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Operação Scutum Viperae: Prisões por Extorsão em MT

Na última terça-feira, dia 23, uma ação conjunta da Polícia Civil de Mato Grosso resultou na detenção de sete indivíduos. Os presos são investigados por integrar uma facção criminosa altamente especializada em práticas ilícitas, com destaque para a extorsão de comerciantes em cidades mato-grossenses. Batizada de Operação Scutum Viperae, a investida policial foi deflagrada de […]

Na última terça-feira, dia 23, uma ação conjunta da Polícia Civil de Mato Grosso resultou na detenção de sete indivíduos. Os presos são investigados por integrar uma facção criminosa altamente especializada em práticas ilícitas, com destaque para a extorsão de comerciantes em cidades mato-grossenses. Batizada de Operação Scutum Viperae, a investida policial foi deflagrada de forma simultânea nas localidades de Campo Verde, Jangada e Acorizal, no estado do Mato Grosso.

A força-tarefa mobilizou equipes da Polícia Civil para cumprir um total de 30 mandados judiciais, demonstrando a envergadura das investigações e a abrangência da atuação do grupo criminoso. Entre as determinações judiciais, expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) da Comarca de Cuiabá, estavam 12 mandados de busca e apreensão domiciliar, sete ordens de prisão preventiva e 11 medidas de bloqueio de bens.

Operação Scutum Viperae: Prisões por Extorsão em MT

Conforme informações detalhadas pela própria Polícia Civil, os suspeitos estavam envolvidos em uma vasta gama de delitos. A lista de crimes inclui tráfico de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa, lavagem de dinheiro, tortura e, evidentemente, a extorsão, que se configura como uma das principais atividades ilícitas investigadas pela operação. Essa multiplicidade de ações criminosas revela a complexidade e a violência empregada pela facção.

O modus operandi da organização para extorquir comerciantes era perverso e sistemático. O grupo exigia dos empresários pagamentos mensais que oscilavam entre R$ 100 e R$ 600. Esses valores eram cobrados sob a falácia de oferecer “proteção” aos estabelecimentos, uma típica tática de “taxa de segurança” imposta por facções para intimidar e explorar vítimas, muitas vezes vulneráveis à violência e represálias.

As investigações tiveram início em março deste ano, desencadeadas pela descoberta de evidências cruciais. A Polícia Civil apreendeu comprovantes de transferências bancárias realizadas via PIX e depósitos em dinheiro. Esses pagamentos eram feitos pelos comerciantes a contas bancárias supostamente vinculadas aos integrantes da facção. A apuração inicial indicou que os valores extorquidos eram, em seguida, rapidamente transferidos para contas de mulheres com ligações diretas aos líderes da organização, evidenciando uma estratégia de lavagem de dinheiro e ocultação da origem dos fundos ilícitos.

O delegado de Campo Verde, Philipe de Paula da Silva Pinho, destacou a importância das medidas de bloqueio de bens. O valor total atingido pelas cautelares judiciais alcançou a impressionante cifra de aproximadamente R$ 3 milhões. Essa quantia representa uma média de cerca de R$ 277 mil por cada medida cautelar imposta. Os investigadores apuraram que esse montante reflete a movimentação financeira total do grupo no período compreendido entre janeiro e março de 2025, ressaltando o grande poder econômico e o ritmo acelerado de arrecadação ilícita da facção.

Além da extorsão, a polícia desvendou o envolvimento dos criminosos no tráfico de drogas. Este setor de atuação era estruturado com uma clara divisão de tarefas, demonstrando um planejamento minucioso para o escoamento dos entorpecentes. Os membros da organização se dividiam no armazenamento, transporte e na distribuição das substâncias ilícitas. A brutalidade do grupo se estendia inclusive à própria rede de tráfico, onde aplicavam punições severas a traficantes devedores, consolidando seu poder e controle territorial.

Um dos aspectos mais alarmantes revelados pelas investigações foi a capacidade de arrecadação em curto prazo. A apuração policial indicou que, em apenas nove dias, o grupo criminoso foi capaz de amealhar cerca de R$ 20 mil em dinheiro vivo através das extorsões. A cobrança desses pagamentos se dava tanto de forma presencial quanto por meio de mensagens. Essas comunicações eram sempre acompanhadas de ameaças veladas, que visavam amedrontar as vítimas com a perspectiva de violência contra suas pessoas e seus estabelecimentos comerciais.

Um caso específico, ocorrido no dia 1º de março, ilustra a barbaridade dos métodos utilizados pela facção. Uma vítima de extorsão foi rendida por um dos criminosos e, sob coação, foi levada a um ponto de venda de drogas. No local, o comerciante foi submetido a tortura, tanto física quanto psicológica. O objetivo era forçá-lo a confessar um suposto “erro” por não ter efetuado os pagamentos exigidos pela organização criminosa, evidenciando a barbárie e a falta de limites do grupo.

A coordenação da Operação Scutum Viperae esteve a cargo da Delegacia de Campo Verde. A ação contou com o apoio essencial de diversas unidades da Polícia Civil, incluindo as Diretorias do Interior e de Atividades Especiais, bem como a Delegacia Regional de Primavera do Leste, reforçando a atuação conjunta e estratégica da corporação no combate ao crime organizado em Mato Grosso. O nome da operação, “Scutum Viperae”, traduzido do latim, significa “Escudo de Víbora”, simbolizando a proteção (escudo) que a polícia busca oferecer contra a astúcia e periculosidade (víbora) do crime organizado. Para entender mais sobre como operações como esta contribuem para a segurança pública, é relevante consultar dados e iniciativas governamentais, como as disponíveis na Secretaria Nacional de Segurança Pública.

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Em suma, a Operação Scutum Viperae representa um golpe significativo contra o crime organizado em Mato Grosso, desarticulando um esquema complexo de extorsão, tráfico de drogas e tortura que aterrorizava comerciantes em diversas cidades. As prisões e o bloqueio milionário de bens demonstram a seriedade do trabalho policial em desmantelar essas redes criminosas. Para continuar acompanhando as notícias sobre segurança pública e o combate à criminalidade em nosso estado, não deixe de explorar a editoria de Cidades.

Foto: Polícia Civil de Mato Grosso

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