Operação Ouro de Sangue desarticula garimpo ilegal em Almeirim

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A Operação Ouro de Sangue, segunda fase da ofensiva deflagrada pela Polícia Civil, resultou na desarticulação e destruição de maquinários e estruturas de acampamentos ligados a garimpos ilegais em Almeirim, no oeste do Pará. As ações se concentraram na região do Distrito de Monte Dourado, identificando e neutralizando sistemas complexos de extração ilícita no Baixo Amazonas entre os dias 19 e 23 de novembro.

As atividades de segurança foram conduzidas dentro da Estação Ecológica do Jari, uma importante unidade de conservação federal. Durante a operação, as forças de segurança empregaram incursões em campo com o apoio de recursos aéreos, além de coletar extensivas provas destinadas à responsabilização criminal e administrativa dos indivíduos e grupos envolvidos. Armas de fogo e munições de diversos calibres foram apreendidas no local, evidenciando o aparato logístico dos garimpeiros ilegais.

Operação Ouro de Sangue desarticula garimpo ilegal em Almeirim

A Polícia Civil planeja futuras etapas para a completa retirada de garimpeiros da área e a interdição definitiva de pistas de pouso clandestinas, visando restabelecer o controle estatal integral sobre a região afetada pela exploração ilegal. Esta ação integrada tem o objetivo de combater, de forma coordenada, os crimes ambientais e a violência intrinsecamente ligada à exploração clandestina de ouro. De acordo com informações levantadas pela investigação, a atividade criminosa nos garimpos destruídos possui conexão com familiares de um suspeito atualmente preso, apontado como o mandante de uma chacina que vitimou oito pessoas em agosto no Vale do Jari, na fronteira entre o Amapá e o Pará.

A iniciativa contou com a participação de várias instituições, incluindo a Delegacia Especializada em Conflitos Agrários (DECA) de Santarém, que atuou sob a supervisão da Superintendência Regional do Baixo e Médio Amazonas. O Núcleo de Apoio de Inteligência (NAI/Baixo e Médio Amazonas), e as Delegacias de Monte Dourado e Prainha, ofereceram suporte técnico e tático crucial. Houve, ainda, a integração de esforços com o Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Grasesp), ligado à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), e com a Polícia Científica do Pará (PCEPA), sublinhando a natureza multidisciplinar da operação.

Conforme Jamil Casseb, superintendente do Baixo e Médio Amazonas, esta segunda fase da operação foi desencadeada após diligências para investigar as mortes no garimpo ilegal. Ele enfatizou que, além de reprimir crimes violentos, a Operação Ouro de Sangue é um marco fundamental no combate a ilícitos ambientais no Pará. “Encontramos uma degradação muito grande na questão ambiental, com várias áreas devastadas e nossos rios sendo envenenados através de substâncias nocivas utilizadas nesse tipo de exploração ilegal. Nós, de forma alguma, seremos coniventes com esse tipo de situação”, afirmou Casseb, reforçando que novas fases e operações policiais continuarão para erradicar o garimpo ilegal.

As investigações conseguiram identificar estruturas extremamente complexas de extração ilícita, nomeadamente os garimpos conhecidos como “Mamão” e “Porto Inajá”. Essas localidades funcionavam com infraestruturas avançadas, que incluíam pistas clandestinas para aeronaves, dragas e escavadeiras de grande porte, as quais contribuíam para uma vasta degradação ambiental, contaminação dos rios por mercúrio e a destruição da floresta primária, impactos alarmantes que repercutem em todo o bioma amazônico. Este cenário de ilegalidade na Amazônia não é exclusivo do Pará; um relatório da Agência Brasil também aponta a intensificação de crimes ambientais em diversas partes da Amazônia.

Operação Ouro de Sangue desarticula garimpo ilegal em Almeirim - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

O delegado Gilvan Almeida, titular da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) de Santarém, destacou que o sucesso da operação é um resultado direto de um trabalho coletivo. A mobilização inicial partiu de uma solicitação do delegado de Monte Dourado à Superintendência, acompanhada por um levantamento minucioso da área realizado pelo Núcleo de Apoio de Inteligência em agosto. Foi a partir desses dados que a Deca, que também havia participado da Operação Curupira, conseguiu desdobrar a segunda fase, contando com o essencial apoio do Grasesp e da Polícia Científica do Pará para a execução das ações diretas no terreno.

A Deca planeja agora compartilhar todo o levantamento e as provas coletadas com os demais órgãos competentes, assegurando a adoção das providências legais cabíveis, especialmente considerando que a área de atuação da operação se insere em uma reserva ecológica federal. Esta colaboração é vital para a continuidade do combate aos crimes ambientais e a garantia da proteção dessas regiões vulneráveis.

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Em síntese, a Operação Ouro de Sangue em Almeirim representa um avanço crucial na luta contra o garimpo ilegal, revelando a complexidade e a profundidade dos danos ambientais e criminais associados à atividade. Os próximos passos das forças de segurança buscam a completa erradicação da presença ilegal e a restauração do controle na Estação Ecológica do Jari. Para mais notícias e análises aprofundadas sobre política e crimes ambientais no Brasil, continue acompanhando a nossa editoria de Política.

Foto: Divulgação

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