A Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário (NHTSA) dos Estados Unidos está buscando ativamente informações da Tesla a respeito de um recém-introduzido modo de assistência ao condutor, denominado informalmente “Mad Max”. Este sistema, uma versão mais intensiva do Full Self-Driving (FSD), tem gerado preocupações por operar em velocidades que superam os limites estabelecidos para outras configurações do software. As investigações buscam esclarecer as implicações de segurança e a aderência às leis de trânsito, dadas as reclamações de motoristas e o histórico de supervisão da agência sobre as tecnologias de assistência.
Motoristas da marca têm reportado, em diversas plataformas de mídia social, que veículos Tesla equipados com esta versão aprimorada e mais agressiva do FSD podem conduzir os automóveis acima dos limites de velocidade em rodovias. Tais relatos provocaram uma resposta da agência reguladora, evidenciando o escrutínio crescente sobre as tecnologias de condução autônoma e semi-autônoma, especialmente aquelas que prometem uma experiência de direção mais “agressiva”.
NHTSA Questiona Tesla Sobre Modo ‘Mad Max’ e FSD Avançado
Diante das alegações sobre o funcionamento do modo “Mad Max”, a NHTSA confirmou em 24 de maio que está em comunicação direta com o fabricante, a fim de coletar dados e detalhes adicionais sobre o funcionamento específico e as características deste modo. A agência reforça, de maneira enfática, que a responsabilidade primária pela operação segura do veículo e pelo cumprimento integral de todas as normas de tráfego recai sempre sobre o motorista. “O ser humano ao volante é totalmente responsável por dirigir o veículo e cumprir todas as leis de segurança no trânsito”, destacou a agência em comunicado oficial, enfatizando a importância da supervisão humana.
Ampliação das Investigações Sobre o Sistema FSD
A busca por informações sobre o modo “Mad Max” surge em um contexto de intensa vigilância e uma série de investigações prévias. No início do mês corrente, a NHTSA já havia lançado uma investigação abrangente envolvendo aproximadamente 2,9 milhões de veículos da Tesla equipados com o sistema Full Self-Driving. Esta ação foi motivada por dezenas de relatos que apontavam para violações de segurança no trânsito e ocorrências de acidentes, elevando as preocupações com a implementação da tecnologia em larga escala e seus impactos na segurança rodoviária.
Durante a abertura dessa investigação maior, a NHTSA revelou estar analisando detalhadamente 58 relatos específicos de problemas associados ao uso do FSD que resultaram em infrações de trânsito. Entre esses, 14 incidentes foram classificados como acidentes, causando um total de 23 ferimentos. Esses dados sublinham a seriedade das apurações e a necessidade de garantir a segurança pública frente aos avanços tecnológicos que, embora prometam inovação, também carregam potenciais riscos.
Posicionamento da Tesla e a Descrição do Modo ‘Mad Max’
A Tesla não emitiu uma resposta imediata a um pedido de comentário referente às novas questões levantadas pela NHTSA sobre o modo “Mad Max” até o momento da publicação original. Contudo, na semana anterior à solicitação de informações, a montadora republicou uma mensagem em uma rede social que enaltecia as funcionalidades do modo “Mad Max”. A descrição divulgada indicava que este modo tem a capacidade de acelerar e “atravessar o tráfego em um ritmo incrível, tudo isso enquanto é super suave”, assemelhando a experiência de direção a “um carro esportivo”. A mensagem ainda sugeria ser o “modo ideal” para quem está atrasado, reforçando uma imagem de performance e agilidade que contrasta com as preocupações de segurança levantadas pelas autoridades.
Natureza do FSD e Incidentes Preocupantes
A NHTSA tem consistentemente caracterizado o Full Self-Driving como um sistema de assistência ao condutor que demanda a atenção constante do motorista e a sua intervenção sempre que necessária. A agência apontou que este sistema tem “induzido um comportamento do veículo que violou as leis de segurança no trânsito”. A declaração ressalta a importância fundamental da supervisão humana, mesmo com as funcionalidades avançadas oferecidas pelo software da Tesla, desmistificando a ideia de condução plenamente autônoma.
A agência citou especificamente seis relatórios nos quais veículos Tesla, enquanto operavam com o FSD ativado, se aproximaram de um cruzamento com sinalização de trânsito vermelha e, sem respeitar a interdição, continuaram a travessia. Em todos esses casos, ocorreram colisões subsequentes com outros veículos automotores. Esses incidentes documentados destacam pontos críticos na operação do Full Self-Driving que necessitam de avaliação aprofundada, servindo como exemplos tangíveis das preocupações da NHTSA.

Imagem: www1.folha.uol.com.br
A própria Tesla declara que o FSD é capaz de “conduzir você a praticamente qualquer lugar com sua supervisão ativa, exigindo intervenção mínima”, mas faz a ressalva crucial de que o sistema não torna o carro autônomo. Essa distinção é fundamental para os usuários e para a regulamentação, uma vez que o entendimento sobre os limites e responsabilidades do sistema de assistência ainda gera discussões e, por vezes, confusões entre os motoristas e o público geral.
Histórico de Investigações do FSD
O sistema Full Self-Driving da Tesla, que é consideravelmente mais avançado em relação ao sistema Autopilot também oferecido pela montadora, tem sido objeto de investigação pela NHTSA há cerca de um ano. Esse histórico de monitoramento demonstra a preocupação contínua da agência com a segurança e a conformidade desses recursos tecnológicos inovadores, indicando um acompanhamento constante da evolução e implantação desses sistemas no mercado automobilístico.
Um exemplo notório desse escrutínio ocorreu em outubro de 2024, quando a NHTSA iniciou uma investigação sobre 2,4 milhões de veículos da Tesla equipados com o FSD. Essa apuração específica foi deflagrada após quatro colisões registradas em condições de visibilidade reduzida nas estradas, consolidando a necessidade de análises periódicas sobre o desempenho e a segurança do sistema em variadas condições de rodagem, e a responsabilidade da fabricante em garantir a operação segura de seus veículos.
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A crescente atenção da NHTSA sobre o modo “Mad Max” e as funcionalidades avançadas do FSD reitera a necessidade de um equilíbrio entre inovação tecnológica e a manutenção de rigorosos padrões de segurança veicular. É imperativo que os condutores se mantenham informados sobre os recursos de assistência, entendendo suas limitações e a sua responsabilidade primária na condução, garantindo assim uma maior segurança para si e para os demais usuários das vias. Para mais notícias e análises sobre o setor automobilístico, inovações tecnológicas e impactos econômicos, continue acompanhando a editoria de Economia do Hora de Começar, acessando nossa seção de Economia.
Crédito da imagem: Mike Blake – 18.out.2023/Reuters



