo da paciente

Diante dos graves problemas de saúde que enfrentou, Isabela buscou o ressarcimento financeiro do médico José Emílio. Ela alega que, após receber alta do hospital, foi coagida por ele e sua assistente a assinar um documento no qual renunciava a quaisquer futuras reclamações ou ações legais relacionadas ao seu caso. “Eu tive alta, e ele me fez assinar um um documento. O documento me coage, dizendo que eu renunciava todo o meu direito de fazer uma queixa dele, de entrar na Justiça para poder denunciar o que estava acontecendo”, contou a paciente, visivelmente abalada.

O impacto do ocorrido em sua vida e na de sua família, incluindo seus filhos pequenos, é profundo. “Eu quero que esse homem apodreça atrás das grades porque o trauma que ele trouxe para minha vida foi muito grande, para minha vida, para da minha família, para os meus filhos que eram pequenos”, desabafou Isabela. Procurada para comentar as alegações, a defesa de José Emílio declarou que não poderia se manifestar sobre o depoimento de Isabela por não ter tido acesso ao conteúdo integral do inquérito policial.

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O relato chocante de Isabela Ribeiro Bastos Góes sobre sua hidrolipo destaca os riscos e as complicações que podem surgir em procedimentos estéticos mal executados, além de expor o histórico conturbado do médico José Emílio de Brito. Casos como este reforçam a importância da pesquisa aprofundada sobre profissionais e clínicas antes de qualquer intervenção cirúrgica. Para aprofundar a sua compreensão sobre este e outros casos complexos, explore mais análises em nossa editoria de Opinião e Análises.

Foto: Reprodução

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