Em uma ação conjunta e estratégica deflagrada nesta manhã, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) e a Polícia Militar iniciaram uma vasta operação para desarticular integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação aponta que os criminosos estavam envolvidos no planejamento de atentados graves contra autoridades-chave da Justiça e do sistema prisional paulista.
A força-tarefa mobilizou agentes por volta das 5h, que se deslocaram para cumprir 25 mandados. Estes incluíam ordens de busca, apreensão e prisão, visando suspeitos em diversas localidades da região Oeste do estado de São Paulo. Cidades como Álvares Machado, Presidente Venceslau, Presidente Bernardes, Martinópolis, Pirapozelo e Santo Anastácio foram os focos da ofensiva, que também autorizou quebras de sigilos telefônico e telemático para aprofundar as apurações.
MP e PM desmantelam plano do PCC contra promotor Gakiya
Segundo informações divulgadas pelo próprio MP-SP, os principais alvos do complexo plano elaborado pelo PCC eram o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, membro do Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Presidente Prudente, e Roberto Medina, diretor da Coordenadoria dos Presídios da Região Oeste (Croeste). Ambos são figuras proeminentes no combate ao crime organizado e na gestão de unidades prisionais que abrigam líderes e membros da facção, tornando-os constantemente sujeitos a ameaças.
A descoberta do plano se deu no mês de julho, em um desdobramento de outras investigações. A prisão de dois homens por tráfico de drogas na cidade de Presidente Prudente, município estratégico e vizinho a Presidente Venceslau — onde estão confinados alguns dos mais perigosos detentos do PCC no estado —, revelou a intricada teia de planejamentos criminosos. Os traficantes, identificados como Victor Hugo da Silva e “Corintinha”, tiveram seus aparelhos celulares apreendidos, o que se mostrou crucial para a investigação.
A perícia realizada nos dispositivos móveis em São Paulo trouxe à luz detalhes perturbadores do complô para executar Lincoln Gakiya e Roberto Medina. Os dados extraídos dos telefones continham informações sensíveis e minuciosas sobre a rotina do promotor de Justiça. Isso incluía, por exemplo, mapas detalhados dos trajetos que ele percorria diariamente entre sua residência e o local de trabalho. Diante do alto risco, o promotor Gakiya já vinha contando com escolta permanente de policiais militares altamente armados, medida que reflete a gravidade das ameaças que o cercam.
Alvos de Alto Valor e Táticas de Monitoramento
Roberto Medina, como Gakiya, também passou a contar com forte aparato de segurança, recebendo escolta policial ininterrupta. A proteção intensificada para o diretor da Croeste evidencia o quão visado ele é pela facção criminosa. Por vários anos, Medina tem enfrentado uma série de ameaças de morte emanadas do PCC, justamente por dirigir presídios que concentram grande número de detentos filiados à maior organização criminosa do Brasil. A firmeza em sua atuação contra o domínio de facções dentro do sistema carcerário o tornou um inimigo declarado para o grupo.
A análise dos celulares apreendidos com Victor Hugo e “Corintinha” também revelou fotos de membros da família de Roberto Medina, um claro indicativo da profundidade e seriedade da intimidação planejada pelo PCC. Essas descobertas foram essenciais para as forças de segurança identificarem e mapearem os demais indivíduos envolvidos diretamente nos planos de ataques às autoridades.
Imagem: noticias.uol.com.br
As investigações apontam que as ações teriam sido orquestradas por integrantes da temida “restrita final” do PCC. Esta célula é conhecida por ser o braço da organização responsável pelos atentados e execuções de maior envergadura, o que eleva o patamar de periculosidade do plano desvendado. Um dos detalhes mais chocantes apurados pelos investigadores foi o uso de drones pela quadrilha para monitorar e acompanhar de perto os passos dos alvos, demonstrando um nível de sofisticação tática e operacional que alarma as autoridades.
Até o momento, a reportagem não conseguiu estabelecer contato com os advogados de Victor Hugo, “Corintinha” ou de quaisquer outros indivíduos detidos durante a operação em andamento. O espaço, no entanto, permanece aberto para quaisquer manifestações por parte dos defensores dos envolvidos. A matéria será atualizada assim que novos pronunciamentos ou informações se tornarem disponíveis.
A ofensiva do Ministério Público de São Paulo e da Polícia Militar representa um golpe significativo contra as estruturas de planejamento de atentados do PCC. A capacidade de desarticular um plano de tal envergadura reforça o compromisso das instituições na proteção de seus membros e na manutenção da ordem pública. O sucesso da operação serve como um alerta constante sobre a persistente ameaça das organizações criminosas e a necessidade de vigilância contínua. Para acompanhar outras importantes notícias sobre segurança e investigações criminais, confira nossas reportagens sobre segurança pública.
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