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Netanyahu enfrenta extrema direita sobre fim da guerra em Gaza

A coalizão de governo liderada pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu enfrenta forte reação da extrema direita sobre o fim da guerra em Gaza. Esse racha interno surge como um obstáculo crucial para os esforços de encerrar o conflito e para uma iniciativa diplomática dos Estados Unidos que visa remodelar o panorama político do Oriente Médio. […]

A coalizão de governo liderada pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu enfrenta forte reação da extrema direita sobre o fim da guerra em Gaza. Esse racha interno surge como um obstáculo crucial para os esforços de encerrar o conflito e para uma iniciativa diplomática dos Estados Unidos que visa remodelar o panorama político do Oriente Médio.

Sob intensa pressão do ex-presidente norte-americano Donald Trump para que a guerra de dois anos seja finalizada, Netanyahu vê seus aliados ultranacionalistas resistirem vigorosamente à proposta de Washington para Gaza. Tal oposição radical poderia, inclusive, forçar o líder israelense a convocar eleições antecipadas.

Netanyahu enfrenta extrema direita sobre fim da guerra em Gaza

Netanyahu havia acolhido o plano de 20 pontos de Trump para acabar com o confronto. Essa proposta contempla a desmilitarização de Gaza e descarta qualquer papel futuro do Hamas no governo da região, embora permita que seus integrantes permaneçam se renunciarem à violência e entregarem suas armas. Surpreendentemente, o Hamas também demonstrou uma resposta positiva, aceitando parcialmente a iniciativa de Trump. O grupo palestino declarou-se pronto para negociar a libertação dos reféns e indicou que faria parte de uma “estrutura nacional palestina” enquanto o futuro de Gaza fosse debatido. No entanto, a mera sugestão de que o Hamas poderia persistir como entidade, e mais ainda, discutir o plano para Gaza após a libertação dos reféns, gerou grande indignação entre os parceiros de direita da coalizão de Netanyahu.

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, manifestou seu descontentamento em termos incisivos. “Não podemos concordar, sob nenhuma circunstância, com um cenário em que a organização terrorista que trouxe a maior calamidade para o Estado de Israel seja revivida”, declarou. Em uma postagem na plataforma X, após o Sabá, Ben-Gvir foi categórico ao afirmar: “Não seremos de forma alguma parceiros disso”, ameaçando retirar seu partido do governo e, assim, derrubar a coalizão.

Caso os ministros da extrema direita concluam que Netanyahu concedeu demasiadas condições para pôr fim à guerra, sua coalizão governamental — que já é o governo mais à direita na história de Israel — pode ruir. Esse colapso poderia ocorrer um ano antes das próximas eleições, agendadas para outubro de 2026. Por outro lado, insistir na continuidade da guerra em Gaza antagonizaria as famílias dos reféns que ainda estão em poder de militantes palestinos, e poderia aprofundar o descontentamento de uma população israelense já exausta do conflito, bem como de aliados internacionais do país.

A prolongação do conflito também ameaça as esperanças de Israel de que mais países árabes e muçulmanos, como a Arábia Saudita e a Indonésia, se unam aos Acordos de Abraão. Este conjunto de tratados, intermediado pelos EUA, normalizou as relações entre Israel e diversos Estados árabes, sendo uma prioridade para o governo Trump na busca por seus interesses geopolíticos no Oriente Médio. Contudo, Riade já deixou claro que só normalizará suas relações com Israel quando a guerra em Gaza terminar e houver um caminho claro para a criação de um Estado palestino. Para entender melhor os desdobramentos na região, veja o site oficial do Departamento de Estado dos EUA sobre Israel e assuntos palestinos.

Donald Trump solicitou que Israel interrompa os bombardeios em Gaza para facilitar as negociações sobre seu plano, iniciando conversas indiretas entre Israel e Hamas no Egito. No entanto, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, criticou duramente a interrupção dos ataques no sábado, classificando-a como um “grave erro”. Segundo Smotrich, o tempo decorrido nessa pausa prejudicaria a posição de Israel na busca por seus objetivos de libertar reféns, eliminar o Hamas e garantir a desmilitarização de Gaza.

Ben-Gvir e Smotrich, cujos partidos detêm juntos 13 das 120 cadeiras do Knesset, há tempos pressionam Netanyahu a buscar objetivos ambiciosos em Gaza. Se ambos deixarem o governo, é altamente provável que uma nova eleição seja convocada. Apesar do apelo de Trump para interromper os bombardeios, ataques israelenses em Gaza no fim de semana ceifaram a vida de dezenas de palestinos. No domingo, Shosh Bedrosian, porta-voz do governo israelense, confirmou a repórteres que os militares haviam pausado certos bombardeios, mas ressaltou que não havia um cessar-fogo formal em vigor e que as operações militares continuariam para “fins defensivos”.

Netanyahu apresentou o plano de Trump como uma iniciativa conjunta que promove os objetivos do seu governo, que incluem a rendição do Hamas e o controle de segurança israelense sobre Gaza e seu entorno. Contudo, o plano carece de detalhes específicos, como um cronograma para o desarmamento do Hamas. Uma referência vaga à condição de Estado palestino, presente na proposta, também pode gerar a fúria dos aliados de extrema direita de Netanyahu.

O pesquisador israelense Mitchell Barak, que colaborou com Netanyahu na década de 1990, expressou a crença de que o governo está próximo do fim, embora não antecipe um colapso imediato. Barak observa que a oposição apoia o plano de Trump, enquanto Smotrich e Ben-Gvir teriam poucas alternativas a não ser manterem-se alinhados a Netanyahu. Inclusive, o líder da oposição, Yair Lapid, já ofereceu suporte ao governo para evitar seu colapso, com o intuito de fazer avançar o plano de Trump. No domingo, Lapid sugeriu que Netanyahu poderia concordar com uma data para as eleições, oferecendo uma espécie de “seguro” contra os “parceiros extremistas e irresponsáveis” do primeiro-ministro.

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A situação política de Israel, com a guerra em Gaza no centro de um intenso debate interno, continua a se desdobrar sob o olhar atento da comunidade internacional. Os próximos passos de Benjamin Netanyahu e sua coalizão serão determinantes para o futuro do país e da região. Mantenha-se informado sobre este e outros temas em nossa editoria de Política.

Crédito da imagem: Reuters

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