“Navio Fantasma” em Santos: Kestrel Visível na Maré Baixa
O misterioso “Navio Fantasma“, nome popularmente atribuído aos destroços do veleiro inglês Kestrel, emergiu novamente no litoral de Santos, São Paulo, nos últimos dias, causando surpresa e curiosidade entre os banhistas. A baixa intensidade da maré foi o fator determinante para que a embarcação, encalhada há aproximadamente 130 anos, se tornasse novamente visível na praia do Embaré, especificamente próximo ao canal 5, em um evento registrado e confirmado por autoridades locais.
A visibilidade dos vestígios do Kestrel, que data de 1895, não é inédita. Registros históricos e monitoramento municipal indicam que o “Navio Fantasma” ressurge periodicamente, sobretudo em condições de maré extremamente baixa. Essa recorrência adiciona uma camada de fascínio e intriga à paisagem santista, reiterando o interesse público em sua longa e singular trajetória.
“Navio Fantasma” em Santos: Kestrel Visível na Maré Baixa
A aparição mais recente dos destroços foi documentada na manhã de quarta-feira, 22 de maio. O jornalista Gerson Rodrigues, responsável pelo flagrante e pela obtenção de uma fotografia que ilustrou a visibilidade completa da embarcação, descreveu o momento ao g1, afirmando ter feito o registro durante uma caminhada. Nas suas redes sociais, Rodrigues partilhou a imagem com a legenda: “Hoje ele deu o ar da graça”, complementando que a maré estava “bem recuada”, o que o tornou “bem visível, bem aparente hoje, bem legal”.
Monitoramento e Confirmação da Prefeitura
Em nota oficial, a Prefeitura Municipal de Santos corroborou os fatos, informando que os vestígios do veleiro inglês ficaram completamente visíveis a partir do último fim de semana, como resultado direto do recuo da maré. A administração local esclareceu que a área onde os destroços estão localizados é integralmente cercada e devidamente sinalizada, com o objetivo de impedir a aproximação de banhistas e, consequentemente, prevenir acidentes. O monitoramento deste sítio tem sido uma prática contínua da prefeitura desde 2017, período em que os primeiros registros de reaparecimento dos vestígios da embarcação começaram a se tornar mais frequentes.
A Identidade do Veleiro e Seus Antecedentes Históricos
Desde que os primeiros vestígios ressurgiram e capturaram a atenção pública, uma equipe especializada de geólogos foi mobilizada em 2017 para investigar a origem da embarcação. As pesquisas iniciais e análises posteriores convergiram para a conclusão de que os materiais descobertos pertenciam, de fato, ao veleiro Kestrel, uma embarcação que naufragou na mesma área em 1895. Outras ocasiões em que o “Navio Fantasma” esteve visível incluem julho de 2018, agosto de 2019 e julho de 2020, consolidando seu status de atração enigmática no litoral.
Relatos de publicações da época do naufrágio indicam que o encalhe do Kestrel foi provocado por circunstâncias adversas e peculiares. A ausência de um capitão a bordo e uma forte ventania foram apontadas como causas principais que arrastaram o veleiro em direção à praia. Tentativas de resgate foram feitas por um rebocador que navegava pela barra da cidade, mas, infelizmente, sem êxito. Esse evento culminou na perda da embarcação e no posterior soterramento de seus restos pela areia ao longo dos anos.
Descobertas Através de Sondagem e Estrutura dos Destroços
Estudos mais aprofundados dos destroços do Kestrel revelaram detalhes fascinantes sobre sua composição e localização. Durante uma sondagem utilizando tecnologia sonar, um objeto metálico com seis metros de comprimento foi detectado no interior da embarcação. Inicialmente, o grupo de pesquisa cogitou diversas hipóteses sobre a natureza deste objeto, incluindo a possibilidade de ser uma caldeira ou até mesmo um canhão. Contudo, após análises complementares, ambas as especulações foram descartadas, deixando a exata função do item um mistério a ser desvendado em futuras investigações sobre este rico patrimônio subaquático.

Imagem: g1.globo.com
As imagens obtidas por meio de investigações também delinearam a orientação dos destroços: a proa do veleiro (sua parte frontal) está voltada na direção de São Vicente, enquanto a popa (a parte traseira) se posiciona nas proximidades do canal 5. É importante notar que, apesar da proximidade, a estrutura do Kestrel não encosta ou passa por baixo da construção do canal, que foi estabelecida em 1927. Tais observações oferecem uma perspectiva geográfica detalhada do local do naufrágio e de como ele interage com a paisagem costeira atual.
O surgimento periódico do Kestrel na orla santista continua a alimentar a imaginação de moradores e turistas. O “Navio Fantasma” é mais do que um conjunto de destroços; ele representa um fragmento da história naval e um testemunho da dinâmica natural da maré, que, ao recuar, desvela os segredos do passado. A vigilância e os estudos em torno desta embarcação submersa asseguram não apenas a segurança dos frequentadores da praia, mas também a preservação de uma peça significativa da memória local.
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A contínua atenção sobre o “Navio Fantasma” Kestrel reafirma a rica história marítima da região de Santos e a importância de iniciativas que unem o patrimônio histórico e a conscientização ambiental. Para mais detalhes sobre eventos e histórias que moldam as cidades costeiras do Brasil, continue acompanhando nossa editoria de Cidades, onde trazemos as notícias mais relevantes e aprofundadas.
Crédito da imagem: Gerson Rodrigues/TV Tribuna



