A Polícia Federal (PF) de Campinas, no interior de São Paulo, deflagrou nesta quinta-feira (4) a terceira fase de uma robusta operação de combate ao **tráfico internacional de drogas**. Denominada “Via Corporis”, em alusão à rota do corpo utilizada pelos traficantes, a ação mira uma organização criminosa que enviava cocaína para países europeus, principalmente por meio de “mulas humanas” que ingeriam as drogas em cápsulas. Um mandado de prisão preventiva foi emitido em Londres, Reino Unido, reforçando o caráter transnacional da investigação.
A operação visa cumprir um total de seis mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão. Os esforços concentram-se na busca por quatro mulheres e dois homens que são suspeitos de integrar ativamente a complexa rede criminosa. As ações se desenrolam simultaneamente em múltiplas localidades brasileiras, incluindo as cidades de São Paulo (SP), Guarulhos (SP) e Manaus (AM), evidenciando a amplitude das ramificações do esquema no território nacional.
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Os alvos da Operação Via Corporis são apontados como os principais articuladores da logística do tráfico, assumindo responsabilidades que vão desde o aliciamento e recrutamento de indivíduos para atuarem como transportadores das drogas até a emissão de passagens aéreas e a organização da documentação de viagem. Além disso, a investigação da PF revelou que o grupo era responsável pelo custeio de todas as despesas dos viajantes e, crucialmente, pela provisão direta da cocaína, garantindo a preparação das cápsulas a serem ingeridas e as instruções para o transporte dissimulado.
A “Via Corporis” ganha destaque não apenas pela sua magnitude, mas também por ser a terceira incursão da Polícia Federal contra o **tráfico internacional de drogas** em uma mesma semana. Esse ritmo intenso demonstra o compromisso contínuo das forças de segurança em desarticular essas redes criminosas.
### A Semana de Atuação Intensa da PF
Na terça-feira (2) anterior a esta operação, agentes federais prenderam três suspeitos em Manaus, os quais estariam vinculados a um esquema de tráfico com conexões à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Este desdobramento reforça a ideia de que o crime organizado transnacional frequentemente utiliza pontos estratégicos no Norte do país para suas operações ilícitas.
Já na quarta-feira (3), um outro agrupamento criminoso foi o alvo de uma segunda ação da Polícia Federal. Este, em particular, era chefiado por mulheres, o que ressalta a diversidade e a adaptabilidade das estruturas envolvidas no **tráfico de drogas para a Europa**. A sucessão de operações em curto período sublinha a persistência e a abrangência da atuação policial.
### Alvos Com Histórico Criminal e Mandado em Londres
Entre os indivíduos visados na operação desta quinta-feira, destaca-se a figura de um cidadão de nacionalidade estrangeira que possui um histórico significativo no universo do **tráfico de drogas internacional**. Ele já havia sido preso anteriormente pela Polícia Federal, com registros em 2013 e, mais uma vez, em 2017, evidenciando uma reincidência persistente neste tipo de crime de alta gravidade. A continuidade de suas atividades ilícitas, mesmo após detenções prévias, aponta para a ousadia e a inserção profunda em redes de contrabando.
Além dele, outra investigada que fazia parte do esquema criminoso já enfrentou a Justiça britânica por delito semelhante. Em abril de 2025, essa pessoa foi detida em Londres, igualmente envolvida no **tráfico internacional de entorpecentes**, conforme informações divulgadas pela própria corporação. A existência de um mandado de prisão preventiva emitido pela justiça em Londres para a ação atual sublinha a interconexão das redes criminosas entre o Brasil e a Europa, bem como a colaboração entre as autoridades policiais internacionais para desmantelar esses grupos.
### Bloqueio de Ativos e Rastreamento Financeiro
Em paralelo às ordens de prisão e busca, a Justiça Federal de Campinas determinou uma importante medida preventiva de ordem financeira. Houve o bloqueio de contas bancárias de todos os investigados, bem como o congelamento de ativos de uma empresa que estava sendo utilizada especificamente para realizar a movimentação e a lavagem de dinheiro proveniente do tráfico ilícito de drogas.
O montante total que teve suas operações suspensas pode atingir o limite de R$ 1 milhão, uma ação estratégica que visa sufocar financeiramente a organização criminosa e desmantelar sua infraestrutura de apoio financeiro. Dados da Polícia Federal indicam que, somente no segundo semestre de 2024, o grupo foi responsável pela movimentação de aproximadamente R$ 700 mil, evidenciando o vasto volume de capital gerado através de suas atividades ilegais de **tráfico internacional**. A interrupção desses fluxos financeiros é uma peça-chave na estratégia de desarticulação de redes criminosas complexas.
### A Investigação que Deu Início à “Via Corporis”
O trabalho investigativo que culminou na Operação Via Corporis teve seu início em outubro de 2024. A centelha para a ação policial foi um evento crítico ocorrido no Aeroporto Internacional de Viracopos, situado em Campinas (SP). Naquela ocasião, uma jovem de apenas 20 anos foi flagrada pelas autoridades, tentando embarcar em um voo com destino à capital francesa, Paris, transportando uma quantidade significativa de drogas: 1,3 kg de cocaína. A substância ilícita estava escondida no organismo da viajante, empregando o mesmo método de ingestão de cápsulas que dá nome à operação.
Esse incidente no aeroporto se tornou um ponto de virada, servindo como catalisador para a abertura de uma minuciosa investigação que progressivamente desvendou a estrutura e os membros da organização criminosa. A partir desse único flagrante, a PF pôde reconstruir a rota do tráfico, identificar os recrutadores, os financiadores e os destinos, solidificando as bases para as ações ostensivas que ocorreram quase um ano depois.
### Penalidades Severas Para Crimes de Tráfico Internacional
Os indivíduos investigados na Operação Via Corporis estão sujeitos a responder por uma série de crimes graves que estão em estrita conformidade com a legislação brasileira. Entre os principais delitos que recaem sobre eles estão o **tráfico internacional de drogas**, a associação para o tráfico e a lavagem de dinheiro, crimes que carregam implicações legais de peso e demonstram a seriedade com que a Justiça os trata.
As penas cumulativas para esses tipos de ilícitos, conforme o Código Penal e as leis específicas que regem o combate ao tráfico de entorpecentes e crimes financeiros no Brasil, podem ultrapassar a marca de 35 anos de prisão. Tal envergadura nas sanções penais serve como um forte elemento dissuasório, além de representar a resposta do Estado a crimes que afetam não apenas a segurança pública nacional, mas também a saúde e o bem-estar de sociedades em diversas partes do mundo.
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A Polícia Federal continua suas ações de inteligência e ostensivas, reforçando o cerco contra grupos criminosos que persistem em suas operações internacionais. A terceira fase da “Via Corporis” ilustra a complexidade da batalha contra o **tráfico internacional de drogas** e a colaboração essencial entre as autoridades nacionais e internacionais para mitigar o alcance dessas redes criminosas.
Fonte: g1.globo.com
Imagem: g1.globo.com
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